Mostrar mensagens com a etiqueta Património. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Património. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 24 de março de 2010

Limpezas deixam à vista Fontes de João Dinis

Câmara do Funchal vai recuperar as fontes que foram mandadas construir em 1490
Data: 24-03-2010






Várias décadas depois de terem sido enterradas, nas obras de construção dos jardins que separam o Palácio de São Lourenço da Avenida do Mar, as Fontes de João Dinis vão voltar a funcionar. Esquecidas há muito tempo, embora a Rua das Fontes continue lá, devem o seu 'regresso' a um acontecimento trágico: os temporais de 20 de Fevereiro.

A aluvião que atingiu o Funchal encheu de lama os jardins e obrigou a obras de remoção de detritos, operações que começaram logo após a catástrofe. Foi precisamente nestas escavações que ficaram a descoberto as Fontes de João Dinis. Uma infra-estrutura de fornecimento público de água que foi mandada construir há 520 anos.

Em 1490, a Câmara do Funchal decidiu aproveitar a água do 'Altinho das Fontes', onde também foi construído o primeiro baluarte de defesa, que viria a dar lugar ao Palácio de São Lourenço. Agora, é precisa a Câmara Municipal do Funchal que vai recuperar este pedaço de património da cidade.

A descoberta das fontes deu-se há poucos dias e a sua identificação envolveu historiadores que confirmaram que estas eram as 'Fontes de João Dinis'.

As últimas fotos em que aparecem datam da década de 30 do século passado, antes da construção da Avenida do Mar. A marginal do Funchal, construída num nível superior ao da Rua das Fontes, terá sido responsável pelo desaparecimento e esquecimento deste local. Aqui, durante séculos, vieram beber homens e animais.

Fotos do início do século XX confirmam que as fontes eram muito utilizadas e estavam em bom estado de conservação.

O gabinete de arqueologia da CMF está a preparar uma proposta para recuperar o local e deixar á vistas os fontanários.

O jardim que se encontra junto ao Palácio de São Lourenço deverá ser mantido parcialmente, mas um dos objectivos desta obra será a recuperação da calçada de calhau rolado que durante séculos esteve naquele local.

Entrada pela Rua das Fontes



Rui Carita, num primeiro comentário enviado à autarquia, confirma que estas fontes foram mandadas construir em 1490 e que foram alvo de diversas obras, ao longo de cinco séculos.

O historiador considera importante recuperar as fontes o que também seria uma forma de dar outra dignidade à própria fortaleza de São Lourenço que viu, ao longo dos anos, a altura da sua muralha muito reduzida.

O acesso ao local, que ainda é visível, era feito pela Rua das Fontes, mas foi encerrado há muito tempo. Esta deverá ser outra das alterações a efectuar.

As fontes parecem, numa primeira observação, em bom estado, embora sejam necessárias várias obras neste local.

A recuperação deste espaço permitirá, segundo a CMF defender o património histórico e criar mais um motivo de interesse turístico no centro da cidade.

Desta água...



As famosas Fontes de João Dinis, a que a população citadina recorria para matar a sede e para, em final de jornada de trabalho na baixa, aplicar uma primeira 'demão' higiénica, primavam pelos remoques políticos que inspiravam.

Nos ambientes escaldantes de luta partidária no século XIX e nas primeiras três décadas do século XX, pululavam cliques, grupelhos e aparelhos que tratavam de arrebanhar as influências de cada governador que o centralismo lisboeta ia enviando para cá. De início, o inquilino do Palácio de São Lourenço pretextava neutralidade e respeito por todas as facções em compita, sem privilégios a quem quer que fosse, do partido do governador ou de outros. Mas, com o avançar das jantaradas, passeatas e bailes, em breve Junta Geral e Câmaras tinha a mandar os amigos do costume. "Este também já bebeu das Fontes de João Dinis", dizia então o povo do governador.

Hoje dão-se situações parecidas, como se sabe, com titulares colocados cá. Vemos até políticos da capital que nos visitam por escassas horas e partem anestesiados pelo encantamento das fontes, apesar de soterradas até há um par de horas.


DN Madeira

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Livro ontem lançado exalta significado do Forte de São José

Renato Barros lançou um livro sobre o Forte de S. José, com a ajuda de colaboradores
Data: 10-02-2010





Renato Barros, proprietário do Forte de São José da Pontinha, conseguiu encher ontem o átrio do Teatro Municipal para o lançamento do livro 'O Diamante que ilumina a pérola do Atlântico', que publicou, com a colaboração de Vítor Bettencourt e João Paredes, na editora 'O Liberal'. Por entre múltiplas referências elogiosas "à minha ilha', que diz visitar duas vezes por dia, "D. Renato Barros, príncipe da Atlântida" (assim começa o prefácio assinado por Brian Philips, director do Kent Archaeological Rescue Unit, da Grã-Bretanha) contou ainda com outros elogios do britânico, que enalteceu a importância do Forte e aproveitou para aplaudir o trabalho arqueológico desempenhado por Élvio Sousa, em Machico. A recuperação arqueológica, defendeu, deve acompanhar o progresso, na Região. Assim, a pesquisa arqueológica no Forte deve continuar. Renato Barros defende que o livro "é um trabalho de cariz científico, de pesquisa histórica".

