sábado, 13 de fevereiro de 2010
Há 75 Cristianos Ronaldos
Seis foram registados na Madeira, incluindo o do futebolista
Data: 13-02-2010
Existem, em Portugal, 75 pessoas com o nome Cristiano Ronaldo, seis das quais naturais da Madeira. Segundo dados do Instituto dos Registos e do Notariado, para além do desportista em causa, dois dos referidos registados (na Região) nasceram em 2009, outros dois em 2005 e um em 2008.
A paixão pelo futebol dos pais e o talento do futebolista poderá explicar a escolha destes dois nomes próprios na hora de registar os filhos. Ainda assim, de acordo com a conservadora do Registo Civil do Funchal, Isabel Medeiros já houve uma maior tendência para colocar o nome de famosos nos filhos, em muitos casos por influência da televisão, sobretudo quando surgiram as novelas brasileiras em Portugal. Foi uma "moda", mas, segundo a conservadora, "está-se a voltar aos nomes mais portugueses".
Embora o sistema informático nas conservatórias não permita apurar os dados estatísticos por região, Isabel Medeiros sublinha que a tendência não é diferente daquela que se regista ao nível nacional. Em 2008, os vocábulos Maria e João lideraram o top de nomes atribuídos aos recém-nascidos. Outros nomes mais usuais nesse ano foram também Matilde, Leonor, Ana, Rodrigo, Beatriz, Diogo, Martim, entre outros.
De acordo com a legislação portuguesa, o nome completo deve compor-se, no máximo, de seis vocábulos gramaticais, simples ou compostos, dos quais só dois podem corresponder ao nome próprio e quatro a apelidos.
Mudança de nome só em casos específicos
De acordo com o Código do Registo Civil, o nome fixado no assento de nascimento só pode ser modificado mediante autorização do Conservador dos Registos Centrais, em processo especial instaurado pelo interessado para o efeito.
Segundo a conservadora-adjunta da Direcção-Geral dos Registos e Notariado, Filomena Maria Mocica, "as razões mais invocadas como justificativas para a alteração de nome próprio prendem-se com a falta de identificação pessoal/emocional com o vocábulo em causa e, principalmente, com a actual admissibilidade legal de nomes próprios estrangeiros sob a forma originária em determinadas situações".
No entanto, existem situações que resultaram de um engano na hora do registo. Foi o que aconteceu a Élvio Meneses. "Até agora não consegui perceber se foi o meu pai que disse mal ou se foi engano do funcionário da conservatória", disse.
O que é certo é que nos primeiros nove anos de vida teve como segundo nome próprio o vocábulo 'Pávio', em vez de Fábio, como pretendiam os pais. Um engano que foi corrigido quando teve que se matricular no 5.º ano e efectuar o Bilhete de identidade. Na altura, foi informado de que o nome não constava dos vocábulos admitidos, tendo sido rectificado na hora.
A entrada em vigor do acordo ortográfico levará a alterações na escrita dos nomes, já que, segundo Filomena Maria Mocico, será respeitada também a nível onomástico.
DN Madeira
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