quinta-feira, 15 de abril de 2010

Jardins da Madeira são nicho turístico



Data: 15-04-2010

Raimundo Quintal considera que os jardins da Madeira representam "um importante nicho turístico", com potencialidades ímpares que justificam uma aposta em termos de promoção no exterior.

Uma ideia forte deixada pelo geógrafo e investigador madeirense ontem à tarde, numa conferência subordinada ao tema 'A importância dos jardins como nicho turístico na Madeira' e proferida no Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA).

Raimundo Quintal lembra que a Madeira dispõe de um "património riquíssimo" ao nível dos jardins, que representam "uma simbiose entre a natureza e a cultura" e de que são bons exemplos o Jardim Botânico, o Jardim Tropical Monte Palace e a Quinta do Palheiro Ferreiro. Que, destaca, "são, hoje em dia, uma marca à escala europeia e mundial".

Contudo, há também espaços que necessitam de uma profunda intervenção, de que são exemplos os jardins do Santo da Serra e da Quinta das Almas, na Camacha. Este último, defende o geógrafo madeirense, pode mesmo assumir-se como "a âncora para o desenvolvimento da Camacha".

Tal como acontece, de resto, com o jardim da Quinta do Imperador, que é propriedade da Região mas cuja exploração foi entregue a uma empresa privada. E que Raimundo Quintal que diz estar "a regredir desde há três anos".

O investigador diz ser fundamental "ter uma rede de jardins" para poder atrair o referido nicho turístico, a exemplo do que sucede África do Sul, na região do Cabo, na Cornualha (Inglaterra) e na ilha de Vancouver (Canadá). E para elucidar o potencial deste mercado, lembra que, há dois anos, 19 milhões de pessoas pagaram para visitar os jardins de Inglaterra.

No caso da Madeira, regista Raimundo Quintal, esse potencial é elevado, até porque, devido às condições do clima, "os jardins podem ser visitados durante todo o ano".

Para isso, preconiza, "é preciso que haja uma estratégia muito clara de promoção da Madeira através deste segmento dos jardins", mas fazendo uma ligação "à descoberta da natureza". Até porque, acrescenta, "mesmo para os visitantes mais idosos é possível esta conciliação", por exemplo observando a Laurissilva em zonas mais acessíveis como o Ribeiro Frio, o Chão dos Louros, o Fanal e as Queimadas.

Raimundo Quintal termina revelando que 31 por cento dos turistas que se deslocaram à Madeira em 2008 pagaram para visitar o Jardim Botânico e cerca de 22 por cento para poderem visitar o Jardim Monte Palace.


DN Madeira

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