quinta-feira, 8 de abril de 2010

Balsemão, patrão da SIC, viista hoje zonas afectadas pelo temporal na Ribeira Brava





Data: 08-04-2010

Mesmo sem 'dinheiro à vista', avançam as obras e os trabalhos de recuperação das zonas afectadas no Município da Ribeira Brava, com particular incidência para a freguesia da Serra de Água.

A necessidade de contornar as dificuldades obriga a esta 'antecipação', até porque, conforme sustenta o presidente da Câmara "não se vão resolver todos os problemas só com dinheiro". E enquanto este impulsionador decisivo não chega, Ismael Fernandes adverte que "não se pode ficar à espera". Desafia por isso "o povo", principalmente aqueles que foram vítimas do temporal, a reagirem contra as adversidades, enfrentando a nova realidade com "perseverança e confiança num amanhã melhor". Diz mesmo que "de braços cruzados nada se resolve", razão pela qual "é preciso reagir". E o melhor é "retomar a normalidade possível".

O autarca lembra que "há um trabalho programado pelo Governo e pela Câmara Municipal que está a ser cumprido". Trabalho esse assente em "prioridades".

A primeira foi "resolver o problema das acessibilidades" até porque "sem estradas e caminhos o restante trabalho não poderia ser feito". Regozija-se pela prontidão com que foi assegurado o quebrar do isolamento decorrente da catástrofe. Logo a seguir vem "o problema do abastecimento de água ao domicílio". Garante que "está a ser trabalhado no sentido de ser resolvido o abastecimento de água com qualidade", o qual admite ficar concluído a 100% na próxima semana.

"O realojamento das pessoas que ficaram sem casa, quer pela destruição desta, ou por falta de condições de habitabilidade", segue-se na lista das prioridades. "Já temos poucas pessoas por realojar no concelho, porque a maior dificuldade é encontrar na Serra de Água casas para alugar", justificou o edil, confiante numa boa solução para todos os afectados.

Logo a seguir, está "o problema da água de rega". Manifesta preocupação pelas consequências que esta base que sustenta muitas famílias possa vir a ter com a escassez de água de regadio, mas garante que estão no terreno trabalhos para "resolver ou atenuar o problema, mas é preciso ter em conta que todas as principais levadas que abastecem a agricultura no concelho, quer a Levada do Norte, quer a Levada Nova que vem da Ponta do Sol, foram muito afectadas e até parcialmente destruídas".

Fora desta frente alargada de prioridades que de alguma forma já estão a ser alvo de intervenção, estão as propriedades agrícolas que ficaram transformadas em calhau pela aluvião.

"O que ainda não poderá ser feito é toda aquela área onde muitos terrenos desapareceram, principalmente junto às ribeiras, tanto na ribeira da Tabua, mas sobretudo na Serra de Água, porque terá de ser feito um trabalho profundo e moroso, que exige que em primeiro lugar se faça a canalização da ribeira e dos ribeiros, de modo a garantir a segurança das pessoas e dos seus bens, e só depois tentar reabilitar o espaço onde existiam os terrenos, para que as pessoas possam retomar a sua actividade agrícola", refere o autarca, prevenindo desta forma os afectados da previsível morosidade que se perspectiva neste processo de devolver a terra aos campos agrícolas que literalmente desapareceram.

Zonas agrícolas afectadas: Câmara lança concurso para reabilitação

Para atenuar os problemas que o temporal infligiu na agricultura, a Câmara da Ribeira Brava já recuperou o caminho agrícola da Fajã das Éguas, na Serra de Água, e esta terça-feira repôs a ligação da água de regadio, para que "as pessoas que perderam as suas propriedades junto à ribeira, mas que têm terrenos nesta zona mais alta, possam continuar a sua actividade agrícola", salientou o presidente da Câmara. "Esse mesmo trabalho está a ser feito na zona da Ameixeira, que passa pela recuperação do caminho", promete, embora mais atrasada devido aos avultados estragos que ali ocorreram com a aluvião.

Ismael Fernandes diz que a Câmara já se candidatou à atribuição de fundo no âmbito da "recuperação destes dois caminhos" e que "muito em breve irá lançar um concurso para a reabilitação completa destas duas áreas. Será também reabilitado o caminho agrícola da Madágua, na Ribeira da Tabua. Embora impotente para fazer face a tamanhos prejuízos ocorridos no Concelho, o autarca garante todo o empenho dos meios ao dispor da Câmara Municipal. "Estamos a trabalhar dentro dos recursos que nós temos", assegura.

Confirma de resto o desejo de manter o programa camarário que já estava definido antes da tragédia. "Não vamos de deixar de lançar as obras que tínhamos previsto através de contrato-programa com o Governo, a não ser que haja alguma contrariedade".

"Apesar dos muitos danos, temos o nosso Concelho a funcionar", refere o presidente da Câmara, que se mostra confiante que a população está empenhada em retomar a normalidade possível, de modo a enfrentar e a tentar ultrapassar a adversidade.


DN Madeira

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