Cerca de 300 crianças das escolas do 1.º ciclo do concelho da Ribeira Brava concentraram-se no Pavilhão da Serra d'Água para comemorar o Dia da Árvore. Ali, nos jardins, plantaram árvores, as quais, segundo o presidente da Câmara, devem ser encaradas como «o símbolo do crescimento novamente da freguesia da Serra d'Água». Dirigindo-se aos alunos, Ismael Fernandes disse que «nós, todos juntos, temos de fazer outra vez esta freguesia crescer».
Cerca de 300 crianças das escolas do 1.º ciclo do ensino básico do concelho da Ribeira Brava comemoraram, ontem, o Dia Mundial da Árvore, no Pavilhão da Serra d'Água.
A iniciativa, desenvolvida pela Câmara Municipal e pela Delegação Escolar daquele município, teve uma forte componente simbólica, tendo em conta o facto de se ter realizado naquela que foi a freguesia mais atingida pelo temporal de 20 de Fevereiro.
Na ocasião, os alunos, acompanhados pelos professores e pelo presidente da autarquia, Ismael Fernandes, plantaram no jardim uma árvore por cada escola, num acto que simbolizou também o reerguer da freguesia.
Dirigindo-se às crianças, o edil sublinhou a importância deste acto e deixou uma mensagem de esperança e confiança no futuro. «Uma das boas acções que nós fazemos é olharmos pelo ambiente, plantarmos árvores, cuidarmos das nossas árvores em casa», disse, sublinhando que estes actos são agora, «mais do que nunca», importantes, atendendo ao temporal que devastou aquela localidade. Neste sentido, referindo que a Serra d'Água «passou por um mau bocado» devido ao temporal que a devastou, o presidente da Câmara disse aos alunos que «nós, todos juntos, principalmente os mais jovens, temos de fazer outra vez esta freguesia crescer, de uma forma harmoniosa e segura, de maneira a que as pessoas que vivem aqui se sintam seguras e se sintam bem a viver na freguesia da Serra d'Água».
Segundo Ismael Fernandes, esta tarefa também compete aos mais pequenos. «Tentem sensibilizar-nos a nós que somos os maiores e às vezes não sabemos cuidar tão bem do ambiente e que às vezes não tomamos as decisões mais certas em relação a muitas situações, principalmente em relação à segurança onde as pessoas vivem. Têm de ser vós, que estão agora a dar os primeiros passos, a sensibilizar os mais adultos para esta problemática da segurança e cuidar do ambiente», apelou. Por isso, considerou que as árvores ontem plantadas devem ser encaradas como «o símbolo do crescimento novamente da freguesia da Serra d'Água». «Vamos plantar as árvores, vamos cuidar delas, vamos cuidar do ambiente, de maneira a que todos, principalmente vós, quando chegarem à nossa idade, tenham uma terra cada vez mais bonita e ainda muito melhor do que hoje». É que, afirmou ainda, «hoje a nossa terra é bonita, as pessoas gostam dela, mas cada vez vamos ter de gostar mais da nossa terra».
O autarca disse ainda que a celebração do Dia Mundial da Árvore na Serra d'Água é também uma forma de começar a normalizar a vida na freguesia. «Acima de tudo, é uma homenagem às pessoas da Serra d'Água, através dos seus jovens que andam na escola, para que eles transmitam aos seus pais esta alegria que demonstram e, com essa alegria, consigam contagiar as pessoas mais velhas, de maneira a que a vida normalize aqui na freguesia», frisou.
Por seu turno, Sérgio Aguiar, delegado escolar da Ribeira Brava, adiantou que a intenção foi concentrar os alunos do 4.º ano, aos quais se juntaram alguns do 3.º e todos os da Escola da Serra d'Água, para plantar uma árvore nesta freguesia, contribuindo também simbolicamente para a sua renovação. As actividades integraram ainda vários jogos tradicionais e culminaram com um almoço oferecido pela autarquia. Foi ainda entregue um prémio a uma aluna no âmbito da educação rodoviária.
«A vida está a decorrer normalmente»Pouco mais de um mês depois da intempérie, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, em declarações ao JM, referiu que neste momento «a vida está a decorrer normalmente» e que os trabalhos de reconstrução avançam a bom ritmo.
Ismael Fernandes adiantou que, «do ponto de vista da Câmara Municipal, tentámos resolver os problemas básicos que tínhamos, designadamente as redes de abastecimento de água e de saneamento básico, e criar condições para que as escolas e todas as outras instituições funcionassem no concelho». Neste sentido, disse que «neste momento, a vida está a decorrer normalmente, estão assegurados os transportes públicos, a rede de água, o saneamento básico e a recolha de lixo, os serviços municipais estão a decorrer normalmente e todas as outras instituições estão a desenvolver as suas actividades». No que se refere à prática desportiva, afirmou também que é uma constante no concelho, «embora nós, com os nossos clubes, principalmente o futebol, tenhamos de ir a outros sítios».
Neste momento, ainda existem algumas pessoas do concelho da Ribeira Brava em unidades hoteleiras e outras instituições, em consequência do mau tempo. «Não tenho bem a certeza de quantas, porque este fim-de-semana houve novamente realojamentos, mas devem haver cerca de trinta e poucas pessoas», disse o presidente da edilidade, acrescentando que as mesmas encontram-se em residenciais no norte da ilha, no Lar de São Bento da Ribeira Brava e na residencial “Valemar”.
As soluções que estão a ser encontradas, através da Investimentos Habitacionais da Madeira, passam pelo aluguer de casas e apartamentos, «de maneira a que essas pessoas sejam reencaminhadas para esses locais, para que consigam normalizar a sua vida sem estarem em pavilhões ou em residenciais e que fiquem o mais perto possível das suas habitações», sublinhou.
Jornal da Madeira
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