sábado, 21 de novembro de 2009

«Colecção de um valor extraordinário»

Presidente do Governo Regional considera







«Uma colecção de um valor extraordinário» é o que todos os visitantes que forem ao Palácio da Ajuda poderão ver até 28 de Fevereiro de 2010.
A expressão foi utilizada, ontem, pelo presidente do Governo Regional, que presidiu à abertura oficial da exposição "Obras de Referência dos Museus da Madeira - 500 Anos de História de um Arquipélago".
No momento, o governante disse ainda que esta é uma forma do país ficar a «conhecer-se melhor», admitindo que «eu sei que muitas pessoas daqui do continente quando viajam até à Madeira visitam os nossos museus, mas ter um conjunto assim de peças, de diversos museus, eu penso que é uma oportunidade única», referiu.
A inauguração, com que contou com a presença de diversas individualidades madeirenses, entre os quais o secretário regional de Educação e Cultura, Francisco Fernandes e o director regional dos
Assuntos Culturais, João Henrique Silva, bem como da ministra da Cultura, Isabel Canavilhas, começou com a tradicional visita guiada pela exposição, realizada pelo comissário executivo Francisco Clode.
No final da visita, Isabel Canavilhas felicitou o Governo Regional pelo «magnífico acervo» apresentado, afirmando que esta exposição «é importante porque traz também esta consciência para os cidadãos do continente. É importante que se criem condições de descentralização e
mobilidade das peças, quer do continente para as regiões, como das regiões para o continente. Nós somos um espaço único e a circulação das obras de arte é fundamental. Para além disso, e neste caso, ajuda-nos a conhecer a Madeira muito melhor», afirmou a ministra, que recordou a importância da existência da «coesão territorial» em termos culturais.
Sobre esta parceria entre a Direcção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC) e o Ministério da Cultura, «é para nós um grande prazer porque estreita mais os laços e torna o mar mais pequeno» e da qual, acrescentou, espera «dar continuidade» a esta experiência com a vinda, em 2011, da colecção das peças dos museus dos Açores.
Apesar de cada Região Autónoma trabalhar com os seus próprios orçamentos, Isabel Canavilhas finalizou dizendo que não descarta, «de forma alguma, a possibilidade de alargar acordos que permitam
trabalharmos em rede de uma forma mais consistente».
Quanto à exposição inaugurada ontem, Francisco Clode voltou a lembrar que se trata de um conjunto de três centenas de obras, «redimensionado para ter uma visibilidade muito especial», num espaço que foi de certa forma «reconstruído para poder mostrar estas obras». O interior da sala com a exposição foi «arquitectado para criar secções e um roteiro de visita muito específico para que esta exposição ganhe a máxima visibilidade e fruição por parte dos visitantes», explica.
Na sua génese, a exposição “Obras de Referência dos Museus da Madeira” é um compêndio com as peças mais emblemáticas dos nossos museus que passa, pela ourivesaria, pintura, fotografia, cerâmica e escultura, resultando numa mostra que reúne não só um conjunto de obras de todos os museus tutelados pela DRAC, como também um conjunto muito significativo do Museu de Arte Sacra (Museu da Diocese) e algumas outras obras que provêm de espaços singulares, por por exemplo, da Sé do Funchal ou do próprio Paço Episcopal.
Através do roteiro da visita, o visitante acaba por aperceber-se da ligação que existe destas peças com a história do Arquipélago, enquanto espaço de Portugal no Atlântico no século XV, mostrando que, fora do espaço continental, a ilha serviu de cruzamento de culturas.
Segundo o comissário executivo, a ideia «é transmitir com a exposição os três grandes ciclos da economia que estruturaram o nosso viver histórico», mostando aos mesmo tempo a riqueza das suas peças.
Acerca desta mostra, Francisco Clode não descartou a possibilidade de um dia esta exposição ser itinerante não só em território nacional mas também no estrangeiro. «Há essa possibilidade e estamos a fazer por isso», garantiu o responsável.
Já João Henrique Silva explicou que para a concretização deste projecto será preciso criar «uma atractividade para o turismo cultural», admitindo que «há com certeza todo o interesse em levar esta exposição a qualquer capital europeia porque ela tem qualidade».
O director da DRAC não tem dúvidas que esta é uma exposição que irá «surpreender» quem a visitar, não só pela forma como está dividida, como também pela sua estruturação. «A exposição está muito bem arquitectada em termos museológicos, é uma selecção fantástica do melhor que existe nos nossos museus e penso que é realmente uma aposta bem conseguida no que respeita à forma de como a Madeira está a mostrar-se ao país», revelou João Henrique Silva.

Para além da visibilidade da cultura da Madeira “fora de portas”, esta exposição constitui também um pólo importante na vertente do Turismo Cultural. «Hoje em dia o nosso turismo é muito um turismo de culturas que procura aquilo que é específico de cada povo e, ao mostrarmos isto, estaremos a mostrar um pólo de atracção e a anunciar, de alguma forma, que a Madeira tem muitas boas razões para ter orgulho na área do seu património e dos seus museus e muitas boas razões para ser visitada», sugere o director. que as propostas do PCP na Madeira nunca passam do papel».



Jornal da Madeira

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