sábado, 20 de fevereiro de 2010

Inaguração das novas instalações centrais da empresa União Comercial (Toyota)

Presidente do Governo na inauguração das novas instalações da União Comercial
Jardim acredita que a Madeira vai ganhar













O presidente do Governo Regional afiançou ontem que, pese embora as dificuldades económicas, que ainda deverão continuar este ano, fruto de uma conjuntura internacional e das particularidades políticas que se repercutiram na Região, «a Madeira vai continuar a persistir no caminho que apostou».
Alberto João Jardim que falava na inauguração das novas instalações da União Comercial do Funchal, perante muitos empresários madeirenses afiançou que «vai ser difícil, mas vamos ganhar».
Desta forma, o líder madeirense manifestou-se contrário a um sentimento negativo que se instalou em alguns nichos de mercado, realçando que nos últimos meses tem inaugurado mais investimento privado do que público. «Isto demonstra a fibra, a qualidade e o arrojo do empresário madeirense», enalteceu.

Madeira foi solidária com o resto do País

Jardim referiu que «a Madeira também sentiu, em parte, algumas dificuldades com a conjuntura. Pelas consequências globais do mercado e outra por particularidades políticas que se repercutiram gravemente sobre esta terra e que tem sido um inferno para modificá-las».
Para o presidente do Governo a recente aprovação da Lei de Finanças Regionais «não significa rodos de dinheiro», porque a Madeira foi solidária com a realidade económica do País, facto que contraria afirmações feitas em alguns sectores do continente.
«Quando se diz, em certos sectores do continente que a Madeira não é solidária com o país e está a fazer exigências, isso é falso, porque nós fomos solidários, ficámos aquém daquilo que era justo e que a Assembleia da Madeira pretendia, ficámos aquém da lei que tinha sido revogada e porque fomos os primeiros a ser responsáveis e a não querer que se acusasse a Região de estar a prejudicar o país», explicou Jardim.
Clarificou que «a Madeira não fez exigências anormais, quis repôr a justiça da lei anterior, reconheceu que o Estado não estava em condições e foi só até aquele ponto de justiça que era importante retomar».
O presidente do Governo reiterou a ideia de que todo o cenário criado no continente em torno da aprovação da Lei de Finanças Regional «afinal era tudo uma mentira». E explicou: «Quando o Governo da República, por um lado diz que é um rombo no Orçamento a pretensão da Madeira e por outro, vão por detrás da cortina, através dos ministros negociadores oferecer aos partidos, mais dinheiro e outras vantagens, que se calhar eram um rombo maior para o Orçamento de Estado, desde que não houvesse nova lei e isso é que significava a derrota política deles».
Para Jardim, a posição da Madeira foi firme porque «era preciso ficar preto no branco em termos de Lei de Finanças Regionais e que desaparecia a lei iníqua que tinha sido aplicada sobre nós».

«Não contam comigo para palhaçadas»

Perante os muitos empresários presentes, Jardim recusou-se a “pintar” o mundo cor-de-rosa, assegurando que vai continuar a persistir no caminho traçado para a Região, visto que os índices de desenvolvimento, revelados pela União Europeia, em função do poder de compra, a Madeira continua bem situada comparativamente a outras regiões do País.
Tal como salientou «o Algarve já ficou mais para trás e mais para trás do pelotão estão os tais Açores que andam para aí umas criaturinhas que queriam que a gente seguisse aquele modelo de desenolvimento. Não contem comigo para palhaçadas».
Pese embora a Madeira tenha uma densidade populacional três vezes a do continente e depois da crise ter atingido o seu pico alto, Alberto João Jardim realçou que «a taxa de desemprego ficou muito abaixo do continente industrializado e o produto continua a subir acima da média da União Europeia».
«Isto significa que fomos capazes de aguentar este balanço», salientou Jardim, realçando as medidas que o Governo Regional tomou de apoio às pequenas e médias empresas. Neste âmbito, disse que «há um défice de informação aos empresários mais pequenos», visto que ainda estão disponíveis apoio às micro-empresas.

Região é única no País no apoio aos sobrecustos das empresas

Exemplo da resposta dada nos momentos de maior dificuldade, é o programa que a Região está a desenvolver de apoio aos sobrecustos das empresas, articulado com a União Europeia. «Somos a única zona do país que está a desenvolver um programa destes, enquanto uma outra região pegou neste dinheiro e meteu todo numa companhia aérea», referiu.
Jardim agradeceu ainda aos empresários e aos trabalhadores madeirenses «pelo grande sentido de responsabilidade», manifestando-se honrado nesta concertação social.

Fernando Nobre não colhe apoio de Jardim

À margem da inauguração, o líder madeirense afirmou ontem que não vai apoiar a candidatura do presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), Fernando Nobre, à Presidência da República. «Dou exactamente à candidatura de Fernando Nobre a mesma resposta que dei em relação à do Manuel Alegre: não tenho nada com isso porque não vou votar nele».
Sobre o facto do projeto de Fernando Nobre se assumir como apartidário, Jardim argumentou que «as pessoas têm cor política». Instado a dizer qual a candidatura à Presidência da República em 2011 que contaria com o seu apoio, disse que votaria «no Professor Cavaco Silva».
Sobre o facto da Lei de Finanças Regionais estar agora nas mãos do Presidente da República, Jardim foi claro: «Não estou preocupado com isso».

A obra


As novas instalações centrais da empresa União Comercial do Funchal, ontem inauguradas, ficam situadas no Caminho do Poço Barral, na freguesia de Santo António. Estas novas instalações apresentam em dois pisos amplos espaços de exposição para automóveis, serviços administrativos e de apoio à venda de viaturas novas e usadas. A União Comercial do Funchal, propriedade da família Sottomayor Tavares, é representante na Madeira da marca japonesa Toyota há 42 anos. Líder de mercado no ramo automóvel, a empresa deu um significativo passo na sua modernização com as novas instalações situadas em Santo António.



Jornal da Madeira

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