sexta-feira, 26 de março de 2010
Funchal negoceia escalas no Verão
Presença na Seatrade de Miami permitiu contactos com grandes companhias e a oferta de condições de operação mais atractivas para os meses fracos
Data: 26-03-2010
O Porto do Funchal poderá ganhar novas escalas, sobretudo durante o meses de Verão, na sequência de vários contactos estabelecidos pela Administração de Portos na vigésima sexta edição da Seatrade de Miami, a maior feira do sector de cruzeiros a nível internacional.
De acordo com Bruno Freitas, o presidente da APRAM, "a posição estratégica das rotas inseridas no Atlântico saiu reforçada das reuniões mantidas com as companhias de navios de cruzeiro, no âmbito da parceria e da promoção conjunta entre os Portos da Madeira e de Canárias e, neste sentido, perspectiva-se que os próximos dois anos apresentem uma tendência de crescimento semelhante à registada nestes últimos dois anos, na ordem dos 3% no que se refere às escalas e, dos 7%, no que toca aos passageiros".
Assumindo novas dinâmicas comerciais, os Portos da Madeira participaram pela primeira vez em parceria com os portos nacionais, numa estratégia concertada e integrada que conseguiu promover uma imagem global da marca Portugal e das suas regiões, concretamente do destino Madeira, enquanto destino preferencial nas rotas de cruzeiros do Mediterrâneo e Atlântico Norte. Esse facto foi realçado pelo gestor público, pois entende que "a promoção da Madeira em geral e, do Porto do Funchal, em particular, ganharam, no âmbito desta integração nacional, um destaque e uma expressão que importam reforçar para o futuro, em acções promocionais ou em qualquer outras iniciativas que visem a divulgação do nosso potencial relativamente à exploração desta indústria".
Aliás, Bruno Freitas revela que em Miami "iniciaram-se, também, os primeiros contactos para o desenvolvimento de um estudo que irá definir e criar circuitos turísticos de cruzeiros onde deverão ser englobados, pelo menos, dois portos nacionais".
Novidade, mesmo, é a expectativa dos responsáveis madeirenses de captar novas escalas para os próximos anos, concretamente para os períodos de Verão, já que essa foi outra das estratégias seguidas pela APRAM junto dos operadores, no sentido de esbater a sazonalidade que o Porto do Funchal ainda regista em determinadas alturas do ano.
"A ideia é canalizar novas escalas para as épocas baixas do Porto, de forma a conseguir-se um maior equilíbrio entre a oferta e a procura desta nossa infra-estrutura por parte das companhias de navios de cruzeiros", diz o presidente da APRAM que confirma reuniões e contactos com a Aida Cruises, TUI, Disney Cruises e Pullmantur.
Obviamente que a deslocação a Miami foi aproveitada, também, para apresentar a nova Gare Marítima Internacional e dos efeitos que esta infra-estrutura terá tanto na melhoria das condições de segurança e comodidade que se oferecem aos passageiros, como na dinamização dos serviços de apoio aos cruzeiros que cheguem à Região.
Diz Bruno Freitas que a apresentação feita "chamou a atenção para a possibilidade de se potenciar este novo terminal através das operações de turn-around, no sentido de maximizar e melhor rentabilizar o investimento que será feito. Investimento que, aliás, mereceu o reconhecimento dos operadores que consideram a aposta da Madeira neste novo terminal como uma opção estratégica e determinante para reforçar a posição preferencial da Madeira na rota das escalas programadas para esta zona geográfica".
João Welsh, o 'patrão' da centenária João de Freitas Martins, esteve em Miami, destacando ao DIÁRIO, em jeito de balanço, que "existem boas perspectivas do número de escalas aumentarem, já que os armadores vão colocar mais navios no Mediterrâneo".
João Welsh deixa alerta
Para este agente, a presença na feira deverá traduzir duas novas situações para a sua agência e para a Madeira, mostrando-se satisfeito com os encontros que manteve.
Tendo aproveitado a deslocação à maior feira mundial do sector, João Welsh assistiu a diversas conferências, tendo concluído que diferentes portos em todo o mundo "estão a ampliar as suas zonas de acostagem, pois os navios em construção são em maior porte", opção justificada num previsível aumento da procura.
Welsh manifestou, aliás, a preocupação da Madeira não estar a encarar esta opção como inevitável, isto se não quiser perder escalas, turistas e muitas receitas.
Uma oferta mais alargada de serviços, aproximando o sector da hotelaria tradicional, uma ainda maior segmentação do produto e uma clara identificação do público-alvo foram outras mensagens veiculadas, em que os especialistas revelam outro dado: as redes sociais estão a ganhar importância, mas no caso dos cruzeiros o agente continua a ser o parceiro privilegiado.
Nesta feira estiveram representados 119 países, empresas e companhias de navios de cruzeiro, distribuídos por cerca de mil stands em exposição. Estima-se que tenham sido registadas mais de 10 mil visitas.
DN Madeira
http://www.cruiseshippingmiami.com/
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