sábado, 28 de novembro de 2009

Jardim não ficou surpreso com o que se passou ontem em São Bento

«É um governo de Assembleia»






A O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim diz que já esperava o que aconteceu ontem na Assembleia da República, com a oposição a fazer valer a sua maioria (incluso aprovando um subsídio para as viagens aéreas entre Portugal Continental e a Madeira) e a fazer com que o PS tivesse votado vencido.
O líder madeirense, que falava à sua chegada ao Aeroporto da Madeira, vindo de França, onde se realizou o plenário anual da Assembleia das Regiões da Europa, não se mostrou muito interessado em falar do que se passou em Lisboa, reiterando que não quer saber do que lá se passa.
No entanto quando confrontado com a reacção do Governo socialista à vitória da Oposição, ontem, em São Bento, foi taxativo: «Se não estão bem, demitam-se!».
Mas, em relação à situação vivida ontem na Assembleia da República fez questão de sublinhar: «Eu já esperava que a política socialista comecasse a sofrer alterações no Parlamento. Quando um Governo é minoritário o centro de poder está no Parlamento. Vamos ter, nos próximos meses em Portugal, um Governo de Assembleia, que é um governo que também gera alguma instabilidade».
O líder madeirense também não quis comentar as acusações do director do semanário “Sol”, que se queixa de pressões por parte do Governo da República: «Já disse que nada tenho a ver nem quero ter nada a ver com aquilo em que se tornou o rectângulo. Não quero nada com aquilo. Se você reparar o rectângulo não tem, neste momento, nenhum investimento na Madeira. O que tem é forças de segurança, forças policiais, SIS, Serviços estrangeiros e Fronteiras... Ou seja, neste momento, a República Portuguesa apenas tem serviços de controlo na Região Autónoma da Madeira».
Há quem aponte os resultados de ontem como um bom prenúncio para o dia 11, dia em que será discutida a Lei das Finanças Regionais em São Bento. Comentário de Alberto João Jardim: «Seguindo os mesmos propósitos eu não falo do que se passa lá...».
Quanto à sua participação em França, destacou: «A Assembleia das Regiões da Europa engloba regiões de toda a Europa, mesmo da Europa não comunitária. É uma associação da qual eu sou co-fundador, visto que ela foi criada quando eu era presidente da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas da União Europeia. Tratando-se da assembleia anual, eu resolvi ir. Aliás, praticamente só tenh oido às assembleias gerais anuais, como co-fundador da organização».
Segundo Alberto João Jardim, «esta revelou-se bastante importante, porque conseguiu-se fazer umas conclusões finais que são um apelo para a conferência sobre as alterações climáticas em Copenhaga». «Por assim dizer, é a última grande reunião europeia antes de Copenhaga. Este fim-de-semana realiza-se no Estoril a Climeira Ibero-Americana, mas verdadeiramente europeia esta foi a última grande reunião antes da reunião a decorrer na capital da Dinamarca.», reforçou.
O líder madeirense realça que «era preciso antes dessa reunião fazer-se ouvir a voz das Regiões, porque pode-se tomar as medidas que se quiser, mas depois não são os Estados que executam essas medidas, são as Regiões e os Municípios». «Se as Regiões e os Municípios boicotarem legislação sobre Ambiente e Alterações Climáticas não se faz nada», destacou.
«De maneira que eu penso que é este um dos aspectos mais importantes da reunião, entre outros, visto que a Assembleia das Regiões da Europa tem comissões específicas sobre cooperação entre universidades e entre regiões de turismo (nós temos cooperação nessa área), tem o programa Eurodisseia, em que a Região também participa e que mexe com intercâmbios de países para outros países. Mas o núcleo fundamental foi a tomada de posição das regiões antes da conferência de Copenhaga», concluiu.
Recorde-se que o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, encerrou o plenário. Da ordem de trabalhos constaram ainda, entre outros assuntos, o programa de mobilidade da juventude europeia, inovação, energia, etc. E houve um debate aberto aos mais variados temas, durante uma das manhãs.



Jornal da Madeira

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