A exposição será dividida por três grandes temáticas, distribuídas por diferentes salas
Data: 07-01-2010
O Palácio de São Lourenço vai acolher o futuro museu militar da Madeira, o qual está já a ser instalado. Actualmente, o exército possui dois núcleos museológicos, um no Palácio de São Lourenço e outro no Forte de São Tiago. Agora, reúne o espólio num mesmo espaço, acrescentando-lhe novas peças e reforçando a presença num monumento que está sob a tutela do Estado, mas que é há muito reclamado pelo Governo regional.
De acordo com o pré projecto de instalação do museu, serão consideradas três grandes temáticas: a Madeira no Contexto da Expansão Portuguesa, a História Militar da Madeira e as Fortificações e Infra-estruturas Militares da Região.
A entrada do museu far-se-á por uma zona rebaixada em relação ao Largo da Restauração, pelo que não possui boa visibilidade para captar a atenção de quem passa. Nesse sentido, há a intenção de colocar um mastro e uma lona/bandeira que sirva de anúncio, assim como uma peça de alguma dimensão, mas não de muita qualidade, de modo a não ser vandalizada. A sugestão vai para o morteiro de 1680, do qual existem exemplares na entrada do Museu Militar de Lisboa e no Museu da Marinha, julgando-se existirem outros exemplares nas antigas Oficinas Gerais do Fardamento e Calçado.
Na lona, deverá constar o logotipo do exército ou o seu brasão de armas, o nome do museu, o horário de abertura e o logotipo do próprio museu. Para este último, é sugerido o Oficial da Guarnição do Funchal, editado em Londres, em 1821.
O primeiro núcleo, dedicado à Madeira no Contexto da Expansão Portuguesa, deverá ocupar a sala de entrada da antiga casa da Guarda. As peças principais serão dois textos, a montar a parede direita sob o Escudo Nacional do Estado Novo. Estão também previstas alguns peças ilustrativas, como a réplica do astrolábio da Nau Madre de Deus, de 1610, a qual deverá figurar entre as duas lonas. O centro da sala deverá ser ocupado pela maqueta da Caravela Portuguesa de 1480.
Está ainda por definir a solução para um grande nicho existente sobre a parede poente, montado em 1642, e que antes era ocupado pela imagem de Santa Bárbara da Diocese do Funchal. Contudo, há, para já, a indicação do gesso do Infante D. Henrique, existente no Museu Militar de Lisboa. A peça foi executada pelo escultor madeirense Francisco Franco para a exposição internacional de Vincennes, tendo o bronze efectuado a partir desse gesso sido oferecido ao Museu do Jogo da Pela em Paris.
O segundo núcleo, sobre a História Militar da Madeira, ficaria situado na antiga Casa do Sargento da Guarda. À semelhança da sala anterior, o primeiro elemento seria um texto em lona, mas de menores dimensões. Nele, seria explicado o interesse geral do Funchal e da ilha da Madeira, assim como a construção da fortaleza. O texto incluiria ainda a importância da Madeira no século XVI e encerraria com a explicação da projecção de forças efectuado ao longo dos séculos seguintes, em especial para o Brasil, Angola e Índia.
Além da reprodução de várias imagens, serão exibidos neste núcleo um capacete e um peitilho dos meados ou finais do século XVII, assim como a reprodução do retrato do madeirense João Fernandes Vieira, o herói da restauração de Pernambuco, no Brasil, uma peça de acompanhamento de Bartolomeu da Costa e a maqueta do Endeavou, do comandante James Cook. Nas paredes, serão colocadas reproduções de documentos acrílicos com militares e fardamentos dos meados do século XVIII.
O acesso ao último núcleo faz-se por um corredor de ligação, o qual será ocupado pelo morteiro de D. Pedro II, recolhido em Elvas, e pela maqueta da fortaleza de São Lourenço. Nas paredes deverão ser colocadas duas reproduções de litografias inglesas de 1821.
No núcleo sobre as Fortificações e Infra-estruturas Militares da Região, haverá igualmente uma lona informativa à entrada, com uma referência especial ao aluvião de 1803. Os diversos sub-núcleos serão ainda ilustrados por peças de armamento utilizadas ao longo de vários períodos. Também aqui ficará representada a visita régia à Madeira, em 1901, com a visita do rei D. Carlos aos quartéis de Infantaria e Artilharia. O envolvimento da Madeira na 1.ª Grande Guerra , as revoltas das Farinhas e da Madeira, de 1931, o desenvolvimento das instalações fixas das baterias de costa e antiaéreas que marcaram o período da 2.ª grande guerra e a participação das forças mobilizadas pela Madeira para as campanhas coloniais marcam os restantes elementos da sala.
DN Madeira
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