DN Madeira





Características do Forte:





“Um curto túnel de acesso com uma soleira, com o teto abobadado, característico dos séculos XVII e XVIII. No lado Leste, existe um pequeno lance de escadas, composto por três degraus em cantaria em direcção a uma parede de formação rochosa. Nessa mesma parede existe uma chaminé natural que se eleva até ao topo do maciço rochoso. Neste patamar, resta ainda uma janela em cantaria, integrada numa parede original, com orientação para Sudeste. Um patamar superior, servido por uma escadaria com dez degraus em cantaria e com o teto abobadado, conduz a um patamar intermediário onde se rasga, na parede Leste, uma janela elevada, em cantaria mole do tipo tufo de lapilli, típica do século XIX, e também uma estrutura de uma janela anterior de forma abobadada, provavelmente do século XVII. Existe uma abertura superior que conduz ao exterior, no topo do ilhéu e, na continuação da escadaria, em direcção Norte, com mais cinco degraus, encontramos uma porta em cantaria, coberta com pedra solta. No exterior da referida janela encontra-se outro compartimento parcialmente arruinado, também com o teto abobadado e piso em calhau rolado. Na parede Oeste, onde se encontra a janela, existe um banco em pedra e duas aberturas no chão em forma de quadrado, que nos indicam o quarto no piso inferior, ao qual se tem acesso por uma abertura originada quando da destruição e do abandono parcial do forte. Este quarto também tem o teto abobadado, com uma estrutura de pedra de cantaria vermelha, encontrando-se coberto de pedras soltas.”

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Prémio europeu de cooperação e de investigação arqueológica

Élvio Sousa galardoado







O arqueólogo madeirense Élvio Sousa recebeu ontem à tarde, no Funchal, o prémio europeu de cooperação e de investigação arqueológica (2009), atribuído pelo Council For Kentish Archaeolog, organismo britânico presidido por Brian Philp.
Na cerimónia de entrega do galardão, que decorreu no Hotel Porto Santa Maria, Évio Sousa referiu ter sido «apanhado de surpresa», aquando do anúncio da distinção feita pela «prestigiada federação do Reino Unido, que, desde 1964 (ano da sua criação), debruça-se a trabalhos sobretudo de arqueologia preventiva na área urbana de Londres e sul de Inglaterra.
Élvio Sousa dedicou o prémio «à produção cultural madeirense», considerando que «o futuro da nossa geração cultural está na divulgação e promoção da Cultura, e em especial da Arquitectura».
Este galardão é o reconhecimento internacional da investigação arqueológica realizada por Élvio Sousa em Machico, um trabalho que mereceu grandes elogios por parte de Brian Philip, que veio propositadamente à Madeira para a entrega do prémio.


Jornal da Madeira

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A FONTE DE St.º ANT.º DA SERRA ESTÁ EM ESTADO DE RUÍNA. JUNTA FORÇADA A INTERVIR

Recuperação urgente para salvar fonte histórica
.
Data: 05-02-2010





É o mais antigo e principal marco histórico da freguesia do Santo da Serra e encontra-se num elevado estado de degradação que se tem acentuado nos últimos anos. O presidente da Junta de Freguesia, Martinho Gouveia, fala mesmo no risco de ruína deste património histórico e da urgência da sua recuperação.

Um conjunto de factores tem precipitado a degradação: o facto da Santo António da Serra se encontrar na cota mais baixa de todo o sítio dos Casais Próximos, perto do centro da Freguesia, faz direccionar para este local uma quantidade significativa de águas, situação que inclusivamente deu início a um pequeno ribeiro na base da fonte. A significativa humidade tem permitido a degradação rápida das pedras que constituem a fonte.

Apreensivo, o presidente desta Junta de Freguesia vai avançar com um projecto de recuperação da Fonte e para tal prevê empregar durante a fase das obras duas técnicas de conservação e restauro, Sandra Freitas e Elisabete Reis, que serão remuneradas pela Junta enquanto a obra decorrer.

Fonte será desmantelada e colocada ao nível da estrada "Importa ter alguém do Santo da Serra, que sabe o valor histórico da fonte, a acompanhar as obras", afirma Martinho Gouveia. O projecto prevê a recuperação e numeração das pedras que formam a fonte e consequente desmantelamento, aproveitando a construção de uma estação elevatória de saneamento básico neste mesmo local, para depois 'reconstruir' a fonte cinco metros acima do local onde actualmente se encontra, ao nível da estrada que ali passa.

"Ao fazermos isso, sabemos que vamos dar outra visibilidade ao marco histórico da freguesia. Assim, as pessoas que visitam a freguesia já podem tomar conhecimento da fonte. Sabemos que data de 1800, mas ainda não estamos certos da data precisa da construção".

Explica a decisão de recuperar a fonte numa cota superior à actual. "Estarmos a recuperar a fonte no mesmo local em que se encontra não iria surtir o efeito desejado. Desta forma sabemos que a restauração terá um efeito mais prolongado, facilitará futuras intervenções e poderá ser apreciada mais facilmente pela população". Um processo que, garante, será colocado em prática com grande rigor, com vista à conservação das pedras da fonte e ainda às dezenas de inscrições que ali foram feitas por soldados ingleses em data ainda a apurar.

Primeira fase: trabalho técnico

Ao DIÁRIO, as duas conservadoras-restauradoras explicam que, antes de se avançar para o terreno, terá de ser feito um rigoroso trabalho de investigação e recolha de informação sobre a fonte e só depois então, passar para o trabalho de campo.

Antes de avançar, a Junta de Freguesia prepara-se para enviar um documento à Direcção de Assuntos Culturais para obter um parecer sobre esta intenção. O documento está já a ser preparado pelas duas técnicas. "Temos de limpar todos os acessos e a vegetação que está a tapar a fonte. Depois, as pedras têm de ser consolidadas para que não se partam durante a remoção", explica Elisabete Reis. É preciso apurar as datas e as simbologias das inscrições introduzidas na fonte por soldados, adiantou Sandra Freitas.


