domingo, 8 de novembro de 2009

Concelhos pós Eleições - São Vicente

Boas expectativas em relação ao novo executivo






Quase um mês depois das eleições autárquicas e agora que o novo executivo camarário, liderado por Jorge Romeira, já foi empossado, a população do concelho de São Vicente diz ter boas expectativas em relação ao desempenho da nova equipa municipal.
No próprio dia da tomada de posse de Jorge Romeira, o JORNAL da MADEIRA contactou com algumas pessoas do concelho, que se mostraram optimistas quanto aos próximos quatro anos.
Tendo em conta a forte chuva e vento que se faziam sentir na passada segunda-feira em São Vicente, fomos encontrar as pessoas distribuídas pelos bares e outros estabelecimentos comerciais situados naquela vila do norte da ilha, algumas para se abrigar da intempérie, outras porque aquele era o seu posto de trabalho.
É o caso de António Pereira, que fomos encontrar num dos cafés/restaurantes da marginal da vila. Quando questionado sobre o que espera desta nova Câmara Municipal (presidida por Jorge Romeira) ao longo deste mandato, o nosso interlocutor adiantou esperar que haja um bom relacionamento entre a autarquia e a população. No seu entender, o novo edil é uma pessoa «com capacidade», que «sabe analisar as coisas», que «costuma dialogar» e da qual não tem qualquer «razão de queixa», pelo que «penso que vai ser um bom presidente». António Pereira refere mesmo que está optimista e que tem boas expectativas em relação a estes quatro anos.
Com isto, este munícipe esclarece que não está a «dizer mal» do autarca cessante, o qual, diz, «não pôde fazer mais porque não veio verbas».

Arranjo da frente-mar importante para atrair mais pessoas







O projecto de requalificação da frente-mar da vila de São Vicente é aguardado com expectativa. António Pereira adianta que a construção de uma promenade poderia ser «importante para atrair mais pessoas até aquela zona», local este que, habitualmente, já costuma ser um ponto de paragem para muitos visitantes. No seu entender, os melhoramentos na frente-mar poderão ser uma mais-valia em termos comerciais. «As coisas estão reles em toda a parte do mundo, mas, melhorando isto, traria mais pessoas a São Vicente», sustentou.
Por outro lado, este munícipe de São Vicente não deixou de se mostrar preocupado em relação ao problema do desemprego. Na sua opinião, a este nível, a anunciada abertura do espaço comercial do grupo Sá será importante pois vai proporcionar a criação de mais postos de trabalho. O problema, no seu entender, poderão ser as dificuldades que os estabelecimentos comerciais mais pequenos possam vir a sentir.
Por seu turno, um outro munícipe com quem contactámos, Fernando Gonçalves, também se mostrou expectante em relação ao novo executivo municipal. Apesar de dizer que está satisfeito com o que tem sido feito no concelho, este cidadão espera que «as coisas» possam ainda melhorar. Aliás, refere mesmo não ter «dúvidas» disso.
Questionado sobre o que é preciso fazer em São Vicente, este nosso interlocutor não apontou uma necessidade específica, limitando-se apenas a dizer que há «muitos projectos para fazer», como por exemplo o da frente-mar. «Vamos esperar a ver», concluiu.

Emprego deve ser uma prioridade


Um outro são-vicentino por nós abordado, Gilberto Santos, também refere que «falta muita coisa ainda para fazer». Contudo, na sua opinião, uma das preocupações da autarquia deve ser no sentido de tentar arranjar mais emprego. Refira-se, aliás, que no dia da sua tomada de posse, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente assumiu esta questão como uma prioridade. Aliás, também para este munícipe, que está igualmente desempregado, a abertura da superfície comercial do grupo Sá também poderá ser importante para a criação de mais postos de trabalho.

