O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais disse ontem, nas comemorações do 99.º aniversário do Corpo de Polícia Florestal, que decorreram na freguesia do Campanário, que a Região vai adquirir — se necessário por via de expropriação — cerca de 600 hectares distribuídos pelos concelhos de Câmara de Lobos, Ribeira Brava e Ponta do Sol.
Uma aquisição que, segundo Manuel António Correia vem no seguimento de uma política do Governo Regional, no sentido de deter terrenos estratégicos para uma «verdadeira e adequada floresta, protectora da biodiversidade, dos recursos hídricos e da segurança das populações que vivem a jusante das mesmas».
Manuel António Correia aproveitou ainda para anunciar que o Governo Regional «acaba de adquirir, por expropriação, nas serras do concelho do Funchal, mais 25 parcelas de terreno, que perfazem 332 hectares, pelos quais suportou um custo de 674 mil euros. Essa posse, permitirá o arranque, ainda este ano, dos trabalhos para a plantação de mais cerca de 400 mil árvores, num investimento de cerca de 4,3 milhões de euros, com apoios comunitários e do Orçamento Regional, com conclusão da plantação prevista para 2011».
Tal como afirmou, «com mais esta aquisição, o Governo Regional fica na posse de um total de 1.760 hectares nas serras do Funchal e também de Câmara de Lobos, constituindo o projecto “Tampão Verde”, lançado no ano de 2001. Se juntarmos os integrados no Parque Ecológico do Funchal, na posse e gestão da respectiva câmara municipal, temos que hoje os terrenos mais estratégicos nestas serras estão na posse públicas».
No dia em que se assinalava, também, o Dia Mundial da Floresta, Manuel António Correia aproveitou, igualmente, para dizer que, «depois de 500 anos da regressão, devido ao povoamento do território, ao uso da floresta para a satisfação de necessidades básicas e pela presença do pastoreio desordenado, a floresta madeirense está em fase de expansão através do aumento da área efectivamente florestada e da melhoria da qualidade dos povoamentos florestais».
Conforme recordou, «a aquisição de vastas áreas florestais para a posse pública — por compra ou arrendamento, o trabalho —concluído em 2003 — de proibição e retirada de cerca de 50 mil cabeças de gado, que antes delapidavam as nossas serras, foram decisivos no processo de melhoria da floresta madeirense».
Em consequência, acrescentou o governante, «além do trabalho feito por alguns municípios e associações particulares, só o Governo Regional arborizou, nos últimos 15 anos, 908 hectares e plantou um milhão e 200 mil árvores nas nossas serras, que foram acrescentadas à área efectivamente florestada».
Em seu entender, «os recentes acontecimentos tornaram evidente, aos olhos de todos, a importância destes trabalhos de reflorestação e dos benefícios dela decorrentes. Este trabalho permitiu consolidar solos que ganharam resistência à erosão, particularmente, à provocada pelas chuvas de magnitude excepcional que assolaram a Região desde Outubro do ano passado, e com particular ênfase em Fevereiro último, reduzindo os riscos de enxurradas que engrossariam, ainda mais, as linhas de água, permitindo, desta forma, proteger muitas vidas e preservar muitos bens».
Polícia Florestal com mais meios técnicos e humanos
O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais aproveitou, ontem, as comemorações do 99.º aniversário do Corpo da Polícia Florestal, para anunciar mais meios para aquela instituição, nomeadamente, a abertura de concurso público para aquisição de 13 veículos com aptidão de circulação na área florestal.
Manuel António Correia aproveitou ainda para recordar o esforço que tem sido feito na melhoria dos postos florestais, com intervenção nos postos do Jardim da Serra e Santa do Porto Moniz, estando para breve melhoramentos também no posto florestal do Fanal. Ao nível dos recursos humanos, Manuel António Correia anunciou que foi aprovada, na semana passada, a entrada ao serviço de cinco novos elementos para aquele corpo policial, elevando para 83 o número total de efectivos naquela instituição.
Jornal da Madeira
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