DN Madeira

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

José Hermano Saraiva, na RTP2, sobre Obras de Referência dos Museus da Madeira

«Telespectador deve visitar exposição»






“A Alma e a Gente”, programa apresentado por José Hermano Saraiva, na RTP2, foi ontem dedicado à exposição sobre Obras de Referência dos Museus da Madeira, que está patente até ao dia 28 de Fevereiro, na Galeria do Rei D. Luís, no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
A mostra, que reúne 300 peças emblemáticas da Madeira, em particular de arte flamenga, ocupa dez salas da galeria e, como garantiu o historiador, «vale a pena ser vista», como manifestou, dirigindo-se ao telespectador. De acordo com as suas palavras, «esta é uma exposição interessantíssima», que mostra como «há tanta coisa boa e bonita na Madeira».
José Hermano Saraiva explicou ainda que as obras saíram pela primeira vez dos museus da Madeira para serem expostas ao público, em Lisboa. «Eu devo dizer que a arte na Madeira é extremamente importante, por causa da riqueza adquirida primeiro com o açúcar, depois com o vinho, enviados para a Flandres, que era a placa de distribuição para a Europa do açúcar madeirense. Muitas vezes, o açúcar era pago não com dinheiro, mas com obras de arte», sendo por isso que está na Madeira a maior colecção de arte flamenga de Portugal. Aliás, corrigiu, «agora está em Lisboa, até ao dia 28 de Fevereiro. Portanto, o senhor telespectador não deixe de cá vir», disse o historiador na visita que efectuou ao Palácio da Ajuda.
De referir que José Hermano Saraiva contextualizou ainda algumas peças de arte patentes na Galeria do Rei D. Luís, com a história da Madeira, focando por exemplo, as primeiras capitanias e a vida de João Gonçalves Zarco.


Jornal da Madeira


para quem não vio


http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=23320&idpod=34987&formato=flv

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sistema inovador na levada da Calheta

Grupo parlamentar do PSD inteirou-se ontem dos trabalhos em curso


Os deputados do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira estiveram, ontem, na Maloeira, onde se inteiraram dos trabalhos da segunda fase de recuperação da levada que liga a Calheta à Ponta do Pargo, uma infra-estrutura que ficará dotada de tecnologia de ponta que irá dar indicações sobre eventuais perdas de água, bem como uma indicação precisa sobre em que troço isso ocorre.







O grupo parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira esteve, ontem, no sítio da Maloeira, para ver o andamento dos trabalhos da segunda fase da obra de recuperação da levada entre a Calheta e a Ponta do Pargo. De acordo com Agostinho Gouveia, deputado social-democrata que foi o porta-voz da iniciativa, aquela infra-estrutura será dotada de tecnologia que irá permitir identificar e localizar eventuais problemas no caudal da levada, com sensores que irão sinalizar perdas, bem como indicações precisas sobre em qual dos troços isso está a ocorrer.
Conforme referiu o deputado social-democrata, os trabalhos, que deverão ficar concluídos em Maio do próximo ano, deverão ser interrompidos durante o período de Verão, dado que é quando os agricultores mais de precisam da água para a rega. Por isso mesmo, explicou Agostinho Gouveia, é que a intervenção é feita, sobretudo, durante o Inverno e Primavera.
Agostinho Gouveia disse ainda que, depois da primeira fase da obra de recuperação da levada, num troço compreendido entre os Prazeres e a Calheta, com uma extensão de 13 quilómetros, esta segunda fase, que já se iniciou, estende-se ao longo de 26 quilómetros, ligando os Prazeres à Ponta do Pargo.
De acordo com o deputado social-democrata, esta obra irá beneficiar cerca de 4.800 agricultores das freguesias da Fajã da Ovelha e da Ponta do Pargo. Além disso, servirá também o campo de golfe e quatro Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).
Esta obra, conforme referiu Agostinho Gouveia, representa um investimento global superior a quatro milhões de euros, precisamente, 1,3 milhões para a primeira fase — cuja obra já está concluída — e 2,9 milhões de euros a segunda fase. A este propósito, o deputado social-democrata recordou que se trata de uma intervenção que conta com a comparticipação de fundos comunitários, em cerca de 85%, sendo os restantes 15% suportados pelo Governo Regional, já que, recordou, «a República não nos manda dinheiro para ajudar os agricultores».



Jornal da Madeira

domingo, 24 de janeiro de 2010

Santa Cecília com Igreja prevista para o final do ano

Novo Templo irá custar cerca de três milhões de euros, que serão assegurados pelo Governo Regional e pela Paróquia; Por seu turno, a Paróquia da Atouguia lançará este ano o concurso para a nova Igreja







A nova Igreja da Paróquia de Santa Cecília, em Câmara de Lobos, está previsto ficar concluída em finais deste ano, adiantou ao JORNAL da MADEIRA o pároco local.
O novo templo terá um valor de cerca de três milhões de euros. Deste montante, uma parte (2,6 milhões de euros, como já foi noticiado) é assegurada pelo Governo Regional, através da Secretaria Regional do Plano e Finanças, através de contrato-programa com a Paróquia, e o restante é assegurado pela própria Paróquia.
O padre Francisco Caldeira sublinha que a construção da Igreja (cujo projecto é da autoria do arquitecto Luís Jorge Santos) sempre foi um desiderato da população desde que a paróquia foi constituída, há cerca de 50 anos. Com o aumento significativo da população naquele meio, este desejo tornou-se mais forte, de modo que, quando foi lançada a ideia de adquirir o terreno, foi o próprio povo que o comprou, na altura por 100 mil contos. «As pessoas todas se empenharam em arranjar fundos, por diversos meios e diversas iniciativas», disse, acrescentando que as mesmas «estão muito empenhadas» para a construção do templo.
Salientando o empenhamento da população, o padre da paróquia de Santa Cecília enaltece igualmente a importância fundamental da comparticipação governamental para esta nova infra-estrutura. É que, sublinha, sem o apoio do Governo Regional não seria possível fazer uma Igreja «com esta capacidade e com esta valorização e beleza arquitectónica».
O responsável afirma que o novo templo é feito com o objectivo de responder a uma necessidade existente e lembra que existe um «número enorme» de crianças na catequese, movimentos, grupos, actividades sociais, acções culturais e cultuais.
Segundo o nosso interlocutor, a nova Igreja da Paróquia de Santa Cecília terá capacidade para cerca de 500 pessoas sentadas e outras 500 de pé. Tal como referiu, «tem um espaço para que as pessoas fiquem recolhidas dentro da Igreja e não fiquem nas ruas». O projecto contempla ainda instalações para actividades sociais e culturais, salas de catequese e espaços de convívio, entre outras valências.
Em termos arquitectónicos, o pároco adianta que «há a ideia de que a Igreja é uma barca» - a barca de Pedro. «O arquitecto quis inseri-la dentro da tradição da Igreja e ao mesmo tempo que essa tradição fosse actualizada e, portanto, tivesse o seu toque de modernidade, de adaptação às ideias do tempo presente», referiu.

