terça-feira, 19 de janeiro de 2010

«Portugal não está preparado para um artista com as minhas características»

Carlos Costa falou à Olhar sobre a sua participação nos Ídolos






Depois da Operação Triunfo em que sagrou vencedora Vânia Fernandes, a Madeira voltou a estar de olhos postos num programa de entretenimento que visa escolher a melhor voz do país. Desta vez, a Região está representada por Carlos Costa, um jovem de 17 anos, natural do Porto Moniz, que desde cedo começou a mostrar aptidão para o mundo do espectáculo.
Num concurso onde são valorizadas as qualidades vocais e performativas dos concorrentes, Carlos Costa tem enfrentado um júri que nem sempre reúne consenso e que há duas semanas despoletou uma polémica que envolveu não só o próprio concorrente como também os músicos Anjos.
Depois de já ter corrido alguma tinta sobre o assunto, o produtor musical Luís Jardim vem a público defender o jovem madeirense e afirmar que está pronto a apoiar Carlos Costa na sua carreira.
Para o jovem madeirense os comentários feitos por Luís Jardim ao nosso Jornal foram «muito bem vindos», admitindo que, «desde que ele foi júri na primeira edição dos Ídolos que eu o vejo como uma pessoa ponderada e aquela que “mais olho” tinha para o talento musical das pessoas».
Carlos Costa diz que o mesmo se aplica ao concurso que recentemente integrou como júri, o “Nasci para Cantar”, no qual «ele tinha muito cuidado em falar com as crianças e em escolher aqueles que dizia terem ou não talento artístico». Aliás, continua, na
altura em que Luciana Abreu estava nos Ídolos, ele foi dos únicos a dizer que ela conseguiria fazer carreira. Por isso agradeço, do fundo do meu coração, o apoio demonstrado publicamente pelo Luís Jardim».
A respeito da sua participação nos Ídolos, Carlos Costa vai ainda mais longe e confessa que, «sinceramente, neste momento já não penso perder ou ganhar porque, estamos numa fase em que é tudo uma questão de votos e a opinião do pública é muito diversificada. Sobretudo depois do comentário do Manuel Moura dos Santos aprendi a medir bem as palavras que digo em público porque chegamos a um ponto em que damos a pontinha de um dedo e eles tiram-nos o braço todo».

Artista de “pop internacional”




«Uma das coisas que eu fazer é mudar a ideia que Portugal tem em relação aos seus artistas. Portugal ainda não está preparado para receber um ídolo com as características que eu quero dar e que é cantar “pop” não com o som do pop português mas sim do pop internacional no qual participam dançarinos e há um guarda-roupa especial. Eu acho que o nosso país não está pronto para receber isso».
Consciente de que neste momento enfrenta um júri “contraditório”, Carlos Costa confessa que tem sido muito difícil perceber o que os quatro jurados realmente querem e esperam de um “ídolo”.
Contudo, e apesar das adversidades, Carlos Costa afirma estar muito feliz por estar a participar no programa, referindo que «gosto muito da forma de como está concebido, gosto muito das pessoas que dele fazem parte. Tenho é pena que utilizem o programa para preocupar mais o país. Portugal está cheio de problemas e não precisam de estar a piorar. Eu digo isto porque acho mau estarem a usar os concorrentes dos Ídolos com capas espalhafatosas e que só servem para vender revistas e jornais». Além disso, o madeirense confessa sentir «muito preconceito em relação àquilo que é um artista ou não. Por exemplo, já me disseram que não me querem como Ídolo porque serei mais um de muitos. Ora, apesar de respeitar o trabalho destes artistas eu não me identifico com o Tony Carreira, nem com o Michael Carreira ou o Toy. Por isso não aceito que me comparem com determinados artistas, nem com determinada linha musical».
Depois de ter feito várias formações de canto, dança e representação, no continente Carlos Costa já participou nos musicais ‘High School Musical’ 1 e 2 e ainda ‘O Livro Da Selva’. Fez também algumas dobragens para alguns desenhos animados, entre eles o filme de animação “Pular a Cerca” dos estúdios da Pixar e ainda para as “Winx”. «O Carlos Costa é uma pessoa normal que cresceu até aos 15 anos na Madeira, mais precisamente na freguesia do Porto Moniz. Fiz vários festivais na Madeira e venci alguns.
Tenho três irmãos e até aos 15 vivi com os meus pais. Tenho consciência do que é a vida e sempre lutei pelos menos sonhos e que são vingar no mundo da música e formar-me não só como músico mas também como pessoa. Isto porque, seres um bom cantor e não valeres como pessoa isso, para mim, não vale de nada».

O B.I. de Carlos Costa



Cantor desde os quatro anos de idade, a sua «primeira e grande experiência» mundo da música foi em 2005 quando participou e venceu o festival “Vozes do Porto Moniz”.
«Reservado» por natureza, Carlos Costa gosta de «estar em casa, com as cortinas fechadas e a ouvir música. Gosto muito de montar a cavalo, de ir ao cinema, de ver montras e de conhecer novas pessoas. Gosto muito de comunicar e de passar muitas vezes despercebido pois gosto e ter momentos sozinho nos quais não me apetece falar com ninguém. Posso dizer que tenho duas facetas, isto é, há dias em que gosto de estar rodeado de muita gente e outros em que me apetece estar só. Acho que são duas facetas que a maior parte das pessoas acaba por ter», acrescenta.
Em relação ao que mais o irrita, para além do «barulho da cadela a beber água, o qual chega a ser mesmo irritante», Carlos Costa confessa que «são as pessoas que julgam sem conhecer verdadeiramente aquilo que estão a julgar». «É triste ver que essas pessoas nem pensam que vão ferir susceptibilidades e se vão ferir as respectivas família ou não».
Da Madeira, aquilo que mais sente saudades «são das pessoas e do convívio. Eu gosto muito da Madeira e não tenho nenhum sítio que goste mais em especial. Gosto da ilha em geral. Contudo, confesso que a cidade do Funchal, sobretudo à noite, e a paisagem natural do Porto Moniz são incríveis e têm uma magia especial».
Para os fãs, Carlos Costa deixou, por fim, uma palavra de agradecimento:«Muito obrigado pelo apoio que todos os fãs e madeirenses em geral têm me dado ao longo das últimas semanas. Espero continuar a surpreendê-los e a ser motivo de orgulho para a Madeira. Prometo que vou continuar a dar o meu melhor e, assim que for possível, espero encontrar-me todos os meus fãs para que, pessoalmente, possa dizer-lhes “Muito obrigada pelo apoio”». «Quando eu for à Madeira espero ter essa oportunidade», garantiu.



Jornal da Madeira

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