segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Pontos de aluguer de Bicicletas na Monumental (Funchal)

No âmbito do projecto CIVITAS; Câmara do Funchal pretende lançar já este ano a aquisição de bicicletas e o concurso para a concessão











A Serão criados ao longo da Estrada Monumental, no âmbito do projecto CIVITAS, pontos de aluguer de bicicletas. Um serviço que irá ser importante para os utilizadores da ciclovia, a qual irá ter continuidade.
A informação foi transmitida ao JORNAL da MADEIRA pelo vice-presidente da Câmara Municipal do Funchal, quando instado sobre quais as formas de levar as pessoas a usarem a ciclovia. Bruno Pereira referiu que no projecto CIVITAS existem várias iniciativas que vão nesse sentido, sendo que uma delas «passa pela aquisição e posterior concessão de bicicletas para alugar» (o CIVITAS inclui ainda scooters eléctricas). Neste sentido, sublinhou que «em vários pontos ao longo da Monumental serão criados pontos de aluguer, como existe em muitas cidades europeias, em que a pessoa pode alugar uma bicicleta e depois pô-la num ponto à frente, ou utilizar e voltar a colocar ao finalizar». No fundo, é quase que uma rede de pontos de aluguer de bicicletas.
Neste âmbito, o autarca adiantou que a Câmara lançará já este ano a aquisição de bicicletas previstas no projecto CIVITAS, bem como lançará o concurso para a concessão. Segundo referiu, «não faz sentido que um negócio desta natureza seja feito directamente pela Câmara, porque há acima de tudo um trabalho de manutenção dessas mesmas bicicletas que não cabe a uma entidade pública fazê-lo». Como tal, frisou, «é um negócio com interesse público, mas que será concessionado no âmbito de um concurso público a uma empresa privada e, portanto, esperemos lançar esses concursos todos ao longo deste ano». Nesta ordem de ideias, avançou que «ou no final deste ano ou no próximo ano será um serviço que estará em funcionamento».
O vice-presidente da edilidade funchalense explicou que a aquisição de cinco bicicletas está financiada pelo CIVITAS. Como tal, disse que a autarquia vai adquirir cinco «porque é meramente uma questão de ser um arranque do processo e conseguimos financiamento para o efeito». Mas, acrescentou que este projecto não funciona apenas com este número de bicicletas, pelo que estas cinco «serão colocadas no concurso de concessão», havendo outras obrigações, nomeadamente o privado adquirir no futuro, ele próprio, um maior número de bicicletas.

Concurso para próxima fase
da ciclovia este quadrimestre


A ciclovia na Estrada Monumental vai ter continuidade até ao Funchal. No entanto, a segunda fase irá contemplar apenas o espaço entre o Forum Madeira e o Largo do Lido. O vice-presidente da autarquia adiantou que o concurso para esta segunda fase deverá ser lançado neste primeiro quadrimestre do ano, sendo que a obra só irá para o terreno «concerteza para o Verão ou depois ainda», devendo ter a duração de «um ano, um ano e tal».
Para a execução desta segunda fase, a Estrada Monumental será desnivelada na zona junto aos hotéis Tivoli, Pestana Promenade e Porto Mare, sendo que o trânsito que é feito no sentido Câmara de Lobos - Funchal será feito pela estrada de baixo e o que é feito no sentido Funchal - Câmara de Lobos será feito pela actual Estrada Monumental. Esta é a solução encontrada porque «para ter a ciclovia é necessário suprir uma das faixas de rodagem da Estrada Monumental», adiantou Bruno Pereira.
Esta será, segundo o autarca «uma obra complicada», porque irá pressupor interrupções do trânsito difíceis e inclui também toda a renovação da infra-estrutura de saneamento básico e de água na Estrada Monumental. O valor avaliado para esta obra é à volta de 2,5 milhões de euros. No entanto, inclui não só a construção da ciclovia, mas também a conclusão da nova estrada e a renovação de todas as redes de água e saneamento básico. «Não é meramente fazer a ciclovia e o passeio. É a renovação, a repavimentação da Monumental depois à posteriori e os arranjos urbanísticos», explicou.
No futuro, a ciclovia chegará ao Funchal. Tal como adianta Bruno Pereira, «lançar uma empreitada agora desde o Forum Madeira até ao Funchal seria do ponto de vista do custo para a cidade um custo muito elevado», pelo que «o faseamento da obra é, por um lado, uma questão financeira, mas por outro é também minorar os impactos que isso pode trazer».