Atouguia deverá lançar
concurso este ano




Por seu turno, a Paróquia da Atouguia, na Calheta, também irá ter uma nova Igreja. Segundo o pároco local, a Paróquia pretende fazer o lançamento do concurso ao longo deste ano.
O padre Silvano Gonçalves avança que a construção da Igreja está estimada em 1.400.000,00 euros, dos quais uma parte será comparticipada pelo Governo Regional, através de contrato-programa, e a restante será assegurada pela Paróquia e pela Câmara Municipal. O pároco sublinha que «já desde há muitos anos que as pessoas anseiam e sonham com este novo templo» e diz que esta é uma necessidade muito grande, tendo em conta que naquela paróquia uma grande percentagem das pessoas participa na Eucaristia aos sábados e domingos e «temos muita gente a ficar na rua ao frio durante a celebração da Eucaristia».
A futura Igreja ficará situada no vale entre os dois lombos que constituem a paróquia, ou seja, no centro do território paroquial. De acordo com o padre Silvano Gonçalves, o templo, cujo projecto é da autoria do arquitecto João Cunha Paredes, insere-se dentro dos traços arquitectónicos modernos das igrejas que têm vindo a ser construídas nos últimos anos. A futura Igreja da Atouguia terá capacidade para 250 a 300 pessoas sentadas e ao lado terá um pequeno salão e várias salas de catequese, bem como ainda um adro com estacionamentos à volta.
De referir ainda que, no que diz respeito a novas igrejas, prevê-se igualmente a ampliação da Igreja do Loreto, que deverá ser lançada este ano.

Novas igrejas concretizaram anseios

Ao longo dos últimos anos foram várias as novas igrejas construídas na Região, algumas directamente pelo Governo Regional, outras com a comparticipação do Executivo, através de contratos-programa com as respectivas paróquias, as quais têm também mostrado todo o seu empenho na edificação dos novos templos.
Com a construção das mesmas, as populações viram concretizar-se sonhos e anseios, alguns dos quais já com décadas. Novos templos, com linhas modernas elogiadas por muitos, vieram dar uma nova imagem ao património arquitectónico religioso da Região e, sobretudo, colmatar as lacunas até então existentes.
As duas últimas paróquias a ser beneficiadas com novas igrejas foram a da Feiteiras, em São Vicente, cuja cerimónia de Dedicação ocorreu a 25 de Outubro de 2009, e a do Jardim da Serra, que viu a Dedicação ocorrer a 15 de Novembro do ano transacto, nas quais, o Governo Regional, através da Secretaria Regional do Equipamento Social (SRES), comparticipou, através de contrato-programa, com 1,6 e com 1,9 milhões de euros respectivamente. No caso da nova Igreja de São Tiago (Jardim da Serra), com 425 lugares sentados, aos 1,9 milhões pagos pelo Executivo, juntou-se o investimento de 700.000 euros feito pela fábrica da igreja e pela comunidade paroquial para aquisição do terreno confinante a nascente, bem como da arte sacra para o interior da igreja.
Outra das paróquias que ganhou uma nova igreja foi o Caniçal. A obra, da responsabilidade da SRES (na altura denominada Secretaria Regional do Equipamento Social e Ambiente), inteiramente suportada pelo Orçamento Regional, atingiu um montante de 2.063.246, 64 euros.
Também a população dos Lameiros, em São Vicente, viu concretizado o anseio de ter uma igreja nova. Este templo foi igualmente da responsabilidade da SRES, atingindo um montante de 807.328,40 euros.
No Funchal, a Paróquia da Nazaré foi também beneficiada com uma nova igreja (inaugurada em 2002), que teve um custo total de 1.520.000 euros. Destes, o Governo Regional, através da SRES (então Secretaria Regional do Equipamento Social e Transportes), assumiu um encargo de 770 mil euros, sendo a parte remanescente de 750 mil euros assegurada pela Paróquia, tendo sido comparticipada por contrato-programa celebrado com a Secretaria Regional do Plano e Finanças no valor de 250 mil euros.
Além destas, outras igrejas da Diocese do Funchal receberam também apoios do Executivo para a sua construção ou remodelação. No que diz respeito às novas construções, destaque-se por exemplo as igrejas da Camacha, Livramento, São José, Eiras, Santo Amaro, Álamos e Rochão (na freguesia da Camacha).

