sábado, 23 de janeiro de 2010

Trabalho do Germobanco será continuado

Parceiros do projecto europeu AGRICOMAC estiveram reunidos no Funchal







O comité técnico do projecto AGRICOMAC esteve reunido, na manhã de ontem, na sede da Associação de Agricultores da Madeira, um dia após à primeira reunião anual deste projecto que sucede o Germobanco.
Estiveram reunidos 17 quadros directivos ligados às entidades que integram este projecto europeu, no âmbito da agricultura, que da parte da Região conta com a presença da Universidade da Madeira e a Associação de Agricultores, para além de elementos das instituições representativas dos Açores e das ilhas Canárias.
Em cima da mesa estiveram vários pontos importantes nesta fase inicial do projecto que tem por objectivo multiplicar sementes para serem fornecidas, com grande qualidade, aos agricultores para efeitos agrícolas. Na prática, visa a transferência de tecnologia ao sector agrícola da Macaronésia.
De salientar que o Banco de Germoplasma ISOPlexis, organismo que se encontra inserido no Centro de Estudos da Macaronésia da UMa, contém cerca de duas mil amostras de sementes, a grande maioria regionais. As leguminosas constituem 36 por cento da colecção, os cereais 32%, as plantas hortícolas 22% e os outros 5% dizem respeito às plantas silvestres.
E a Madeira irá continuar o trabalho iniciado no anterior quadro comunitário, com o Germobanco, complementando a parte «das sementes do milho, do trigo, da cebola e do feijão, trabalhos estes que vínhamos a fazer», explicou o presidente da Associação de Agricultores, João Ferreira. O propósito é chegar ao final destas culturas para que a Associação e a Universidade da Madeira, detentoras do Germobanco Agrícola da Madeira, procedam à multiplicação destas sementes e plantas para serem depois fornecidas aos agricultores e numa fase posterior procederem à sua certificação para implementar quer no consumo em fresco, quer em produtos transformados. «Estamos a falar num rejuvenescer das produções agrícolas, com produtos antigos, não melhorados geneticamente, mas de selecção, e lançar produtos no mercado que os mais antigos se lembram do paladar, mas que deixaram de estar na moda».
A ideia de João Ferreira é apostar na qualidade dos produtos para venda no mercado especializado, ou seja, gourmet, «dirigida mais ao público que quer consumir um produto diferentee que não existe em mais parte nenhuma do mundo, mas que para isso é capaz de pagar duas ou três vezes mais o seu valor». «Só assim é que conseguimos valorizar o produto e só assim é que o pequeno agricultor consegue ver o seu trabalho compensado financeiramente», explicou.
João Ferreira espera que, se tudo correr bem, no final deste ano serão feitas as primeiras experiências directas com os agricultores com as sementes de trigo, «levando a cabo tudo o que temos dito e feito ao longo destes anos».
Durante a tarde de ontem, os representantes das várias entidades da Macaronésia visitaram o Germobanco, na Universidade da Madeira.






Jornal da Madeira

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