Alberto Quintal diz que o Rácio da Madeira se situa dentro do que preconiza a OMS
Data: 08-04-2010
A reumatologia não é ainda encarada com a importância devida em Portugal, razão pela qual o número de especialistas se situa em cerca de 50 por cento do desejável. Uma constatação feita pelo director do serviço de reumatologia do Hospital Dr. Nélio Mendonça, Alberto Quintal, que no entanto ressalva que a realidade madeirense é um pouco melhor, situando-se mesmo dentro do rácio estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Uma ideia importante saída do primeiro dia do Congresso Português de Reumatologia, que decorre até ao próximo sábado numa unidade hoteleira do Funchal.
Alberto Quintal admite que o ideal seria ter um número de reumatologistas superior aos quatro existentes na Madeira, no entanto lembra que a realidade nacional é bem diferente, para pior. "A nível do país há ainda muitos hospitais onde não existem qualquer especialista de reumatologia", sublinha o clínico madeirenses, um dos membros da organização deste congresso.
Na sua opinião, esta carência fica a dever-se ao facto de "não se abrirem novas vagas" e resulta sobretudo da forma como as entidades da saúde ainda olham para o doente reumático. "São doenças pouco mediáticas, ter reumatismo ainda é visto como uma banalidade e uma consequência da idade", vinca Alberto Quintal, aspecto que, acrescenta, "tem a sua importância em termos de política".
Congresso muito participado
É a segunda vez que o XV Congresso Português de Reumatologia se realiza na Madeira. Na primeira edição, em 1991, o número de participantes não ultrapassou os 200.
Este ano, o congresso conta com a participação de 634 profissionais de saúde, para além 93 profissionais da indústria farmacêutica e de elementos pertencentes a todas as associações portuguesas de doentes de reumáticos. Juntando a este número os familiares dos congressistas, a organização aponta para mais de mil visitantes no âmbito deste evento.
Ontem, na cerimónia de abertura, que contou com o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, foram atribuídos os Prémios Reumeritus, que distinguem os trabalhos mais relevantes no desenvolvimento da especialidade.
Jardim diz que o país "está com reumatismo"
O presidente do Governo Regional diz que o país "está com reumatismo" e que "emperrou", razão pela qual instou os portugueses a "arregaçarem as mangas" para "levar o país para a frente".
Palavras proferidas ontem à tarde, na cerimónia de abertura do XV Congresso Português de Reumatologia, que se realiza no Funchal. Jardim diz que é fundamental "incentivar-nos uns aos outros", por forma a levar o país por diante, inclusivamente fazendo-se "um 26 de Abril". Jardim agradeceu à organização do congresso por ter mantido a sua realização na Madeira, mesmo correndo "algum risco de menor comodidade" em funções da fase de reconstrução que a Região está a desenvolver. Até porque, realça, este tipo de eventos são uma forma de esbater aquilo que apelida dos maiores custos da insularidade: "o custo científico e o custo cultural".
DN Madeira
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