Miguel Mendonça defende em dia de comemoração da Revolta da Madeira
«A Revolta da Madeira é uma referência histórica que deve ser lembrada e celebrada, porque foi um dos muitos gritos de revolta que houve ao longo dos anos». A ideia foi ontem defendida pelo presidente da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM), Miguel Mendonça, que ontem presidiu às comemorações da Revolta da Madeira, que decorreram na Rotunda do Largo Charles Conde de Lambert, no Funchal.
A cerimónia contou com a guarda de honra dos Bombeiros Municipais do Funchal e com a presença do secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, do secretário dos Assuntos Sociais, Jardim Ramos e ainda o secretário da Educação e Cultura, Francisco Fernandes, entre outras entidades. A Câmara Municipal do Funchal esteve representada pelo vereador Pedro Calado.
Após a deposição de três ramos de flores ao monumento que recorda a Revolta da Madeira de 4 de Abril de 1931, o presidente da ALM disse à comunicação social que «o significado que se deve colher desta cerimónia, é o de honrar a memória da História da Madeira». Além disso, no seu entender, o desafio da Revolta da Madeira «pode ser tomado como referência a um incentivo a lutarmos sempre por uma vida melhor».
Recordando que, pelo facto de a Madeira ser uma ilha, o seu povo sempre viveu condicionado. Passados tantos anos, ainda existem condicionalismos, adianta Miguel Mendonça. Mas «agora falamos nos condicionalismos que decorrem de um poder legislativo que tem amarras e bloqueios». É essa «incompetência legislativa» que «entronca com o desejo de uma revisão constitucional a fim de fazer cessar esses bloqueios», defendeu. No entanto, isso só depende de um acordo entre os partidos «e eu não sei se os astros estão conjugados para a revisão constitucional». «Os autonomistas querem, mas há quem se incomode em falar em Autonomia plena». Miguel Mendonça reforça que «se pode falar em Autonomia plena desde que haja balizas que é a unidade do Estado, até lá sem pôr em causa essa unidade há que dar largos passos no sentido do reforço da Autonomia e espero que a revisão constitucional nos traga isso».
De salientar que a“Revolta da Madeira” foi um movimento composto por forças militares que se manifestaram contra o regime ditatorial que durou cerca de um mês e destituiu as autoridades militares e civis da ilha. O movimento de protesto gerou revoltas semelhantes nos Açores e na Guiné, e só foi debelado com a intervenção de forças do continente.
Jornal da Madeira
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