sábado, 3 de abril de 2010

Produção de cana tem escoamento garantido

Engenhos asseguram à Secretaria Regional do Ambiente a compra





O secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais garantiu ontem ao JM que a produção de cana-de-açúcar, cuja campanha vai decorrer a partir de 12 de Abril, tem já escoamento garantido. Manuel António Correia diz que os engenhos vão comprar toda a produção estimada. Aliás, em missiva enviada aos presidentes das autarquias e Casas do Povo, o governante dá conta dessa situação e aproveita para informar os passos que os produtores devem dar para escoar a sua cana sacarina.


A O escoamento da produção de cana-de-açúcar está totalmente assegurado pelos engenhos madeirenses, garantiu ontem, em declarações ao JM, o secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais.
Manuel António Correia sublinha que o Governo Regional tem feito um trabalho de articulação com os proprietários dos engenhos e que, apesar do forte crescimento de produção registado nos últimos anos, «está assegurado o escoamento da totalidade de produção».
Aliás, o governante enaltece «o empenho que os engenhos têm tido nesse escoamento importante para produtores e na valorização dos produtos derivados da cana, inovando, aumentando e criando novos mercados de escoamento».
O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais esclarece ainda que a produção duplicou desde 200 até ao ano passado. Este ano, devido ao mau tempo, «registou-se uma ligeira quebra».
O governante lembra, inclusive, que os engenhos já manifestaram, inclusive, intenção de adquirir quantidades que são, neste momento, superiores à produção estimada.
Manuel António Correia fez questão de informar os presidentes de Câmara, de Junta e das Casas do Povo desta realidade.
Na carta, aquele responsável lembra que «os produtores que ainda não tenham colocado a respectiva produção devem contactar os diferentes engenhos ou o engenheiro Jorge Caldeira, indicado pela Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais para coordenar o processo, o qual fará a articulação entre os produtores e os engenhos».
No caso de alguns dos engenhos já terem atingido marcações do nível máximo que pretende adquirir, os produtores deverão contactar um outro que ainda não as tenha atingido.
A campanha de cana sacarina deste ano começa a partir do próximo dia 12 deste mês.
Entre os anos 2000 e 2009, a produção de cana-de-açúcar registou uma forte recuperação.
Em nove anos, a produção de cana sacarina aumentou 100%, passando de 2.871 toneladas em 2000 para 5.755 toneladas, em 2009
Este crescimento é resultado da política de estímulo ao sector encetada nos últimos anos, concretamente através do reforço do rendimento, tendo o preço pago ao produtores crescido na ordem dos 85%, se compararmos com os preços praticados no ano 2000, no qual os produtores recebiam cerca de 13 cêntimos/kg, sendo o preço actual de 25 cêntimos/kg.


Rendimento subiu 271% em nove anos
Segundo o secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, o valor total pago à produção do sector da cana sacarina aumentou 271%, de 2000 para 2009, passando de 387.600 euros para 1.438.750 euros.
Manuel António Correia realça ainda que «o rendimento médio por produtor (cerca de 700 produtores de cana) subiu igualmente, no mesmo período (2000-2009) em 234%, passando de 594 euros para 1.981 euros.
O governante afirma igualmente que «o actual nível de produção é o maior desde há 25 anos, dado que apenas retroagindo ao ano de 1984 se encontra uma produção superior à actual».
Em 2009, realça o nosso interlocutor, nem toda a produção foi escoada para os engenhos da RAM.
Isto porque, conforme recorda, pela primeira vez, «a Madeira exportou cana-de-açúcar para clientes no continente».
«Foram enviadas 20 toneladas, mas as perspectivas são de aumento neste novo canal de comercialização», complementou.
Lembre-se ainda que os produtores de cana-de-açúcar afectados pelos temporais deste Inverno (não só o de 20 de Fevereiro, mas também os outros) podem recorrer a apoios do Governo Regional, quer para a produção quer para comparticipar estragos no terreno. Para o efeito, têm apenas que dirigir-se aos serviços do Governo e informar do que aconteceu.




Jornal da Madeira

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