Centros e instalações paroquiais


Está previsto o lançamento das obras de construção de novos centros e instalações paroquiais em alguns locais, mediante a realização de contratos-programa entre o Governo Regional e as respectivas paróquias.
Segundo as informações facultadas pela Secretaria Regional do Equipamento Social (SRES), prevê-se o lançamento, ainda este ano, da obra do Centro Paroquial da Boa Nova. Neste sentido, o Governo Regional irá atribuir uma comparticipação financeira no valor de 700.000,00 euros, mediante contrato-programa, à Fábrica Paroquial da Boa Nova. Tendo em conta que a Paróquia da Boa Nova não dispõe de meios financeiros suficientes para a construção do Centro Paroquial, o apoio do Executivo desenvolve-se através da SRES, «a quem compete promover a implementação de equipamentos sócio-culturais e de valorização do território regional, de acordo com o interesse público e com os objectivos constantes no Programa de Governo».
Para este ano está também previsto o lançamento da obra de construção das instalações paroquiais da Igreja de São Roque do Faial. A obra, que terá um custo de 500 mil euros, também será feita através de contrato-programa entre o Governo (através da SRES) e a Paróquia. A futura infra-estrutura (de três pisos, dois deles acima da cota da soleira) que será contígua à Igreja, irá ser composta por duas salas de catequese, uma sala para reuniões e uma arrecadação de grandes dimensões e irá servir de apoio à Igreja, complementando o ser serviço à comunidade.
Por seu turno, também Machico irá ter novas instalações paroquiais. A nova infra-estrutura, que será denominada Centro Paroquial Stella-Maris, está previsto ser lançada no próximo ano (2011) e também irá ser desenvolvida mediante contrato-programa. A obra deverá ter um custo de cerca de três milhões de euros. Para este efeito, a Paróquia adquiriu uma parcela de terreno a norte da Igreja Matriz. Segundo a memória descritiva o projecto «procura ancorar-se num terreno livre e constituir-se no elemento chameira, agregador de uma urbanidade que carece de ligação entre a cidade a norte e a sul» da Igreja Matriz. A ideia resulta de um “pequeno” traçado regulador que procura estabilizar a hierarquia dos edifícios significantes do centro histórico e refundar a centralidade de Machico.
Desta forma, «pretende-se através da Matriz, dos Paços do Concelho e do espaço público actuais, em sintonia com os futuros Paços do Concelho e o futuro edifício do Centro Paroquial proceder à renovação qualificada do centro histórico de Machico em consonância com o novo século em que vivemos».
A obra organiza uma rua pedonal de ligação fundamental entre a zona nova a norte e o jardim público a sul, valorizando a fachada principal da Matriz. Interiormente, o futuro edifício organizar-se-á «em redor de um claustro com uma das faces, próxima do corpo norte da Matriz, um pouco na lógica das regras conventuais», sendo que esta proximidade irá revelar-se fundamental para a futura ligação física entre ambos. A entrada principal do edifício será virada para a futura praça e hierarquizará as acessibilidades. Estando no átrio, os utentes poderão aceder exclusivamente ao salão paroquial e ao espaço reservado às actividades de formação cristã. Ainda ali, junto ao átrio, haverá um espaço museológico da Paróquia. Também no piso térreo, na ala nascente, ficarão situadas a zona administrativa e as salas de catequese. Além disso, ao claustro estará ligada uma zona de serviços equipada com cafetaria, como os tradicionais refeitórios conventuais.
Já no piso superior, de acesso restrito, haverá um salão de actos virado para a praça, o que confirmará a profunda ligação deste edifício com o espaço exterior e com a cidade. A partir daqui será possível aceder ao deambulatório do piso superior do claustro.

Várias obras de beneficiação


Têm sido várias as obras de construção e beneficiação de igrejas e equipamento religioso com o apoio do Governo Regional, através da SRES. A título de exemplo, surgem a cobertura da Igreja do Porto da Cruz (361.033,55 euros), o Centro Paroquial de Santa Cruz (2.657.008,92 euros), o Centro Paroquial de Santana (1.231.254,48 euros), o Centro Paroquial da Ribeira Grande e Maroços, em Machico (1.096.513,92 euros), o Centro Paroquial da Ponta do Pargo (881.917,56 euros), o Centro Cultural da Vitória e de Santa Rita, no Funchal (600 mil euros), as salas polivalentes e ampliação do adro da Igreja do Porto da Cruz (375 mil euros), o Salão Paroquial do Seixal (450 mil euros), a reparação da Igreja de Ponta Delgada (400 mil euros), a Igreja do Paúl do Mar (182.998,84 euros) e a Capela do Senhor dos Milagres, em Machico (130 mil euros).



