sábado, 27 de março de 2010

Câmara de Lobos tem 61 estradas para arranjar

Relatório final da autarquia dá ainda conta da necessidade de danos em 90 habitações








A A Câmara Municipal de Câmara de Lobos já concluiu a monitorização dos taludes que inspiravam mais perigo de derrocada ou de deslizamento, bem como já foram inventariados outros pontos críticos. A autarquia vai agora intervir, nalguns casos de forma profunda, em 61 estradas. Quanto a casas atingidas, entre total e parcialmente danificadas, foram inventariadas 90, que deverão representar um investimento total de 1,135 milhões de euros.
A autarquia de Câmara de Lobos, explica o presidente Arlindo Gomes, já concluiu o relatório final dos estragos provocados pelo temporal de 20 de Fevereiro. Um documento exaustivo onde está definido o que se passou e explicações técnicas para o sucedido, locais de maior risco, trabalhos já efectuados, inventários feitos, etc.
Nesse relatório, diz o presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, foram identificadas as casas danificadas pelo temporal, total ou parcialmente. São 90, com estragos estimados, na globalidade, de 1.135.480 euros. Em número de habitações, o Estreito de Câmara de Lobos (23) e o Jardim da Serra (22) foram os mais atingidos, seguidos de Câmara de Lobos (19), Curral das Freiras (16) e Quinta Grande (10).
No entanto, foi no Curral que os estragos ganham maior dimensão (402.550 euros). No Jardim da Serra os danos também foram de monta (308 mil euros).
O temporal provocou ainda fortes prejuízos nas estradas locais. Cerca de 76 quilómetros de vias de comunicação apresentaram danos e prejuízos em diversos sectores, desde muros de suporte ao pavimento. Há, inclusive, ruas que sofreram fortes condicionalismos à circulação apeada e automóvel, como foram as estradas Dr. Alberto Araújo (fortes prejuízos no pavimento), da Fajã das Galinhas (danos profundos no pavimento, muros destruídos, ausência de guardas e obstrução de ribeiros), da Corrida ao Jardim da Serra (várias passagens hidráulicas obstruídas, provocando danos avultados no pavimento e nos automóveis que se encontravam estacionados) e o caminho do Terço (queda total e parcial dos muros de suporte sobranceiros à estrada e das muralhas de contenção da ribeira; deslizamentos em áreas adjacentes aos pilares da via rápida).
Neste último caso, como se trata de uma área fortemente agrícola, o secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Manuel António Correia, esteve, na passada terça-feira, no local, acompanhando Arlindo Gomes. Do encontro ficou decidido um plano de acção, que passa por garantir rapidamente o acesso viário ao local, embora condicionado. As outras obras ficarão um pouco mais para a frente.
No Jardim da Serra, foram afectadas treze estradas, no Estreito de Câmara de Lobos 23, em Câmara de Lobos sete, na Quinta Grande nove e no Curral das Freiras outras nove, ou seja 61 no total. Para além de dezenas de acessos pedonais em todas as freguesias.
Paralelamente, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos tem monitorizado os taludes que apresentavam um risco potencial de colapso. O controlo incidiu, especificamente, em vertentes que manifestavam sinais evidentes de instabilidade. Neste sentido, analisaram-se taludes nas estradas do Cabo Girão (dois, um dos quais junto à entrada da Vereda do Facho), Nova do Pedregal (junto às instalações da “Alumilha”) e Ribeira Garcia (junto à vereda do Lombo do Galo).

98 “derrocadas” em todo o concelho

Também foram identificados uma série de pontos críticos, nomeadamente vias de acessos pedonais a terrenos agrícolas e a infra-estruturas de distribuição energética.
Realce-se que foram registados, entre deslizamentos, derrocadas e quedas de árvores e muros, 98 ocorrências, a maioria no Estreito de Câmara de Lobos (32%) e no Jardim da Serra (21%), com Quinta Grande, Curral e Câmara de Lobos a registarem, respectivamente, 16%, 15% e 14% das situações.
A maior parte das situações deveram-se a deslizamentos de terras (53 casos).

Alojamentos nos centros comunitários

Arlindo Gomes lembra que a maioria das pessoas que viram as suas casas afectadas pelo temporal. Outras ficaram alojadas em casas de familiares/amigos (21 famílias, 91 pessoas). Outros foram instalados em abrigos temporários, sobretudo em centros comunitários. O de Câmara de Lobos chegou a ter 19 pessoas, o do Estreito cinco elementos e o da Casa do Povo do Curral das Freiras 13 pessoas.
Por outro lado, destaca que desde 22 de Fevereiro que os munícipes com queixas relacionadas com o temporal foram encaminhados e atendidos na Divisão de Intervenção Social e Habitação da CMCL, que elaborou um relatório do levantamento de danos em habitações particulares, onde se inclui a caracterização social das famílias afectadas, os danos causados pelo temporal, as principais obras de intervenção necessárias e a estimativa de custos para a recuperação de todo o património habitacional.

34 ribeiros ficaram obstruídos

O relatório registou 34 canais de água obstruídos, a maioria dos quais no Estreito (12) e no Jardim da Serra (11). O Curral das Freiras teve seis, Câmara de Lobos três e Quinta Grande dois. Os casos mais graves aconteceram nos ribeiros junto à Estrada do Brasileiro, à Estrada Nova do Castelejo e do Pomar Novo. Vai-se agora redimensionar a passagem hidráulica e a canalização na área atingida.
Arlindo Gomes destaca ainda que o cenário com que se deparou no primeiro dia (esteve logo nos locais mais atingidos, junto com outros autarcas) era impressionante, mas destaca o trabalho de limpeza e reconstrução efectuado pela Câmara e pelo Governo.



Jornal da Madeira

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