domingo, 24 de janeiro de 2010

Santa Cecília com Igreja prevista para o final do ano

Novo Templo irá custar cerca de três milhões de euros, que serão assegurados pelo Governo Regional e pela Paróquia; Por seu turno, a Paróquia da Atouguia lançará este ano o concurso para a nova Igreja







A nova Igreja da Paróquia de Santa Cecília, em Câmara de Lobos, está previsto ficar concluída em finais deste ano, adiantou ao JORNAL da MADEIRA o pároco local.
O novo templo terá um valor de cerca de três milhões de euros. Deste montante, uma parte (2,6 milhões de euros, como já foi noticiado) é assegurada pelo Governo Regional, através da Secretaria Regional do Plano e Finanças, através de contrato-programa com a Paróquia, e o restante é assegurado pela própria Paróquia.
O padre Francisco Caldeira sublinha que a construção da Igreja (cujo projecto é da autoria do arquitecto Luís Jorge Santos) sempre foi um desiderato da população desde que a paróquia foi constituída, há cerca de 50 anos. Com o aumento significativo da população naquele meio, este desejo tornou-se mais forte, de modo que, quando foi lançada a ideia de adquirir o terreno, foi o próprio povo que o comprou, na altura por 100 mil contos. «As pessoas todas se empenharam em arranjar fundos, por diversos meios e diversas iniciativas», disse, acrescentando que as mesmas «estão muito empenhadas» para a construção do templo.
Salientando o empenhamento da população, o padre da paróquia de Santa Cecília enaltece igualmente a importância fundamental da comparticipação governamental para esta nova infra-estrutura. É que, sublinha, sem o apoio do Governo Regional não seria possível fazer uma Igreja «com esta capacidade e com esta valorização e beleza arquitectónica».
O responsável afirma que o novo templo é feito com o objectivo de responder a uma necessidade existente e lembra que existe um «número enorme» de crianças na catequese, movimentos, grupos, actividades sociais, acções culturais e cultuais.
Segundo o nosso interlocutor, a nova Igreja da Paróquia de Santa Cecília terá capacidade para cerca de 500 pessoas sentadas e outras 500 de pé. Tal como referiu, «tem um espaço para que as pessoas fiquem recolhidas dentro da Igreja e não fiquem nas ruas». O projecto contempla ainda instalações para actividades sociais e culturais, salas de catequese e espaços de convívio, entre outras valências.
Em termos arquitectónicos, o pároco adianta que «há a ideia de que a Igreja é uma barca» - a barca de Pedro. «O arquitecto quis inseri-la dentro da tradição da Igreja e ao mesmo tempo que essa tradição fosse actualizada e, portanto, tivesse o seu toque de modernidade, de adaptação às ideias do tempo presente», referiu.

Atouguia deverá lançar
concurso este ano




Por seu turno, a Paróquia da Atouguia, na Calheta, também irá ter uma nova Igreja. Segundo o pároco local, a Paróquia pretende fazer o lançamento do concurso ao longo deste ano.
O padre Silvano Gonçalves avança que a construção da Igreja está estimada em 1.400.000,00 euros, dos quais uma parte será comparticipada pelo Governo Regional, através de contrato-programa, e a restante será assegurada pela Paróquia e pela Câmara Municipal. O pároco sublinha que «já desde há muitos anos que as pessoas anseiam e sonham com este novo templo» e diz que esta é uma necessidade muito grande, tendo em conta que naquela paróquia uma grande percentagem das pessoas participa na Eucaristia aos sábados e domingos e «temos muita gente a ficar na rua ao frio durante a celebração da Eucaristia».
A futura Igreja ficará situada no vale entre os dois lombos que constituem a paróquia, ou seja, no centro do território paroquial. De acordo com o padre Silvano Gonçalves, o templo, cujo projecto é da autoria do arquitecto João Cunha Paredes, insere-se dentro dos traços arquitectónicos modernos das igrejas que têm vindo a ser construídas nos últimos anos. A futura Igreja da Atouguia terá capacidade para 250 a 300 pessoas sentadas e ao lado terá um pequeno salão e várias salas de catequese, bem como ainda um adro com estacionamentos à volta.
De referir ainda que, no que diz respeito a novas igrejas, prevê-se igualmente a ampliação da Igreja do Loreto, que deverá ser lançada este ano.