Jornal da Madeira

sábado, 23 de janeiro de 2010

Deputados do PSD/M visitaram Quinta Leonor, no Jardim da Serra

Parque será mais-valia






No âmbito do programa de visitas que o grupo parlamentar do PSD/M, na Assembleia Legislativa da Madeira, tem desenvolvido, os deputados sociais-democratas estiveram, na manhã de ontem, no Jardim da Serra, junto à Quinta Leonor.
Como explicou o deputado do PSD/M Vasco Vieira, o terreno que era propriedade do Governo Regional foi cedido à Junta de Freguesia do Jardim da Serra, a título precário, em Março de 2009 para desenvolver o projecto do Centro de Desenvolvimento e Investigação Sociocultural e Agroflorestal.
Com uma área territorial de cerca de quatro mil metros quadrados, este é um projecto que está a ser elaborado em três vectores, a começar pela etnografia, a área agroflorestal e ainda a parte turística e de lazer.
De acordo com o deputado, o novo Centro tem como objectivo o de «agir fundamentalmente na área da biodiversidade das espécies agroflorestais, abrangendo uma variedade de árvores de cultivo de fruto e de espécies florestais endémicas da zona, uma forma de preservar as espécies que correm o risco de se perder». Só nesta vertente, está previsto a plantação de vários tipos de cerejeira, pereiros, pereiras, macieiras, ameixeiras, nogueiras, abrunhos, castanheiros, plantas e árvores indígenas e ainda plantas aromáticas e medicinais, criando ainda núcleos de biodiversidade.
Na vertente etnográfica, haverá a recuperação do património arquitectónico, com a ampliação do imóvel da Quinta Leonor, reconstrução do moinho, recuperação de um lagar, palheiro, caminho, vereda e ainda a requalificação das “Furnas dos Mouros”. Utensílios agrícolas, trajes e artes e ofícios da serra serão ainda divulgados naquele Centro.
No item dedicado ao turismo, está previsto a construção de um percurso pedestre que irá circundar o parque e de um acesso à queda de água, conhecida por “Aguagem”. A criação de um espaço de convívio intergeracional, de uma casa de chá e de uma loja para venda de plantas, árvores e de artesanato são outras mais-valias daquele espaço.
Para Vasco Vieira, este é um projecto «positivo pelas vertentes que desenvolve, pelos rendimentos que poderá trazer à população e pelas ligações que tem às políticas contidas no programa do Governo Regional na área da agricultura, do turismo, da cultura e do ambiente e como tal deverá ter o apoio das entidades públicas e privadas».
Neste sentido, a Junta de Freguesia já começou a estabelecer parcerias públicas e privadas para que o Centro no Jardim da Serra avance.



Jornal da Madeira

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

São Vicente candidato às 7 Maravilhas

Floresta Laurissilva da Madeira







A floresta Laurissilva de São Vicente, na Madeira é uma das centenas de locais de Portugal e um dos 55 espaços da Madeira candidatos às 7 Maravilhas naturais do país, tendo esta candidatura sido apresentada pela autarquia daquele concelho, para dar mais visibilidade ao concelho, conforme afirmou ontem Jorge Romeira.
A longa lista de candidaturas é apresentada hoje, em Lisboa, pela entidade promotora. Embora recusando especificar o número de candidaturas validadas pela organização, fonte da empresa “new 7 wonders Portugal” referiu, à Lusa, que as mesmas candidaturas ascendem a centenas, estando entre elas também a Fajã dos Padres, na categoria praias e falésias.
Contactado pelo JM, o director regional do Ambiente disse ter sabido pela comunicação social que a floresta Laurissilva de São Vicente era candidata às 7 Maravilhas de Portugal mas referiu que a informação para a apresentação de candidaturas chegou fora do prazo. Ainda assim, João Correia manifestou o seu contentamento pelo facto de deste importante património da Madeira ser um dos candidatos às 7 Maravilhas de Portugal.
A partir de um levantamento exaustivo de 800 locais, levado a efeito pelos promotores do concurso e entidades associadas, autarquias, organismos públicos e privados apresentaram as candidaturas cuja lista será agora conhecida.
O concurso integra sete categorias, como sejam zonas marinhas, zonas aquáticas, não marinhas, grutas e cavernas, praias e falésias, florestas e matas, grandes relevos e áreas protegidas.
À categoria reservada às áreas protegidas, concorrem o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a Ria formosa (Algarve), o Estuário do Tejo e/ou a Floresta Laurissilva (São Vicente, Madeira).
A lista de candidaturas vai ser depois analisada por um painel de 77 especialistas que vai eleger 77 candidatos (11 por categoria) e cuja revelação vai ser feita a 7 de Fevereiro.
Um mês mais tarde, a 7 de Março, serão anunciados os 21 locais finalistas (três por categoria), a serem submetidos a votação pública até 7 de Setembro, mês da divulgação das 7 Maravilhas de Portugal.
Refira-se que a Madeira detém a mais extensa Laurissilva do Mundo, ocupando uma área de 14.953,7 ha.
É uma Zona de Protecção Especial no âmbito da Directiva Aves Selvagens e um Sítio de Interesse Comunitário ao abrigo da Directiva Habitats. É Reserva Biogenética do Conselho da Europa desde 1992 e foi incluída na Lista do Património Natural Mundial da UNESCO em Dezembro de 1999.
Segundo a Lusa, a categoria de grandes relevos é uma das que apresenta um maior número de candidaturas validadas.
Nela, constam o vale glaciar do Zêzere (Manteigas), as serras de Marvão e São Mamede (Portalegre) ou as Pedras Parideiras (Aveiro) e a Pedra Bolideira (Chaves, Vila Real).
O Rio Vez (Arcos de Valdevez), as Fisgas de Ermelo (Mondim de Basto) ou as Portas do Vale do Almourão (Proença-a-Nova) são outros dos sítios a concurso na citada lista.
Nas Florestas e matas, há a assinalar as candidaturas da Mata Nacional do Buçaco e os Montados de Sobro e Azinho (Portalegre), entre outras.



Jornal da Madeira

Exército cria museu militar no Palácio de São Lourenço

A exposição será dividida por três grandes temáticas, distribuídas por diferentes salas
Data: 07-01-2010



O Palácio de São Lourenço vai acolher o futuro museu militar da Madeira, o qual está já a ser instalado. Actualmente, o exército possui dois núcleos museológicos, um no Palácio de São Lourenço e outro no Forte de São Tiago. Agora, reúne o espólio num mesmo espaço, acrescentando-lhe novas peças e reforçando a presença num monumento que está sob a tutela do Estado, mas que é há muito reclamado pelo Governo regional.

De acordo com o pré projecto de instalação do museu, serão consideradas três grandes temáticas: a Madeira no Contexto da Expansão Portuguesa, a História Militar da Madeira e as Fortificações e Infra-estruturas Militares da Região.

