quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Financiamento para Barreirinha é prioridade da Câmara (Funchal)

Avaliações dos prejuízos prosseguem no terreno mas ainda vai demorar até arranque das obras


Antes do Temporal


Depois do Temporal



A Câmara Municipal do Funchal continua a proceder à avaliação dos prejuízos causados pelo mau tempo no complexo balnear da Barreirinha e, para já, prefere não comprometer-se com prazos para o início das obras de recuperação daquele espaço. Bruno Pereira diz que, neste momento, estão a ser equacionadas várias possibilidades em termos de soluções de financiamento, mas é mais do que garantido que aquela praia não vai estar acessível à população na próxima época balnear. A previsão aponta que os procedimentos possam ser lançados apenas no final deste ano.
Neste momento, a maior preocupação prende-se com os trabalhos de protecção marítima do Lido e da Barreirinha, mas Bruno Pereira releva que é necessário ter a noção do que isso significa em termos de custos para a autarquia. Diz mesmo que o ideal seria uma linha de endividamento própria, recordando, a propósito, que as Câmaras estão sujeitas a um endividamento máximo. Adverte, por outro lado que a edilidade não pode assumir uma obra de quatro ou cinco milhões, sob pena de não poder fazer outras muito importantes para o concelho, como estradas e escolas.
Questionado quanto à possibilidade de a intervenção naquela praia poder contemplar novos melhoramentos, Bruno Pereira sublinhou que a grande questão prende-se com a extensão da obra. Acrescenta que, neste momento, já dispõe de avaliações internas, mas adverte que há outros problemas ao nível do próprio equipamento.
Quanto aos restantes complexos balneares, Ponta Gorda, Lido, Praia Formosa e Doca do Cavacas, o vice-presidente da Câmara Municipal do Funchal garante que vão estar a funcionar normalmente, inclusive, no período da Páscoa. Ainda assim, revela que a grande preocupação é o Lido. «A piscina, neste momento, tem algumas fendas pequenas e está a verter alguma água com a variação da maré, pelo que estamos a ver se conseguimos uma solução barata e rápida, de forma a que na Páscoa esteja em funcionamento. Não a 100 por cento como no Verão, mas de forma normal, quer a piscina quer o acesso ao mar. Depois, encerrará para obras durante algum tempo», explicou.
A outro nível, há também algumas vedações estragadas e as bordaduras de alguns degraus apresentam-se danificados, o que pode resultar em alguns cortes para quem ali circula descalço. Será ainda necessário proceder à nivelação de pavimentos e uma revisão geral de bombas. A este nível, Bruno Pereira garante que a verba inscrita no orçamento da Câmara é suficiente para cobrir os prejuízos.
No que toca ao Lido, o número dois da autarquia aproveita para recordar que o Lido é uma obra com cerca de 28 anos e que, como qualquer infra-estrutura pública desta natureza, requer sempre obras, minimizando assim, algumas críticas que têm vindo a público. «Quem diz o contrário ou é ignorante ou está de má fé. Todos os senhores proprietários de plataformas marítimas – sejam hoteleiros, municipais ou privados – sabem que quem tem este tipo de infra-estruturas tem que proceder a custos de manutenção. Quando ouço falar em coisas como planos da orla costeira não consigo perceber o que uma coisa tem a ver com a outra. A não ser que se chegue à conclusão que não é importante ter complexos balneares para a população e que é melhor que essas arribas estejam como estavam antigamente com um conjunto de poças em que as pessoas iriam lá alegremente tomar um banho sem o mínimo de condições», critica.
Bruno Pereira lembra que já por diversas vezes a Câmara anunciou que quer proceder a uma grande recuperação do Lido, projecto este que torna-se inviável, atendendo às condições económicas, nomeadamente, a impossibilidade de recorrer ao crédito.


Jornal da Madeira

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