Recuperação urgente para salvar fonte histórica
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Data: 05-02-2010
É o mais antigo e principal marco histórico da freguesia do Santo da Serra e encontra-se num elevado estado de degradação que se tem acentuado nos últimos anos. O presidente da Junta de Freguesia, Martinho Gouveia, fala mesmo no risco de ruína deste património histórico e da urgência da sua recuperação.
Um conjunto de factores tem precipitado a degradação: o facto da Santo António da Serra se encontrar na cota mais baixa de todo o sítio dos Casais Próximos, perto do centro da Freguesia, faz direccionar para este local uma quantidade significativa de águas, situação que inclusivamente deu início a um pequeno ribeiro na base da fonte. A significativa humidade tem permitido a degradação rápida das pedras que constituem a fonte.
Apreensivo, o presidente desta Junta de Freguesia vai avançar com um projecto de recuperação da Fonte e para tal prevê empregar durante a fase das obras duas técnicas de conservação e restauro, Sandra Freitas e Elisabete Reis, que serão remuneradas pela Junta enquanto a obra decorrer.
Fonte será desmantelada e colocada ao nível da estrada "Importa ter alguém do Santo da Serra, que sabe o valor histórico da fonte, a acompanhar as obras", afirma Martinho Gouveia. O projecto prevê a recuperação e numeração das pedras que formam a fonte e consequente desmantelamento, aproveitando a construção de uma estação elevatória de saneamento básico neste mesmo local, para depois 'reconstruir' a fonte cinco metros acima do local onde actualmente se encontra, ao nível da estrada que ali passa.
"Ao fazermos isso, sabemos que vamos dar outra visibilidade ao marco histórico da freguesia. Assim, as pessoas que visitam a freguesia já podem tomar conhecimento da fonte. Sabemos que data de 1800, mas ainda não estamos certos da data precisa da construção".
Explica a decisão de recuperar a fonte numa cota superior à actual. "Estarmos a recuperar a fonte no mesmo local em que se encontra não iria surtir o efeito desejado. Desta forma sabemos que a restauração terá um efeito mais prolongado, facilitará futuras intervenções e poderá ser apreciada mais facilmente pela população". Um processo que, garante, será colocado em prática com grande rigor, com vista à conservação das pedras da fonte e ainda às dezenas de inscrições que ali foram feitas por soldados ingleses em data ainda a apurar.
Primeira fase: trabalho técnico
Ao DIÁRIO, as duas conservadoras-restauradoras explicam que, antes de se avançar para o terreno, terá de ser feito um rigoroso trabalho de investigação e recolha de informação sobre a fonte e só depois então, passar para o trabalho de campo.
Antes de avançar, a Junta de Freguesia prepara-se para enviar um documento à Direcção de Assuntos Culturais para obter um parecer sobre esta intenção. O documento está já a ser preparado pelas duas técnicas. "Temos de limpar todos os acessos e a vegetação que está a tapar a fonte. Depois, as pedras têm de ser consolidadas para que não se partam durante a remoção", explica Elisabete Reis. É preciso apurar as datas e as simbologias das inscrições introduzidas na fonte por soldados, adiantou Sandra Freitas.
DN Madeira
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