A entrada do museu far-se-á por uma zona rebaixada em relação ao Largo da Restauração, pelo que não possui boa visibilidade para captar a atenção de quem passa. Nesse sentido, há a intenção de colocar um mastro e uma lona/bandeira que sirva de anúncio, assim como uma peça de alguma dimensão, mas não de muita qualidade, de modo a não ser vandalizada. A sugestão vai para o morteiro de 1680, do qual existem exemplares na entrada do Museu Militar de Lisboa e no Museu da Marinha, julgando-se existirem outros exemplares nas antigas Oficinas Gerais do Fardamento e Calçado.

Na lona, deverá constar o logotipo do exército ou o seu brasão de armas, o nome do museu, o horário de abertura e o logotipo do próprio museu. Para este último, é sugerido o Oficial da Guarnição do Funchal, editado em Londres, em 1821.

O primeiro núcleo, dedicado à Madeira no Contexto da Expansão Portuguesa, deverá ocupar a sala de entrada da antiga casa da Guarda. As peças principais serão dois textos, a montar a parede direita sob o Escudo Nacional do Estado Novo. Estão também previstas alguns peças ilustrativas, como a réplica do astrolábio da Nau Madre de Deus, de 1610, a qual deverá figurar entre as duas lonas. O centro da sala deverá ser ocupado pela maqueta da Caravela Portuguesa de 1480.

Está ainda por definir a solução para um grande nicho existente sobre a parede poente, montado em 1642, e que antes era ocupado pela imagem de Santa Bárbara da Diocese do Funchal. Contudo, há, para já, a indicação do gesso do Infante D. Henrique, existente no Museu Militar de Lisboa. A peça foi executada pelo escultor madeirense Francisco Franco para a exposição internacional de Vincennes, tendo o bronze efectuado a partir desse gesso sido oferecido ao Museu do Jogo da Pela em Paris.

O segundo núcleo, sobre a História Militar da Madeira, ficaria situado na antiga Casa do Sargento da Guarda. À semelhança da sala anterior, o primeiro elemento seria um texto em lona, mas de menores dimensões. Nele, seria explicado o interesse geral do Funchal e da ilha da Madeira, assim como a construção da fortaleza. O texto incluiria ainda a importância da Madeira no século XVI e encerraria com a explicação da projecção de forças efectuado ao longo dos séculos seguintes, em especial para o Brasil, Angola e Índia.

Além da reprodução de várias imagens, serão exibidos neste núcleo um capacete e um peitilho dos meados ou finais do século XVII, assim como a reprodução do retrato do madeirense João Fernandes Vieira, o herói da restauração de Pernambuco, no Brasil, uma peça de acompanhamento de Bartolomeu da Costa e a maqueta do Endeavou, do comandante James Cook. Nas paredes, serão colocadas reproduções de documentos acrílicos com militares e fardamentos dos meados do século XVIII.

O acesso ao último núcleo faz-se por um corredor de ligação, o qual será ocupado pelo morteiro de D. Pedro II, recolhido em Elvas, e pela maqueta da fortaleza de São Lourenço. Nas paredes deverão ser colocadas duas reproduções de litografias inglesas de 1821.

No núcleo sobre as Fortificações e Infra-estruturas Militares da Região, haverá igualmente uma lona informativa à entrada, com uma referência especial ao aluvião de 1803. Os diversos sub-núcleos serão ainda ilustrados por peças de armamento utilizadas ao longo de vários períodos. Também aqui ficará representada a visita régia à Madeira, em 1901, com a visita do rei D. Carlos aos quartéis de Infantaria e Artilharia. O envolvimento da Madeira na 1.ª Grande Guerra , as revoltas das Farinhas e da Madeira, de 1931, o desenvolvimento das instalações fixas das baterias de costa e antiaéreas que marcaram o período da 2.ª grande guerra e a participação das forças mobilizadas pela Madeira para as campanhas coloniais marcam os restantes elementos da sala.


DN Madeira

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Embaixadora leva exemplos para Timor

Do desenvolvimento da Madeira









A embaixadora extraordinária e plenipotenciária de Timor-Leste em Portugal esteve ontem presente na inauguração de uma placa na casa onde nasceu o capitão Armando Pinto Correia (antigo administrador de Baucau e autor do Livro “Gentio de Timor”).
Uma iniciativa que contou também com a presença do presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, Arlindo Gomes.
Na oportunidade, Natália Carrascalão disse que a sua visita à Madeira tem sido um sucesso. «Tenho estado a observar tudo aquilo que a Madeira tem de bom e tudo aquilo que eu posso transmitir para os governantes da minha terra. O que se pode fazer numa ilha como é Timor Leste. A Madeira, a meus olhos, é um autêntico presépio», considerou a embaixadora em declarações prestadas à comunicação social.
Instada a apontar os exemplos que leva para Timor, Natália Carrascalão referiu que leva o desenvolvimento. «Noto uma diferença muito grande em relação há 10 anos, quando cá estive. E dá para entender que, devagar, tudo se constrói», referiu a embaixadora.
O presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, por sua vez, referiu que o momento de ontem, em que foi i inaugurada uma placa com o nome do antigo admnistrador de Baucau, é de extrema importância para o concelho.
Arlindo Gomes afirmou que o capitão Armando Pinto Correia deixou uma grande obra em Timor, sendo que «para nós, dá-nos imensa satisfação. Foi um nosso cidadão que lá esteve e que deixou um trabalho acarinhado por aquele povo», disse.




Jornal da Madeira

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Livro editado pela DRAC é único a nível nacional

O inventário de órgãos da região há pouco lançado é o primeiro do seu género, no país
Data: 25-11-2009



Recentemente lançada na Madeira pela Direcção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC) a obra 'Órgãos das Igrejas da Madeira', da autoria do mestre organeiro Dinarte Machado e de Gerhard Doderer, é única no país, no que concerne à informação que disponibiliza sobre o património organológico de uma dada região. Quem no-lo disse foi, precisamente, Gerhard Doderer, professor e organista com um extenso currículo, que já foi professor catedrático do Departamento de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa, e que é autor de várias publicações (prepara actualmente um guia dos órgãos do Patriarcado de Lisboa).

