Com a presença de apenas três paquetes esgotou-se 90% da capacidade do Porto do Funchal, que tem o mesmo cais para navios com o dobro do tamanho
Data: 30-11-2009
A imagem é elucidativa: com apenas dois grandes paquetes no terminal Sul e um outro a Norte, o Porto do Funchal esgotou 90% da sua capacidade, já que ficou disponível apenas a zona de acostagem dos navios 'ferry'.
O aumento considerável do comprimento e de arqueação bruta dos actuais paquetes coloca as entidades regionais perante uma decisão estratégica e decisiva na consolidação do Porto do Funchal como um dos maiores portos europeus de cruzeiro e um dos cinquenta mais movimentados do mundo.
Embora as entidades continuem a poder evocar que apenas em 18% dos dias do ano o Porto do Funchal esgota a sua capacidade, podendo com isso condicionar a aceitação de novas escalas, a verdade é que num negócio com as características dos cruzeiros, a Madeira não poderá colocar problemas no planeamento das escalas das grandes companhias, já que estas interligam diferentes portos, num circuito que tanto pode incluir a Madeira, como privilegiar mais uma ilha de Canárias ou o Sul de Portugal.
A escala de um paquete de grandes dimensões representa uma receita de 12/18 mil euros para a APRAM. E gera outros 150 mil euros de proveitos a empresas que prestam serviços na área dos transportes (excursões), venda de 'souvenirs', teleférico, adegadas, etc A Pontinha terá quatro paquetes no dia 15 de Dezembro, obrigando o 'Oriana' a ficar ao largo com quase dois mil turistas, a maioria dos quais com mais de 70 anos e como tal menos disponíveis para se deslocar a terra a partir dos salva-vidas do navio. Ainda no último mês do ano registar-se-á a escala simultânea de três paquetes em outros cinco dias, para na última noite do ano sendo esperados oito paquetes.
A circunstância de um navio ficar ao largo representa um prejuízo para a Administração de Portos, que perde 40% da receita gerada por uma escala. E penaliza o comércio e serviços locais já que nestes casos apenas 30% dos passageiros-turistas se deslocam a terra.
Com três zonas de acostagem - cais com 347 e 425 metros a Sul, e outro com 260 metros a Norte - fácil é perceber que a escala do 'Independence of the Seas' (339 metros), do 'Arcádia' (290 metros), bem como do AIDALuna (251 metros) esgotam a capacidade do porto, que tem a zona de operação dos ferry condicionada pelos fundos, bem como pelo facto dos navios hoje terem calados e comprimentos que não permitem a utilização deste cais.
Tendo como melhores clientes os paquetes da Carnival Cruise Lines, - e das participadas Costa Crociere, Aida Cruises, P&O Cruises, Holand America e Cunard - bem como dos navios da Royal Caribbean e MSC, a Madeira tem de ganhar consciência de que a frota destas companhias é hoje constituída por navios com mais de 120 mil toneladas de arqueação bruta e cerca de 300 ou mais metros de comprimento.
Avançar para a correcção do cais a Norte, garantindo dois postos de amarração, ou investir com determinação na ampliação do cais Sul, protegendo a cidade e criando condições de abrigo ao desenvolvimento de novas acessibilidades para o iatismo e sobretudo para a actividade marítimo-turística é a decisão mais importante que a actual geração de gestores portuários têm para tomar, pois a Pontinha tem os mesmos metros de comprimento que no século passado, mas os navios têm o dobro do tamanho.
DN Madeira
Meus amigos. que tristeza ler estas noticias. Sem cais... pois, sem cais tendo em conta o mercado actual e o tipo de navios que existem. mas será só por essa razão que podemos estar tristes? No meu parecer, não! E quem fala dos Homens que sempre viveram do comercio no Porto do Funchal? Quem se importa por eles? Afinal de contas quem levou o bordado da Madeira ao conhecimento do mundo? Meus amigos, peço-vos para verem e tomarem conhecimento: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=598904
ResponderEliminarNo #4 têm imagens dos homens que falo.
Alex Nélio