quinta-feira, 25 de março de 2010

96 mil euros para recuperar e melhorar semáforos

Eixo da Ribeira de João Gomes foi o mais prejudicado pela intempérie







AA Câmara Municipal do Funchal vai investir 96 mil euros na recuperação e melhoramento do sistema de semaforização ao longo de todo o eixo da Ribeira de João Gomes, que ficou seriamente afectado pela intempérie de 20 de Fevereiro último. Dentro desta área, foram prejudicados os cruzamentos junto às pontes da Rua Fernão Ornelas, da Rua do Carmo, do Campo da Barca e uma outra que está localizada em frente à Secretaria do Equipamento Social. Tirando este eixo, há ainda uma ou outra situação pontual, mas que será resolvida até ao dia 1 de Abril.
Bruno Pereira, vice presidente da Câmara, referiu ao JM que o investimento só não é mais avultado porque o pessoal da Câmara afecto ao trânsito, desde a primeira hora, foi para o terreno e conseguiu retirar o equipamento informático (computadores) que se encontrava dentro dos chamados comandos, sendo que cada um deles tem um custo, no mínimo, de 11 mil euros. «Alguns são mais caros pois têm outros equipamentos associados», disse.
Feitas as contas, foram 46 os postos de semaforização afectados, não só pela própria intempérie, mas também pelos trabalhos de limpeza da própria ribeira e abertura de valas para colocação de saneamento básico na Rua do Anadia, durante o qual foram atingidas muitas das condutas por onde passam os cabos que alimentam os vários semáforos.
As obras de recuperação estão a decorrer através de um procedimento por ajuste directo, sob a responsabilidade da empresa Eyssa Tesis, sendo que o valor de 96 mil euros será também aplicado no “upgrade” do sistema que existia. Aliás, era intensão da Câmara alterar, ao longo dos próximos anos, as “cabeças” dos semáforos, substituindo as lâmpadas de filamentos incandescentes pelas de LED. Estas têm a vantagem de não provocar um efeito de encadeamento tão grande com o sol, têm um consumo energético mais baixo e uma durabilidade maior. O único senão é o custo de aquisição superior.
Por outro lado, será também aumentado o número de sensores (espiras electromagnéticas) em alguns arruamentos, nomeadamente, Fernão de Ornelas, Campo da Barca (para quem desce da descida da Cota 40), antes da Ponte do Carmo, na Rua do Anadia (antes do cruzamento com a Fernão Ornelas) e no Oudinot (antes da Ponte do Carmo). Estas espiras funcionam como uma espécie de íman que é activado quando os carros passam, permitindo um conjunto de informações para o comando que fazem activar os semáforos e encurtar os ciclos.
Também serão colocados 46 novos avisadores acústicos em 23 passadeiras, para além de novos cabos já que estes sistemas não permitem “emendas”. Para a cabelagem, estão destinados 20 mil euros.
Ao mesmo tempo, a autarquia vai aproveitar para proceder à ligação por cabo subterrâneo de dois cruzamentos fundamentais, que utilizavam até hoje um aparelho de rádio, com recurso a uma pequena antena, muitas vezes sujeito a actos de vandalismo. Falamos do cruzamento da Fernão Ornelas/Mercado com o comando da Praça da Autonomia.
A Câmara vai também, à semelhança do que já acontece do outro lado, semaforizar a passadeira que liga a Rua do Anadia ao Oudinot.
Recorde-se que o Funchal tem hoje 300 semáforos para veículos e outros 300 para peões. Em consequência da intempérie, é renovado o eixo da João Gomes, mas é intenção da Câmara proceder à remodelação dos restantes nos próximos três anos.
Entretanto, ao nível da pavimentação, tudo está a decorrer a bom ritmo, sendo que a Rua do Anadia está já praticamente alcatroada, seguindo-se depois outras também afectadas pelo temporal. Quanto àAvenida do Mar, serão efectuados bons remendos. «Remendos não é tapar buracos. Vamos abrir cortes de 20 metros nos locais mais afectados, frezagem e recargas. É a Zagope que terá essa empreitada», complementou Bruno Pereira que também fez questão de explicar as obras que decorrem actualmente no Pelourinho.
«Todo o quarteirão da Travessa da Malta, Largo do Pelourinho e Rua Dirieita está a ser adquirido por um conhecido empresário da nossa praça, que apresentará um projecto de reconstrução urbanística para o local, dentro de 2/3 anos. Sabendo que esse projecto acontecerá nos próximos anos, não faz sentido ir calcetar todos aqueles pavimentos para que daqui a dois anos os camiões qiue lá andarem os danificarem. Por isso, provisoriamente, a Câmara está a alcatroar esses arruamentos por forma a que se possa circular nesses arruamentos», disse.

Demolição de praça vai ter implicações no trânsito

Com a demolição da praça existente entre a Rua do Anadia e o Oudinot, perspectivam-se novas dificuldades para o trânsito. Recorde-se que a cobertura da ribeira no local – algo que se iniciou nos anos 70 – possibilitou a construção de uma terceira via, que possibilitou a construção de docas para autocarros de turismo mas também uma faixa para as viaturas que queriam aceder à Rua do Hospital Velho, permitindo desbloquear as duas faixas para quem queria seguir para a Avenida do Mar. Agora, a situação volta a ser a mesma de há anos atrás.
«Com este temporal, como nunca tinha acontecido, mas aconteceu, e não sabemos quando poderemos ter uma nova situação como esta, há aqui novas questões nesta variável, sendo a da segurança um valor primordial que se sobrepõe a todo o resto. Para que no futuro, perante um fenómeno semelhante a este, seja mais fácil limpar, concerteza que não será ocupado. Significa que ficará alguma fluidez de trânsito fectada, mas o valor da segurança sobrepõe-se a todo o resto. E é nesse sentido que pedimos sempre a compreensão das pessoas, quer particulares, quer das empresas de turismo e agências de viagens, tentando criar noutras ruas alternativas para o estacionamento», explicou Bruno Pereira.


Jornal da Madeira

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