Director do Serviço, Pedro Ramos, pretende mostrar trabalho feito no SESARAM
O Serviço de Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça pretende realizar, no próximo ano, a primeira reunião com os serviços de urgência dos hospitais públicos e privados do País. O objectivo, segundo o director do Serviço de Urgência do Hospital Central do Funchal, é o de apresentar o «bom trabalho» que está a ser feito na Urgência e nos centros de saúde da Região que têm este serviço.
Como resultado dos valores que são a referência do Serviço de Urgência (Comunicação, Formação, Diferenciação e Qualidade), Pedro Ramos pretende dar a conhecer, com o apoio da sua equipa, o sistema de triagem de Manchester, as quatro Vias Verdes e ainda a agenda científica.
Numa iniciativa inédita no país, já que em termos de hospitais públicos não há conhecimento de uma reunião que partisse da organização de um serviço de urgência, o encontro assenta na aposta do Serviço na Comunicação. «Vem um pouco na base daquilo que foi introduzido enquanto equipa de Urgência, nomeada recentemente, e que há muita vontade em ser concretizada, que é a comunicação, quer interna, quer com os restantes serviços do hospital e ainda com as urgências dos centros de saúde», explicou.
Pedro Ramos defende que o Serviço de Urgência tem de ser visto a partir do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira , E.P.E. (SESARAM) e «não pode ser hospital de um lado e centros de saúde com urgência do outro e essa comunicação quando atingir o patamar definido pode ser feita ao nível externo e daí a razão e a necessidade de ser feita uma reunião para apresentar como nós estamos a trabalhar», justificou o director do Serviço.
Neste sentido, Pedro Ramos realçou o facto de o sistema regional de saúde ser único no país, por existir uma boa articulação entre Hospital e as unidades de saúde primárias. «Não há um hospital no país que possa estabelecer essa articulação que estamos neste momento a ter porque geralmente existem vários hospitais envolvidos que prejudicam o bom funcionamento do sistema de saúde».
A estrutura de saúde regional tem permitido aos profissionais implementar de forma rápida as quatro Vias Verdes para a Sepsis, Trauma, AVC e Doença Coronária. Aliás, o Hospital Dr. Nélio Mendonça é a primeira unidade hospitalar do País a ter quatro Vias Verdes em funcionamento. «Isto só prestigia os profissionais, como a própria instituição e dá uma garantia de segurança aos doentes que recorrem aos hospitais e centros», assegurou.~
Definir relação entre hospitais públicos e privados em catástrofes
Pedro Ramos já participou num encontro, organizado por um hospital privado, onde se apercebeu o que preocupa os hospitais portugueses em termos de serviço de urgência, como o facto de as unidades hospitalares terem características diferentes que drenam populações com números diferenciados e com problemas distintos «e é isto que tem de ser analisado e discutido».
Por exemplo, seria importante reunir hospitais públicos e privados para ver como é que estas unidades se relacionariam em situações de catástrofe. Com novos hospitais privados, Pedro Ramos considera importante definir como é que estas unidades iriam colocar os seus bons recursos à disposição da população e como dariam resposta a situações de calamidade.
Para preparar a reunião dos serviços de urgência dos hospitais do país, a ser realizada no Funchal, Pedro Ramos participou esta semana nas 3.ª Jornadas Internacionais de Medicina de Urgência, no Hospital de São João, no Porto. «Mas aqui o serviço de urgência apenas foi focado, o que nós queremos fazer é discutir o problema da Urgência, porque cada serviço tem as suas questões», finalizou o responsável.
Exames passam para piso da Urgência
Este será um ano de muita actividade no Serviço de Urgência Dr. Nélio Mendonça, dado que além da realização da I Semana do Trauma no País, com a realização de sete cursos de Trauma Avançado, há ainda o aumento do próprio espaço físico do Serviço, que em princípio irá decorrer ainda em 2010.
O director do Serviço de Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça, Pedro Ramos, explicou que o aumento do espaço físico vai permitir que todas as áreas intervenientes da Urgência estejam no mesmo piso, nomeadamente a área da imagiologia e dos exames endoscópicos, que neste momento funcionam dois pisos abaixo da rés-do-chão, onde funciona a Urgência.
Esta mudança irá trazer uma maior comodidade aos doentes na realização de exames radiológicos, ecográficos e tomográficos, mas acima de tudo vai permitir uma maior rapidez no diagnóstico.
Esta alteração vai permitir ainda o aumento da sala de emergência que neste momento tem capacidade para atender dois doentes em simultâneo e que, com as obras, passa a poder receber quatro doentes que estão em risco de vida ou mesmo em morte iminente.
A média de atendimento naquela sala é de três a quatro doentes por dia, mas os números anuais são de mil doentes que chegam ao Serviço de Urgência e que recebem as senhas vermelhas e laranjas, ou seja, que estão em risco de vida.
Jornal da Madeira
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não serão aceites comentarios de anonimos