Talassoterapia já representa 6% da receita hoteleira
O Porto Santo ainda continua à procura da sua identidade turística. Tido como destino de sol e praia, as condições climáticas adversas durante o Inverno tem levado as entidades e os empresários a procurarem produtos alternativos que atenuem a sazonalidade. Exemplo disso foi a aposta no turismo da saúde e mais recentemente com a construção de um campo de golfe.
No caso da saúde, as apostas do Grupo Ferpinta numa clínica de talassoterapia no Hotel Vila Baleeira e mais recentemente da família de Roberto Monteiro, no Hotel do Porto Santo, acrescentou valor ao destino, embora os primeiros resultados ainda sejam incipientes.
Com doze profissionais afectos à Talassoterapia Baleeira, e área de saúde do hotel é procurada por 25% dos hóspedes do Hotel Vila Baleeira, a que se juntam outras centenas de turistas vindos de outras unidades ou até residentes na ilha.
Marco Ferreira, o director da unidade, reconhece ao DIÁRIO que a "ilha e mesmo o nosso hotel ainda não se afirmou como uma referência do turismo da saúde. E preciso investir mais na promoção", reconhece.
Revelando que a procura pelos tratamentos e serviços prestados pela clínica depende do tempo e da época do ano, Ferreira admite que os clientes de Inverno são os que mais pagam pelo acesso, até porque beneficiam de descontos que podem atingir os 20%.
Para o director do Hotel Vila Baleeira o problema maior do Porto Santo tem a ver com o crescimento da oferta de camas, que são nesta altura excedentárias para a capacidade de transporte aéreo garantido, sobretudo com origem no estrangeiro e em particular os voos não regulares, que são hoje muito menos do que eram no passado.
Para este hotel, os serviços prestados pela clínica de talassoterapia representam já 6% das receitas totais, de aposento, comidas, bebidas e funções (aluguer de salas, festas, etc.), valor que tem vindo a crescer e deixam boas perspectivas em aberto.
Também o Hotel do Porto Santo investiu num Spa que tem como referência os tratamentos com areias quentes, mas que oferece as massagens, os serviços de estética e piscina.
10% dos clientes querem o Spa
Raul Gonçalves, o director da unidade assume que o investimento no turismo de saúde traduz a filosofia dos accionistas, bem como o 'know-how' adquirido ao longo de mais de duas décadas com um estudo desenvolvido pelo investigador madeirense João Batista, que comprovou as qualidade terapêuticas das areias.
Com contratos com operadores noruegueses e ingleses, que trazem à ilha e ao Spa centenas de turistas, o director hoteleiro revela que 30% dos seus clientes procuram este produto específico, sendo claro que a cada mês há mais clientes, com a particularidade de um terço das receitas serem geradas pelos tratamento de areia quente, uma referência do Porto Santo à escala nacional e internacional.
Raul Gonçalves acredita que o turismo de saúde pode assumir-se como uma alavanca da procura pelo Porto Santo no Inverno, um contributo para esbater a sazonalidade pois garante ao turistas uma alternativa em caso de mau tempo.
Por médicos hotel do Porto Santo manda efectuar novo estudo das areias
Desde a década de 90 que o Hotel do Porto Santo tem uma clínica-piloto que tem prestado tratamentos a pacientes acompanhados e monitorizados por equipas médicas e científicas. De acordo com o investigador João Baptista, a areia do Porto Santo "é muito fina e calibrada, com partículas tubulares, permitindo uma grande aderência à pele. Em termos químicos, possuem quantidades de óxido de cálcio e óxido de magnésio e estrôncio acima do normal, quando comparadas com outras areias, elementos extremamente benéficos para a saúde. As propriedades térmicas também são únicas, uma vez que a difusão do calor é alta e a taxa de arrefecimento é baixa. Já a argila bentonítica possui baixa granularidade e abrasividade, boa plasticidade e elevada capacidade de troca catiónica.
É com base em toda esta informação que o Hotel do Porto Santo encomendou outro estudo, desta feita a um grupo de médicos por forma a que estes determinem com maior rigor os efeitos dos tratamentos com areias quentes.
DN Madeira
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