Cunha e Silva deseja que a Madeira seja no futuro um destino de golfe
O governante que falava na apresentação do Madeira Open de Golfe 2010, que decorre no Porto Santo pelo segundo ano consecutivo, adiantou que o segundo percurso na "ilha dourada", também da autoria de Severiano Ballesteros, está dependente da «retoma económica e da rentabilização dos investimentos imobiliários privados que estão projectados».
Por forma a viabilizar a realização do 18.º Madeira Island Open/BPI Portugal, com 156 jogadores em prova, dos quais 14 são portugueses, e que integra o calendário do Circuito Europeu de golfe, o Governo Regional aumentou de 500 mil para 700 mil euros o apoio.
Este é um investimento que os membros do Executivo madeirense e responsáveis pela organização da prova garantiram ter retorno, visto contribuir fortemente para a promoção da Região Autónoma da Madeira.
João Cunha e Silva garantiu que «se a situação financeira ajudar iremos concretizar o desejo de termos mais campos para, de forma decisiva, a Madeira e o Porto Santo serem destinos de golfe», realçando as virtudes do produto para o turismo da Região. «Uma coisa são os desejos que temos, outra coisa é a realidade concreta que muitas vezes torna difícil a concretização desses desejos».
E reforçou: «Perseguimos essa ideia e temos como objectivo que a nossa Região seja efectivamente um destino de golfe».
Pelo mesmo diapasão afinou a secretária regional do Turismo e Transportes. Conceição Estudante realçou que o golfe «é um produto que a Madeira vem acarinhando há longos anos e que é inquestionável em termos do seu desenvolvimento para o futuro».
A governante realçou que a prova realizada no Porto Santo, sobretudo nesta data, contribui para a ilha possa esbater a sazonalidade.
Tal como referiu «o Porto Santo é um destino para o ano todo e não apenas para o Verão e que pode oferecer diferentes produtos, dos quais o golfe se afigura como a grande aposta de Inverno, a par de outros que suportam as áreas da saúde e do bem estar».
Conceição Estudante garantiu que o envolvimento neste tipo de torneios «será permanente». «Isto é uma promessa e uma obrigação», declarou a secretária do Turismo, dirigindo-se ao presidente da Federação Portuguesa de Golfe, Manuel Agrellos.
Por seu turno, Francisco Taboada, presidente da Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo, enalteceu o facto do Governo Regional ter «aumentado em 30 por cento» o apoio à organização da prova, lembrando que na véspera da apresentação na Bolsa de Turismo de Lisboa «ainda não tinha asseguradas todas as participações em termos de patrocínios».
Aquele responsável revelou que o golfe no Porto Santo tem vindo a crescer, quando no resto do país e na Madeira a tendência é contrária, realçando que isso deveu-se à realização de provas do calendário nacional, promovidas pela federação do sector.
Finalmente, o vice-presidente do European Tour, David Williams, presente na conferência de imprensa de apresentação do torneio, teceu rasgados elogios ao percurso do Porto Santo, numa altura em que nos Estados Unidos decorre paralelamente o Masters de Augusta, a primeira prova do “grand slam”.
«Há outros torneios a decorrer, entre outras partes do mundo, mas nenhum tem buracos tão bonitos como o 13 e o 14», disse, referindo-se aos dois espectaculares buracos desenhados por Severiano Ballesteros, situados junto à falésia, com o Oceano Atlântico em "pano de fundo".
O torneio começa hoje para profissionais terminando no domingo com a entrega de prémio numa cerimónia que será presidida por João Cunha e Silva, presente no Porto Santo para acompanhar a competição.
“Ryder Cup” não fazia sentido
O vice-presidente da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), Miguel de Sousa, disse que «não fazia sentido» uma candidatura da Madeira à organização da Ryder Cup2018, embora garanta o interesse da região em grandes torneios internacionais.
Na véspera do início da 18.ª edição do Open da Madeira, no campo do Porto Santo, Miguel Sousa explicou as razões pelas quais nunca foi equacionada a possibilidade de a região autónoma avançar com uma proposta para a candidatura portuguesa.
«Acho que era insensato admitir que a Madeira pudesse ter uma Ryder Cup», referiu o presidente da Assembleia-Geral do Clube de Golfe do Santo da Serra, explicando que a região não possui «nesta década» condições logísticas para admitir uma candidatura.
Na apresentação do projecto, a 26 de fevereiro, o presidente da comissão de candidatura de Portugal à organização da Ryder Cup 2018, Manuel Pinho, havia referido que a Madeira não integrava a lista de cinco potenciais localizações para a realização da prova. O Victoria (Vilamoura), Palmares, Herdade do Morgado do Reguengo, Golden Eagle (Rio Maior) e a Comporta são alguns dos potenciais candidatos a acolher a edição de 2018 da Ryder Cup, caso Portugal vença a corrida contra Espanha, França, Alemanha e Holanda.
Miguel Sousa adiantou que a região autónoma «não podia ser excluída de algo em que nunca esteve interessada» e sublinhou que a Madeira não teria condições para apresentar uma localização que cumprisse as exigências da prova.
Na calha está ainda um segundo campo no Porto Santo, igualmente desenhado por Severiano Ballesteros, embora a sua construção aguarde «por uma oportunidade» e pela rentabilização dos investimentos na ilha.
Miguel Sousa admite que, no futuro, a prova venha a rodar pelos dois campos já existentes (Santo da Serra e Porto Santo): «Podemos admitir que venha a alternar, não em anos seguidos, mas talvez dois ou três anos num campo e no outro».
O golfe continua a ser um dos principais cartazes da região e a aposta na modalidade continua a estar no topo das prioridades das autoridades regionais.
Robert Coles foi vencedor em ano de todos os recordes
Roberto Coles foi o grande vencedor do Pro-Am do Madeira Islands Open Golf que desde o dia de ontem se disputa no Porto Santo. O inglês fez equipa com Lino Bento, Manuel Sousa Junior e João Lopes, com um total de 56 pontos.
Na segunda posição quedou-se Eirik Tage Johansen, que teve como parceiros Joaquim L. Fernandes, Alberto B. Moura e ainda Agostinha Teixeira, com 57 pontos.
Na terceira posição e com mais um ponto que os seus antecessores ficou Julien Guerrier, que fez equipa com Paulo Martins, Tiago Olival e ainda com Henrique Lima, que somou um total de 58 pontos, isto num ano em que a competição bateu todos os recordes de participação. Hoje o Madeira Islands Golf arranca mais a sério, com os profissionais a iniciarem a prova.
Jornal da Madeira
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