sábado, 19 de junho de 2010

Projecto de Geotermia vai avançar na Madeira






No âmbito da Política Energética da região Autónoma da Madeira, o vice-presidente do Governo Regional, João Cunha e Silva, acompanhado do presidente do conselho de administração da Empresa de Electricidade da Madeira, Rui Rebelo, apresentou ontem um estudo sobre as novas oportunidades na área das energias limpas, nomeadamente o aproveitamente da energia geotérmica.
A apresentação do projecto para a implementação de energia geotérmica na Madeira coube ao presidente da EEM, que destacou ser o “potencial da Madeira bastante promissor”, tendo anunciado que a primeira fase dos trabalhos para prospecção e avaliação do recurso “vão arrancar muito em breve”.
Rui Rebelo, antes de explicar os pormenores do projecto, destacou que o aproveitamento dos recursos geotérmicos constituem “uma oportunidade de investir em mais uma fonte de energia limpa” e respondem aos objectivos traçados pela estratégia europeia para a energia e pela política energética da Região, nomeadamente no que se refere a encontrar alternativas energéticas ao petróleo, combater as alterações climáticas, aumentar a segurança energética dos países e das regiões e estabilizar o preço dos produtos energéticos.
Acentuando ser a Madeira “uma das poucas regiões do país com um plano energético actualizado”, o presidente da EEM, realçou que a “política energética regional tem como objectivo fundamental garantir um abastecimento seguro e regular de energia aos cidadãos e a todas as actividades económicas, nas melhores condições e aos preços mais competitivos possíveis”.
Neste âmbito lembrou que a política energética passa por “maximizar o aproveitamento dos recursos renováveis regionais, Fomentar as energias alternativas, incentivar a utilização racional de energia e melhorar o desempenho ambiental”.
Deste modo, realçou que a “Região tem apostado em tudo o que seja energias renováveis”, apontando o exemplo do aproveitamento das energias hídrica, eólica e solar.
Neste âmbito, Rui Rebelo salientou que a participação de energias renováves na produção de energia na Região já é de 22,5%, sublinhando que a meta dos 30% a atingir em 2017 “deverá ser largamente ultrapassada e deverá atingir os 35%”.
Sublinhando que o plano de acção “passa por substituir o fuelóleo utilizados nas centrais termoeléctricas por alternativas mais limpas e amigas do ambiente”, destacou o projecto do biocombustível marinho em curso na ilha do Porto Santo e o projecto do gás natural na Madeira, já em fase de concurso.
Em relação ao projecto de aproveitamento de energia geotermal, adiantou haver “um promissor valor geotérmico” na Região a uma profundidade que poderá ir entre os 3 e os 4 quilómetros, pelo que salientou que “o trabalho que a Região vai fazer é identificar locais para a exploração de energia geotérmica”, a qual pode ser convertida em energia eléctrica numa central geotérmica.
Assim, Rui Rebelo referiu que a primeira fase dos trabalhos (prospecção/avaliação do recurso) vai ser desenvolvido pelo LNEG - Laboratório Nacional de Energia e Geologia.

Trabalho extraordinário no sector energético

Por seu lado, o vice-presidente do Governo Regional referiu que o trabalho que está a ser desenvolvido na área da energia vai no sentido de “inverter” a frase “que nos acompanhou vida fora” de que a Madeira “é uma região sem recursos naturais e sem matérias primas”.
“Não temos petróleo, mas vamos tentando ir buscando outras soluções que permitam dizer que temos matérias primas que nos podem ajudar a ser mais independentes e menos dependentes do exterior, a ter melhor ambiente e também termos mais riqueza, pois importamos menos fuel”, destacou João Cunha e Silva.
Salientendo que o trabalho na área da energia “tem sido extraordinário”, realçou que o Plano de Política Energética “tem sido seguido à risca” e que “foi feito muito mais do que parecia podermos fazer”.
Neste âmbito destacou “a qualidade, determinação e competência da EEM, particularmente do dr. Rui Rebelo, com com todos os projectos que temos vindo a sugerir a serem estudados e a serem apresentados quando só tenham consistência para avançar”.
Quanto ao projecto de geotermia, o vice-presidente do Governo Regional disse tratar-se de “um projecto experimental” que “poderá resultar em estudos positivos que garantam uma nova solução, uma nova aposta que, sem hesitações, levaremos por diante”.
Todavia, acentuou que a Região “irá continuar a estudar outras possibilidades” na área energética, acentuando a aposta “em energias renováveis, em energias limpas e em energias alternativas para não ficarmos dependentes de nenhuma”.





Jornal da Madeira

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