Novas igrejas concretizaram anseios

Ao longo dos últimos anos foram várias as novas igrejas construídas na Região, algumas directamente pelo Governo Regional, outras com a comparticipação do Executivo, através de contratos-programa com as respectivas paróquias, as quais têm também mostrado todo o seu empenho na edificação dos novos templos.
Com a construção das mesmas, as populações viram concretizar-se sonhos e anseios, alguns dos quais já com décadas. Novos templos, com linhas modernas elogiadas por muitos, vieram dar uma nova imagem ao património arquitectónico religioso da Região e, sobretudo, colmatar as lacunas até então existentes.
As duas últimas paróquias a ser beneficiadas com novas igrejas foram a da Feiteiras, em São Vicente, cuja cerimónia de Dedicação ocorreu a 25 de Outubro de 2009, e a do Jardim da Serra, que viu a Dedicação ocorrer a 15 de Novembro do ano transacto, nas quais, o Governo Regional, através da Secretaria Regional do Equipamento Social (SRES), comparticipou, através de contrato-programa, com 1,6 e com 1,9 milhões de euros respectivamente. No caso da nova Igreja de São Tiago (Jardim da Serra), com 425 lugares sentados, aos 1,9 milhões pagos pelo Executivo, juntou-se o investimento de 700.000 euros feito pela fábrica da igreja e pela comunidade paroquial para aquisição do terreno confinante a nascente, bem como da arte sacra para o interior da igreja.
Outra das paróquias que ganhou uma nova igreja foi o Caniçal. A obra, da responsabilidade da SRES (na altura denominada Secretaria Regional do Equipamento Social e Ambiente), inteiramente suportada pelo Orçamento Regional, atingiu um montante de 2.063.246, 64 euros.
Também a população dos Lameiros, em São Vicente, viu concretizado o anseio de ter uma igreja nova. Este templo foi igualmente da responsabilidade da SRES, atingindo um montante de 807.328,40 euros.
No Funchal, a Paróquia da Nazaré foi também beneficiada com uma nova igreja (inaugurada em 2002), que teve um custo total de 1.520.000 euros. Destes, o Governo Regional, através da SRES (então Secretaria Regional do Equipamento Social e Transportes), assumiu um encargo de 770 mil euros, sendo a parte remanescente de 750 mil euros assegurada pela Paróquia, tendo sido comparticipada por contrato-programa celebrado com a Secretaria Regional do Plano e Finanças no valor de 250 mil euros.
Além destas, outras igrejas da Diocese do Funchal receberam também apoios do Executivo para a sua construção ou remodelação. No que diz respeito às novas construções, destaque-se por exemplo as igrejas da Camacha, Livramento, São José, Eiras, Santo Amaro, Álamos e Rochão (na freguesia da Camacha).

