O destino Madeira deve ser realmente diferente das Caraíbas. Em pouco menos de uma semana, é o segundo comandante de um navio de cruzeiros, de gama alta, que enaltece a ilha, e a compara com as que existem entre as duas Américas. Ontem, na primeira escala do “Mein Schiff” (meu navio), o comandante disse que o cheiro da Madeira sente-se com a aproximação.
Michael Block, que ontem escalou o Funchal pela primeira vez a comandar um navio de cruzeiros, teceu largados elogios à ilha que já esteve em ocasiões anteriores. Vindo de uma travessia do Atlântico, num cruzeiro com origem em La Romana, na República Dominicana, e com escalas posteriores em Antígua, Martinica e Barbados, o comandante foi claro quando sublinhou que a aproximação à ilha da Madeira não só trouxe a sua imagem como o cheiro da natureza. Um contraste que evidenciou ser muito grande com as ilhas das Caraíbas que esteve a fazer a temporada de verão naquela área de águas quentes.
Não deixa de ser curioso este elogio à Madeira, e o contraste com as Caraíbas, por parte de um comandante de um navio de um segmento alto de passageiros. Isto porque, recorde-se, ainda no dia 31 de Março o comandante Seven Seas Mariner manifestava esperança que a Madeira saiba preservar a sua beleza e qualidade.
Na cerimónia que decorreu a bordo do Mein Schiff (o meu navio, em português), Michael Block teve ocasião de falar igualmente da Tui Cruises e do novo navio na companhia que irá passar pela Madeira cerca de oito vezes no próximo Inverno.
Foi uma cerimónia onde houve a tradicional troca de prendas entre o comandante do navio, as autoridades portuárias, representada pelo seu presidente, Bruno Freitas, pelo agente do paquete, a JFM Shipping, representada por João Welsh e ainda pelo Clube de Entusiastas de Navios, uma presença constante nestas ocasiões.
Em termos de registo, o navio fez uma aproximação calma, com o início das manobras cerca das 11 horas. Tal como estava previsto. Uns 20 minutos depois estava atracado na “cabeça” do molhe da Pontinha, de onde saiu pelas 18 horas rumo à cidade espanhola de Málaga, de onde sai para Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares, onde termina o cruzeiro de 15 dias.
O Mein Schiff começa por se cacaracterizar pela pintura diferente do casco escuro, com diversas palavras claras a acompanhar o nome do navio, que surge duplamente.
No interior, os anos não são visíveis no navio que oferece uma qualidade de “hardware” de grande qualidade. Cremos que o “software” não ficará a trás, tal era a simpatia que encontramos a bordo.
A nível estatístico, podemos evidenciar que o paquete registado em La Valleta, Malta, com capacidade para 1.900 passageiros, trouxe até à Madeira 1.826 passageiros. No Funchal entraram dois passageiros.
Entre todos os passageiros sobressai a larga maioria de germâncos. É para eles que se destinam os cruzeiros. Daí que a literatura que encontramos a bordo estivesse toda em alemão. Aliás, esse pormenor seria evidenciado pelo comandante.
“Mein Schiff” renovado e rejuvenescido
O navio de cruzeiros Mein Schiff não é novo. Mas parece. Já esteve algumas vezez na Madeira como Galaxy. Foi construído em 1996 nos estaleiros de Meyer Werft, em Papenburg, na Alemanha.
Em 2008 muda o nome para Celebrity Galaxy. No ano seguinte, em Maio, é transferido para para a frota da TUI Cruises, uma joint-venture entre a Celebrity Cruises, proprietária da Royal Caribbean Cruises e da TUI AG. A 15 de Maio de 2009 passa a chamar-se Mein Schiff (o meu navio, em português). Depois de deixar a Celebrity Cruises, o navio foi para os estaleiros alemães de Lloyd Werft, em Bremerhaven, onde sofreu uma remodelação completa de 50 milhões de euros.
Houve uma acentuado upgrade das facilidades de bordo assim como das cabines que foram adaptadas para o mercado alemão. Foi durante estes trabalhos de 38 dias que recebeu o novo nome: Mein Schiff, numa cerimónia que decorreu a 15 de Maio em Hamburgo.
Entra ao serviço da TUI Cruises no Mar Báltico, num cruzeiro que inicia em Kiel, a 23 de Maio de 2009.
Jornal da Madeira
(Fotos Via Blog Sergio@Cruises)
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