terça-feira, 8 de junho de 2010

Hospital será menor para atrair privados

Jardim avisa que primeiro estão os utentes e depois os profissionais da Saúde







Alberto João Jardim reforçou ontem, em declarações ao JM, que o Governo Regional não deixou cair o novo Hospital do Funchal, a construir em Santa Rita. O Executivo madeirense, sublinha, alterou, contudo, a sua opção: em vez de um grande hospital, construir-se-á um de menor dimensão, embora sempre adequado à realidade regional, e no âmbito de uma parceria a estabelecer com a iniciativa privada.
Por outro lado, Alberto João Jardim, em relação às recentes polémicas no sector da Saúde e perante denúncias de mal-estar naquela área, deixa claro que o seu objectivo é servir os utentes do Serviço Regional de Saúde. Os seus profissionais, frisa, vêm em segundo lugar. O governante recorda também que os resultados demonstram a justiça das medidas.
Alberto João Jardim, acerca do novo hospital, disse ainda que «o Governo Regional está a fazer, primeiro, aquilo que é urgente no actual hospital, a fim de garantir os serviços que imediatamente a população necessita».
Porque não vamos ficar à espera do novo hospital para fazer esses serviços», explica.
Segundo o presidente madeirense, «o novo Hospital não terá a dimensão que se pensou no princípio, porque o Governo, através da Secretaria Regional dos Assuntos Sociais, já está a aglutinar muitos serviços na estrutura do actual hospital».
Neste sentido, a unidade a nascer em Santa Rita «terá uma dimensão que possa atrair mais o investimento privado». Isto porque o Governo Regional andou, no mercado, «a fazer prospecção de parcerias privadas e chegou à conclusão de que a parceria privada não estava interessada num hospital de grandes dimensões, mas sim num de mais pequenas dimensões».
Por isso, «junta-se o útil ao agradável: está-se imediatamente a fazer aquilo que o utente necessita e depois o hospital será sempre sob o ponto de vista da parceria privada».
Jardim acrescenta ainda, a propósito: «Não deixámos cair o hospital, até porque estamos a expropriar os terrenos necessários ao mesmo. Agora, não posso fazer um hospital nem sequer chamar privados a conversar sem ter, primeiro, os terrenos».
Quanto às recentes questões na área da Saúde, é peremptório: «Eu não entro em discussão com os profissionais de saúde, com os quais, aliás, me dou muito bem. O que digo é que, depois destas mudanças, os números indicam que os serviços estão a responder melhor. E isto é o que me interessa. Eu estou aqui para servir os utentes do Serviço de Saúde e, lamento dizê-lo, os profissionais de saúde vêm em segundo lugar, a seguir aos utentes».

Reunião em Lisboa abordou Zona Franca

Alberto João Jardim diz que houve, na passada sexta-feira, em Lisboa, uma reunião entre representantes dos dois Governos, a propósito do futuro do Centro Internacional de Negócios da Madeira.
O líder madeirense sublinha que o secretário regional do Plano e Finanças, Ventura Garcês, é que está a acompanhar o processo.
Recorde-se que, no passado dia 30 de Maio, conforme o JM documentou, Alberto João jardim reuniu-se com o primeiro-ministro José Sócrates, em pelno aeroporto da Madeira, durante uma escala técnica do avião que transportava o primeiro-ministro, após uma visita oficial à Venezuela.
Na altura, Jardim sublinhou que ambos os governos estavam de acordo em relação à continuidade da Zona Franca.

Revisão o mais rápido possível

Alberto João Jardim diz que a Revisão Constitucional terá que passar obrigatoriamente por um acordo com o PS. O líder madeirense defende ainda que essa alteração do texto fundamental da Nação deverá acontecer o mais depressa possível, considerando que após as Presidenciais (conforme defendeu ontem Guilherme Silva, em entrevista ao JM, já será um «pouco tarde, mas se não puder ser antes...».
Segundo Jardim, «a Revisão terá que ser quando houver um acordo com o Partido Socialista e é um acordo de regime, para as mudanças que têm de ser feitas para pôr o País a funcionar».
«Como é para pôr o País a funcionar, o ideal é o mais rápido possível. Logo a seguir às Presidenciais até já é um pedacinho tarde para a situação em que o País se encontra, mas se não puder ser antes...
Para Jardim, «o fundamental, antes de se estar preocupado com o quando é que deve ser, é chegar a acordo com o PS».
«O Partido Socialista tem o Governo do País. Neste sentido, quem está mais interessado do que toda a gente em que a situação acalme e melhore é o próprio PS, a não ser que sejam suicidas», adiantou.
Instado a comentar uma lista de perseguições entregues pelo PS ao Representante da República, Jardim é cáustico: «Não vi nenhuma lista. Eles que digam quem foi perseguido. Falar é fácil. Eu também falo muito coisa deles, mas quando falo deles concretizo e provo. Por exemplo, eu provo que eles são incompetentes, eu provo que eles são mau carácter. Isso eu tenho provado».
«O que o PS não queria é que eu governasse e que depois o povo madeirense me pedisse contas, por eu não poder governar. Como eu procuro governar, o PS está desvairado. O PS-Madeira ainda é um herdeiro político da “abrilhada” de 74. Entende que democracia é anarquia. Eles são uns dos herdeiros de “abrilhada” de 74. O conceito de democracia deles é a anarquia, não é a democracia representativa», disse também.



Jornal da Madeira

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