Centros e instalações paroquiais


Está previsto o lançamento das obras de construção de novos centros e instalações paroquiais em alguns locais, mediante a realização de contratos-programa entre o Governo Regional e as respectivas paróquias.
Segundo as informações facultadas pela Secretaria Regional do Equipamento Social (SRES), prevê-se o lançamento, ainda este ano, da obra do Centro Paroquial da Boa Nova. Neste sentido, o Governo Regional irá atribuir uma comparticipação financeira no valor de 700.000,00 euros, mediante contrato-programa, à Fábrica Paroquial da Boa Nova. Tendo em conta que a Paróquia da Boa Nova não dispõe de meios financeiros suficientes para a construção do Centro Paroquial, o apoio do Executivo desenvolve-se através da SRES, «a quem compete promover a implementação de equipamentos sócio-culturais e de valorização do território regional, de acordo com o interesse público e com os objectivos constantes no Programa de Governo».
Para este ano está também previsto o lançamento da obra de construção das instalações paroquiais da Igreja de São Roque do Faial. A obra, que terá um custo de 500 mil euros, também será feita através de contrato-programa entre o Governo (através da SRES) e a Paróquia. A futura infra-estrutura (de três pisos, dois deles acima da cota da soleira) que será contígua à Igreja, irá ser composta por duas salas de catequese, uma sala para reuniões e uma arrecadação de grandes dimensões e irá servir de apoio à Igreja, complementando o ser serviço à comunidade.
Por seu turno, também Machico irá ter novas instalações paroquiais. A nova infra-estrutura, que será denominada Centro Paroquial Stella-Maris, está previsto ser lançada no próximo ano (2011) e também irá ser desenvolvida mediante contrato-programa. A obra deverá ter um custo de cerca de três milhões de euros. Para este efeito, a Paróquia adquiriu uma parcela de terreno a norte da Igreja Matriz. Segundo a memória descritiva o projecto «procura ancorar-se num terreno livre e constituir-se no elemento chameira, agregador de uma urbanidade que carece de ligação entre a cidade a norte e a sul» da Igreja Matriz. A ideia resulta de um “pequeno” traçado regulador que procura estabilizar a hierarquia dos edifícios significantes do centro histórico e refundar a centralidade de Machico.
Desta forma, «pretende-se através da Matriz, dos Paços do Concelho e do espaço público actuais, em sintonia com os futuros Paços do Concelho e o futuro edifício do Centro Paroquial proceder à renovação qualificada do centro histórico de Machico em consonância com o novo século em que vivemos».
A obra organiza uma rua pedonal de ligação fundamental entre a zona nova a norte e o jardim público a sul, valorizando a fachada principal da Matriz. Interiormente, o futuro edifício organizar-se-á «em redor de um claustro com uma das faces, próxima do corpo norte da Matriz, um pouco na lógica das regras conventuais», sendo que esta proximidade irá revelar-se fundamental para a futura ligação física entre ambos. A entrada principal do edifício será virada para a futura praça e hierarquizará as acessibilidades. Estando no átrio, os utentes poderão aceder exclusivamente ao salão paroquial e ao espaço reservado às actividades de formação cristã. Ainda ali, junto ao átrio, haverá um espaço museológico da Paróquia. Também no piso térreo, na ala nascente, ficarão situadas a zona administrativa e as salas de catequese. Além disso, ao claustro estará ligada uma zona de serviços equipada com cafetaria, como os tradicionais refeitórios conventuais.
Já no piso superior, de acesso restrito, haverá um salão de actos virado para a praça, o que confirmará a profunda ligação deste edifício com o espaço exterior e com a cidade. A partir daqui será possível aceder ao deambulatório do piso superior do claustro.

Várias obras de beneficiação


Têm sido várias as obras de construção e beneficiação de igrejas e equipamento religioso com o apoio do Governo Regional, através da SRES. A título de exemplo, surgem a cobertura da Igreja do Porto da Cruz (361.033,55 euros), o Centro Paroquial de Santa Cruz (2.657.008,92 euros), o Centro Paroquial de Santana (1.231.254,48 euros), o Centro Paroquial da Ribeira Grande e Maroços, em Machico (1.096.513,92 euros), o Centro Paroquial da Ponta do Pargo (881.917,56 euros), o Centro Cultural da Vitória e de Santa Rita, no Funchal (600 mil euros), as salas polivalentes e ampliação do adro da Igreja do Porto da Cruz (375 mil euros), o Salão Paroquial do Seixal (450 mil euros), a reparação da Igreja de Ponta Delgada (400 mil euros), a Igreja do Paúl do Mar (182.998,84 euros) e a Capela do Senhor dos Milagres, em Machico (130 mil euros).



Jornal da Madeira

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