"Este é o primeiro inventário que se faz de uma dada região de Portugal. Não existe outro. Nem no centro de Portugal, nem no Alentejo, nem no Norte do país, nem nos Açores. É a primeira vez que temos realmente em mão algo palpável, relativamente a este inventário patrimonial".

Para Doderer, é importante, não só para os habitantes locais, como para os visitantes, os turistas, ter a percepção dos instrumentos existentes e da forma como se integram na localidade onde estão inseridos.

"Penso que, sob este aspecto, o livro vai satisfazer muitas pessoas. Claro que, a partir de agora, e tendo este livro saído desta forma, estamos à espera de outros e mais pormenorizados estudos organológicos em relação a alguns dos instrumentos mencionados. Gostaríamos que este inventário fosse o ponto de partida para muitas edições organológicas futuras".

Conforme explicam os próprios autores na apresentação do livro, o mesmo abrange o conjunto dos órgãos que Doderer e Machado conseguiram localizar, examinar e avaliar.

"Julgando indispensável oferecer um enquadramento dos respectivos instrumentos, apresentamos não apenas textos que se referem a aspectos históricos dos templos onde estes órgãos se conservam, como descrevemos, ao mesmo tempo e em termos sintéticos, as características técnicas dos objectos em estudo. A documentação fotográfica integrada realça os instrumentos propriamente ditos, mas também o ambiente englobante, tanto em termos geográfico-paisagísticos como no que respeita à própria inserção nos diversos espaços sagrados".

Neste livro, são registados mais de trinta órgãos da Madeira, mas é patente que os estados de conservação diferem bastante, sendo que alguns se encontram bastante degradados. O restauro que a DRAC tem empreendido relativamente a vários instrumentos, na opinião de Gerhard Doderer, "vai sendo orientado um pouco através da importância histórica de que os próprios instrumentos se revestem. E assim, é bem natural que se tenham contemplado primeiro instrumentos do séc. XVII, e outros, depois, do séc. XVIII. Mas eu penso que se vai continuar, e certamente chegaremos também aos instrumentos do séc. XIX, que têm também a sua importância porque demonstram claramente o tipo de prática e de gosto musical que se tinha naquela altura". O catedrático alemão diz que na Madeira "há um grupo de instrumentos ingleses que têm uma importância especial - até para a própria Inglaterra, porque não existem assim muitos órgãos daqueles construtores da segunda metade do séc. XIX". Há, porém, instrumentos que têm mais substância histórica do que outros, até pelo que conservam de original.

"Mas, de uma maneira geral, o grupo de instrumentos do séc. XIX é bem importante", considera.

Quanto aos órgãos entretanto recuperados, acha-os também relevantes, "porque se inserem perfeitamente na tipologia dos órgãos que se construíram nos principais centros de Portugal, nomeadamente em Lisboa, e para nós é importante verificar que esses instrumentos também encontraram o seu caminho até à ilha da Madeira".

Por seu turno, Dinarte Machado elogia a "vontade política" que existiu na Madeira, em dar continuidade a um levantamento inicial que o próprio efectuou em 1993. Em contrapartida, critica a ausência dessa mesma vontade política nos Açores, onde efectuou trabalho de pesquisa similar em 1987-89. Realizar um livro como o que agora foi publicado, enfatizou, é um trabalho difícil, que tem de ser desenvolvido em diferentes fases, mas muito relevante do ponto de vista cultural. Esta obra é um registo de estudos, que pode servir de ponto de partida para investigações organológicas inclusive ao nível universitário. "E, no plano organológico, nós em Portugal não temos nenhuma publicação feita, nem mesmo ao nível de inventário".

Um estudo feito por conhecedores do assunto

Dinarte Machado é o organeiro açoriano que tem sido responsável pela recuperação de vários órgãos madeirenses, e também pela construção, de raiz, do órgão da igreja do Colégio. Nasceu nos EUA, em 1959, mas cresceu nos Açores. Foi um autodidacta na organaria durante uma década, mas consolidou os seus conhecimentos a partir de 1992, estagiando com o mestre organeiro Gerhard Grenzing, e participando no restauro do órgão histórico do Palácio Real de Madrid. Em vários países europeus, melhorou a sua formação técnica e profissional. Comparando os órgãos de outros países com os nacionais, detectou características específicas que configuram a existência de uma organaria portuguesa, original, distinta das dos demais países. Foi este o tema da comunicação que apresentou, aliás, no Congresso Internacional de Órgãos Históricos Portugueses. Desde então, tem sido um activo defensor da necessidade de salvaguarda deste património. Já efectuou cerca de 70 restauros em Portugal (continente e ilhas) e Espanha, construindo também órgãos de raiz para escolas de música e igrejas portuguesas.

Gerhard Doderer, por seu turno, nasceu em 1944 na Alemanha. Após estudar Pedagogia em Würzburg e formar-se no Conservatório da mesma cidade, doutorou-se na 'Julius-Maximilians-Universität', em 1973. Foi bolseiro da Fundação Gulbenkian e especializou-se em Música Ibérica do Renascimento e do Barroco. Ensinou Órgão e Organologia no Conservatório Nacional de Lisboa. Leccionou também no 'Hermann-Zilcher-Konservatorium' de Würzburg, que depois dirigiu. De 1982 a 2008, foi professor catedrático do Departamento de Ciências Musicais da Universidade Nova. Tem realizado numerosas publicações, reeditado Cantatas de câmara, dado recitais e seminários e prepara actualmente um guia dos órgãos do Patriarcado de Lisboa. Gravou vários discos de órgão.


DN Madeira