Uma única equipa pelo bem estar da população

Paulo Andrade, reconduzido nas eleições do passado dia 11 de Outubro enquanto presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, adianta que o relacionamento entre a autarquia local e a Câmara Municipal «vai continuar o mesmo» que era com a anterior vereação.
O autarca diz que «vamos ser uma única equipa» nestes quatro anos e que «vamos trabalhar em conjunto, porque assim é que se consegue ir ao encontro das necessidades das populações».
Questionado sobre as suas prioridades para este novo mandato que agora se inicia, referiu que são «o bem estar da população».
Neste sentido, disse que continuará a ser dada atenção às acessibilidades. Neste domínio disse que a manutenção das veredas irá prosseguir. Neste momento, refere que estão praticamente todas em bom estado e transitáveis. Para além da manutenção e reparação destes acessos, o presidente da Junta afirma que em alguns locais onde as pessoas cederam os seus terrenos, algumas veredas passaram a caminhos, permitindo o acesso automóvel às habitações e terrenos agrícolas.
Por outro lado, continuará o apoio à terceira idade e às escolas.
Abordado a respeito da saída de pessoas do concelho à procura de emprego, referiu que «nós, Junta e Câmara Municipal, fazemos o máximo para que haja mais investimento cá no Norte, para fixar as populações, e para convidar novos investidores para que possam alargar o número de postos de trabalho».

Área social deve constituir prioridade

Também na Freguesia de Ponta Delgada há algum optimismo em relação ao desempenho da nova equipa camarária.
Uma munícipe por nós abordada, que preferiu não ser identificada, disse mesmo ter «muito boas expectativas em relação a este novo executivo» e estar «muito optimista».
No entender desta senhora, a área social «deve ser vista», tendo em conta que na actual conjuntura há pessoas com dificuldades e sem emprego e há alguma «pobreza oculta». O trabalho que Jorge Romeira tem feito no Lar do Bom Jesus, enquanto médico (elogiado por várias pessoas), leva a que se espere que a vertente social vá merecer a atenção da autarquia.
Por outro lado, esta nossa interlocutora sustenta que é necessário fazer uma intervenção junto à costa, de modo a proteger os terrenos. De resto, embora sem apontar mais nenhuma área prioritária em concreto, esta munícipe não deixa de alertar para a importância de fazer chegar o investimento a todas as localidades, «com prioridade às mais necessitadas». Na sua opinião «não deve haver bairrismos».
«Muito optimista», até porque a equipa que agora inicia funções já esteve «alguns meses a ver as necessidades» e aquilo que é prioritário na localidade, apesar de saber que «o dinheiro não é muito», esta senhora deixa algumas sugestões: «Que não olhe a bairrismos», que «seja neutro» e que procure «o melhor para as localidades, de acordo com as maiores necessidades».

«Levar a bom termo as obras que prometemos ao eleitorado»

O presidente da Junta de Freguesia de Ponta Delgada afirma que a relação com a Câmara Municipal de São Vicente será «da máxima proximidade», à semelhança do que aconteceu com o anterior executivo municipal, «para que possamos em conjunto levar a bom termo as obras que prometemos ao eleitorado».
João Caldeira de Jesus refere que «iremos ter um bom presidente, como foi o outro (Humberto Vasconcelos) e aponta algumas obras que considera prioritárias para a freguesia e que gostaria que avançassem ao longo deste mandato. Uma delas, que teve de ser recalendarizada aquando das eleições legislativas regionais antecipadas, é a protecção da costa, pois «vemos o mar cada vez mais a nos roubar terra».
Outra obra que João Caldeira de Jesus considera «necessária e urgente» é um acesso às Lombadas, na zona alta da freguesia, partindo da zona da Fajã da Areia. «Se estivermos numa Lombada vemos a zona do campo de futebol e a ponte de São Vicente para aí a três quilómetros de distância e fazemos 12 para chegar à sede do concelho», disse, frisando que o objectivo é encurtar distâncias.
Estas, na sua opinião, são as obras de maior vulto, já que as mais pequenas estão a decorrer, tais como o monumento
ao Romeiro
ou o centro comunitário, na Lombada, lançadas pela anterior vereação. No que concerne à Junta de Freguesia,
vai continuar o trabalho que tem vindo a desenvolver nas diversas áreas, de acordo com as possibilidades financeiras de que dispõe.





Jornal da Madeira

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