Data: 18-03-2010
O Taiwan quer ajudar a Madeira com uma verba para fazer face à tragédia de 20 de Fevereiro. No entanto, a solidariedade causou um embaraço diplomático, já que o país não tem representação em Portugal e o Governo português viu-se a braços com um problema: Por um lado não quer aborrecer a China, por outro não pretende ofender a boa-vontade de Taiwan, até porque todas as ajudas são bem-vindas.
O estatuto político do país é controverso. A República Popular da China considera Taiwan como parte do seu território soberano, e que a República da China (outra designação para Taiwan) é uma entidade extinta (logo ilegítima). A actual posição da administração é que Taiwan é sinónimo de República da China e que portanto é um estado independente e soberano.
Certo é que o Governo de Taipé mostrou interesse ao Governo Português em colaborar com a reconstrução da Madeira. No entanto, quis que essa solidariedade, cujo montante se desconhece, fosse oficial. Se Taiwan desse a verba directamente à Região seria o assumir de que estamos perante regiões com estatutos semelhantes.
O caso já esteve no Ministério dos Negócios Estrangeiros, que evitou compromete-se, e agora tem sido deslindado pelo presidente da comissão de Negócios Estrangeiros da Assembleia da República, Ribeiro e Castro, que tem tratado o assunto com pinças.
"O que se passa é que não temos relações diplomáticas formais com o Taiwan e temos de tratar a questão com delicadeza de forma a que não haja problemas", explicou o deputado do CDS-PP.
O responsável sublinhou que estas questões não são "brincadeiras" e que tem de se fazer tudo para um bom "desfecho político e diplomático". A solução encontrada para já passa por uma entrega formal do cheque aos deputados madeirenses na Assembleia da República, a quem caberá canalizar a ajuda para instituições regionais.
DN Madeira
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