Na Madeira, para reforçar capacidade de observação, para fenómenos de vento e de precipitação
O Instituto de Meteorologia vai solicitar ao Governo a instalação de um radar na Madeira, para reforçar a capacidade de observação, sobretudo para fenómenos de vento e precipitação mais forte. O anúncio foi feito pelo presidente deste organismo, Adérito Serrão, que ontem esteve na Madeira.
O presidente do Instituto de Meteorologia (IM) anunciou que o IM vai solicitar e propor ao Governo (da República) a instalação de um radar na Madeira para reforçar a capacidade de observação, sobretudo para fenómenos de vento e precipitação mais forte.
O anúncio foi feito em conferência de imprensa, ontem, dia em que Adérito Serrão se deslocou à Região para a apresentação do Boletim Climatológico mensal da Madeira e para visitar as instalações do Observatório de Meteorologia, que foram renovadas.
Este responsável adiantou que neste momento a Região tem uma rede de observação com uma cobertura já muito vasta, com uma malha mais fina que no continente. Enquanto que na Madeira há uma estação para cada 50 quilómetros quadrados, no território continental a relação é na ordem dos 60 quilómetros. Mas, afirmou, para além destas estações e de alguns equipamentos adquiridos agora, «para reforço da nossa capacidade de observação da visibilidade, de nevoeiros, de precipitação, vamos solicitar a instalação de um radar». «Vamos sensibilizar o Governo para se conseguir obter financiamentos para este novo equipamento aqui», disse, reconhecendo que «os tempos não são muito fáceis» e que «poderemos ter algumas dificuldades em concretizar esse projecto».
O presidente do IM referiu que estes são projectos cuja instalação geralmente dura cinco anos, mas avançou que «queremos começá-lo desde já». «Se tivermos luz verde para isso, a nossa Delegação Regional procurará a melhor localização para este equipamento e depois será toda a fase de desenvolvimento do projecto e futura instalação», acrescentou.
Adérito Serrão afirmou que no continente existem três radares e um nos Açores, pelo que «aqui (Madeira) sentimos essa necessidade». «Sobretudo para estas situações de precipitação mais forte e também para situações de ventos, precisaríamos de ter um radar com os seus ecos que nos permita monitorizar essa situação e ter uma imagem para o meteorologista na sua operação de vigilância», sublinhou, acrescentando ainda que o mesmo irá ser «precisamente para o dia, para conseguir monitorizar e acompanhar, à semelhança daquilo que se faz com o satélite».
Este projecto vem na sequência da renovação da Delegação Regional, não só do ponto de vista infra-estrutural, mas também tecnológico e de recursos humanos. Aliás, adiantou que decorre neste momento um processo de recrutamento de mais um técnico.
O objectivo, concluiu, é que a Delegação Regional tenha cada vez mais autonomia a nível técnico e científico e que haja uma relação de maior proximidade entre o IM e as instituições regionais e as populações.
Está neste momento a ser desenvolvido
Modelo climatológico regional
Neste momento está a ser desenvolvido um modelo climatológico a nível regional, adiantou ontem o presidente do Instituto de Meteorologia.
Adérito Serrão referiu que o mesmo parte do modelo climatológico de escala global e que «vamos centrar em Portugal Continental e na RAM no sentido de cenarizar aquilo que poderão ser as evoluções de clima nos próximos tempos».
Tal como afirmou, «não se admite para já que aqui vão ter impactos muito significativos, mas é fundamental estudar quais é que serão os impactos que eventuais alterações de clima à escala global possam fazer reflectir aqui na Madeira».
O responsável sustentou que o modelo climatológico regional «dar-nos-á cenários para 20, 30, ou 50 anos» e explicou que o mesmo «pretende fazer uma antecipação daquilo que possam ser alterações ou variações do clima para o futuro». Isto porque, frisou, o clima vai variando e «nós temos é de antecipar essas variações, por forma a que os operadores económicos e os decisores políticos tenham essa informação para, sobretudo, adoptarem medidas de adaptação a essas alterações do clima».
Índice de risco de incêndio florestal a partir de Maio
O Instituto de Meteorologia vai divulgar, a partir do próximo mês de Maio, o índice de risco de incêndio florestal na Região.
O presidente do IM referiu que este é um serviço que existe no continente e que vai avançar na Região, designadamente as «previsões diárias relativamente à evolução do risco de incêndio florestal».
Adérito Serrão adiantou que dado que para o risco de incêndio contribuem as condições meteorológicas e condições climáticas de referência, é fundamental esse índice.
«Esta é uma das incumbências que demos à nossa delegação regional. Pretendemos que a partir de Maio seja publicitado diariamente o índice de risco de incêndio», disse, acrescentando que o mesmo será colocado na página do IM e poderá ser objecto de monitorização por parte de todos os utilizadores.
Por outro lado, o responsável adiantou que vai haver igualmente informação mais direccionada para o turismo. «Neste momento já estamos a fornecer informação de previsão relativamente ao turismo, mas queremos fazer a informação sobretudo de carácter climatológico», sustentou.
Jornal da Madeira
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