Feitos os devidos reajustamentos nos trajectos, as excursões continuam a ser feitas aos mesmos destinos
Os circuitos turísticos estão cada vez mais a regressar à normalidade na ilha da Madeira depois das consequências resultantes do mau tempo de 20 de Fevereiro do corrente ano. Apenas subsistem dois pontos sensíveis a exigir recuperação e que, por isso mesmo, não podem ser utilizados nas excursões. Tratam-se da Serra de Água, entre a Ribeira Brava e São Vicente, e o acesso entre o Monte e o Poiso.
Feitos os devidos reajustamentos nos trajectos, as excursões continuam a ser feitas aos mesmos destinos, como o tradicional Porto Moniz.
O Curral das Freiras que chegou a apresentar algum obstáculo já pode receber turistas, tal como a Eira do Serrado, em cima, há mais tempo.
Tirando estes circuitos feitos em autocarros, Gabriel Gonçalves, presidente da Mesa de Agentes de Viagens da ACIF – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira aponta que há igualmente algum reajustamento nos passeios a pé nas levadas, que diz se juntarem aos que estavam a ser intervencionadas em trabalhos de recuperação.
De uma forma global sublinha o bom senso que tem existido por parte dos agentes de viagens neste período onde o interesse colectivo deve ser privilegiado. Um bom senso que diz existir desde a primeira hora, com as diferentes agências a complementarem a informação das suas congéneres no sentido de aperfeiçoar a oferta a disponibilizar aos turistas.
Recorda, houve trabalho de casa antes de relançar as excursões que já estavam rotinadas, não só para se inteirarem de que tudo estava a 100% como para poder reajustar os circuitos que careciam. Foi isso que fez, por exemplo, Belinda Sousa, directora-geral e proprietária da Island Events – Destination Management Company, que trabalha muito na realização de excursões para os passageiros dos navios de cruzeiros que passam pelo Funchal. Confidenciou ter adaptado excursões na primeira semana a seguir ao 20 de Fevereiro, depois de ter tido dois dias extenuantes pela ilha a alinhavar rotas alternativas consentâneas com o estado das estradas e dos locais.
Passado este tempo, Gabriel Gonçalves transmite um discurso de optimismo. Diz que a Madeira teve mau tempo naquele dia mas que, pese embora tenha resultado em danos materiais e mortes, não foi uma grande catástrofe como as que acontecem por esse mundo fora. Daí desdramatizar por completo problemas nos circuitos turísticos. «Tudo está praticamente operacional», acentua.
Contudo, refere que existe alguma sensibilização igualmente entre todos quanto programam excursões, no sentido de evitar passar em algumas áreas que possam estar mais sensíveis, depois de chuvas mais acentuadas. Isto porque, enquanto os terrenos não estiverem totalmente secos, admite que possa haver deslizamento de terras. E aí não tem dúvidas que mais vale prevenir.
Quanto a curiosidades dos turistas por vestígios do que ocorreu na Madeira acentua que desconhece que haja quem tenha essa curiosidade mórbida. Pelo contrário, salienta que os turistas continuam a vir à Madeira ávidos por conhecer a ilha ou para revisitar pontos que já estiveram.
Em relação ao número de excursões nos dias sequentes ao mau tempo reconhece que houve alguns. No fundo, reflectindo a quebra que houve no número de turistas que, receosos pela imagem que os media empolaram, e sem outro ponto comparativo nos primeiros dias, optaram por cancelar ou adiar as férias à Madeira. Ora, esta ligeira quebra acabou por reflectir-se nos clientes que procuram excursões.
O agente de viagens acredita que a Festa da Flor, que já era realmente relevante como um dos principais cartazes turísticos da Madeira, assumida como o trampolim para relançamento do destino em termos mediáticos, venha a constituir a mola de toque.
Factor relevante ao qual complementa com as acções que o Turismo da Madeira tem feito desde a primeira e que continuam a ter continuidade como seja o relançamento da nova imagem apresentada durante esta semana em Berlim, no decorrer da feira de turismo ITB, que hoje fecha as portas na Alemanha.
Não obstante, acredita que o mercado nacional, depois de ter registado subidas significativas o ano passado no destino Madeira, venha a ser este ano aquele que irá reagir primeiro e em maior força, por uma questão de proximidade e de solidariedade.
Pontos de interesse mantêm a chama da atracção
As visitas de turistas continuam. Normais. Ao Jardim Botânico, à Quinta Monte Palace, ao Cabo Girão e ao centro da cidade do Funchal, concretamente ao Mercado dos Lavradores e área da Sé, para só falar de alguns que presenciamos, continuam o seu ritmo. Indiferentes a factores que ultrapassam o objecto das suas deslocações para férias à Madeira, apreciam os jardins e as múltiplas plantas e flores e as vistas que os pontos turísticos proporcionam.
Os turistas continuam o seu ritmo de visitas em autocarros de turismo, carrinhas, em táxis ou simplesmente em carros de aluguer.
Podemos evidenciar que no caso concreto da cidade do Funchal, há a registar um reajustamento nos circuitos, sobretudo pelo facto da faixa sul da Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses continuar encerrada ao trânsito, uma vez que continua reservada para as operações de acesso ao aterro provisório feito a este do cais.
De resto, com os devidos reajustamentos, as duas empresas que exploram os circuitos na cidade, com os seus autocarros de dois andares, continuam a transportar turistas pelas ruas e avenidas do Funchal.
No entanto, é evidente que por não estarmos num dos principais meses de escalas de navios no Porto do Funchal, aquele movimento citadino natural que acontece quando estão navios de cruzeiro, é menor. Factor que irá mudar fortemente em Abril, quando paquetes que se posicionaram na área das Caraíbas e todas aquelas costas das Américas do sul e norte, regressam à Europa para os seus cruzeiros de Verão no Mediterrâneo e no norte da Europa, irão passar pela Madeira. São os tais cruzeiros que Bruno Freitas, presidente dos Portos da Madeira não quer ter apenas de passagem mas de forma mais continuada precisamente nos meses quentes do ano, altura em que o Porto do Funchal é quase um deserto.
Jornal da Madeira
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não serão aceites comentarios de anonimos