Bicicleta como meio de transporte alternativo

O objectivo da Câmara do Funchal a longo prazo é que a bicicleta seja um meio de transporte alternativo, pelo menos para as pessoas da zona baixa, essencialmente as que vivem nos locais próximos da ciclovia, dado o facto de esta ser uma zona plana.
O vice-presidente da edilidade funchalense sublinha que a ciclovia é uma obra com dois objectivos. O primeiro diz respeito ao recreio e ao lazer associado às muitas famílias que vivem nas zonas da Ajuda, Piornais e Amparo, as quais, tendo em conta o facto de a maioria da habitação ser colectiva (apartamentos) não têm espaços onde as crianças possam fazer a sua actividade física, nomeadamente andar de bicicleta. Por outro lado, tem também o objectivo de transporte, ou seja, de ser uma forma de incentivar que as pessoas usem a bicicleta enquanto meio de transporte. «A longo prazo, aquela infra-estrutura, principalmente depois de concluída e de chegar ao Funchal, tem também esse objectivo, que é a bicicleta ser um meio alternativo como meio de transporte», disse Bruno Pereira, acrescentando que o objectivo da autarquia será fazer com que os habitantes destas zonas venham trabalhar ou fazer pequenas deslocações de bicicleta.
Mesmo assim, este responsável está consciente de que tal poderá levar ainda algum tempo a se concretizar. «Temos perfeita consciência quando falamos desta situação, que isto poderá parecer um pouco utópico, porque o madeirense tem aí uma grande resistência a esta situação», sustentou.

Autocarros terão suporte para bicicletas

No âmbito do projecto CIVITAS, que inclui a implementação da Linha Verde (entre a Avenida do Mar e a Praia Formosa) está previsto existir nesses autocarros um suporte para colocar as bicicletas. Bruno Pereira refere que esta é uma forma de vencer a inclinação da Avenida do Infante. «A partir da Avenida do Infante é sempre plano, portanto, é uma forma que foi encontrada de poder vencer, desde o centro da cidade do Funchal até ao final da Avenida do Infante essa inclinação inicial», explicou, acrescentando que «isso é uma das acções previstas no projecto CIVITAS que ao longo deste ano concerteza serão implementadas».

Quatro ciclistas autuados na Região o ano passado

Os números são residuais, mas há também situações de autuação em relação à condução de velocípedes. Segundo dados facultados ao JM pelo Comando Regional da PSP, o ano passado foram registadas quatro ocorrências desta natureza na Região. Destas, três foram na área do Funchal e uma na área de Santa Cruz.
«Apesar da sua natureza manifestamente residual nos instrumentos sócio-métricos policiais, a Polícia de Segurança Pública registou no ano transacto quatro ocorrências, de envolvência rodoviária, em que foram intervenientes velocípedes, uma das quais assumiu natureza criminal (interveniente em acidente de viação)», indica o documento cedido pela PSP.
Refira-se que os velocípedes, não obstante estarem dispensados de seguro e matrícula, estão sujeitos à maior parte das regras previstas no Código da Estrada, devendo circular nos espaços exclusivos criados para o efeito ou, na sua inexistência, na via pública segundo as normas gerais. Contudo, há que esclarecer que as bicicletas perdem a prioridade em relação aos restantes veículos, mesmo se encontrando pela direita, salvo quando circulam em rotundas ou no caso de semáforos. De sublinhar ainda que não é permitido circular nos passeios ou nas passadeiras.
Uma questão que tem sido focada ultimamente tem a ver com o uso do capacete. Um estudo recente de alunos finalistas de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa apurou que apenas «um número ínfimo» de crianças utiliza este dispositivo quando usa bicicleta.
Apesar da não obrigatoriedade do uso do capacete, a Polícia aconselha aos utilizadores de velocípedes, condutores ou não, que façam uso efectivo do mesmo, o qual poderá evitar lesões mais graves em caso de acidente. De sublinhar ainda a obrigatoriedade de os velocípedes circularem à noite com iluminação, bem como com reflectores nas rodas. A utilização de vestes ou coletes reflectores ou com faixas reflectorizantes assume-se também como uma boa prática de segurança.

Média de trinta utilizadores por dia

Desde a semana após a abertura da Ciclovia que o Centro Comercial Forum Madeira iniciou um serviço segundo o qual, às pessoas que apresentem um talão de compra ali efectuada no valor mínimo de dez euros (e solicitem) é-lhes disponibilizada uma bicicleta para, no período de uma hora, circularem na ciclovia.
Segundo adiantou o assistente de marketing e comercial da referida superfície, Vítor Rodrigues, a média de utilizadores deste serviço, antes de começar o mau tempo, que (como é compreensível) veio alterar a estatística, era de 30 por dia, chegando a duplicar ao fim-de-semana. Para este efeito, o Forum Madeira tem dez bicicletas “green”, concebidas especificamente para este tipo de passeio, com cesto e com pára-lamas. Para poder usufruir do serviço, qualquer visitante do Forum tem apenas de dirigir-se ao balcão de informações do Centro Comercial, apresentar um talão de compra efectuada neste espaço (naquele dia ou semana) no valor mínimo de dez euros e solicitar o velocípede. O nosso interlocutor adianta que são os madeirenses que mais recorrem às bicicletas “green”, maioritariamente o público feminino. Estando o Forum Madeira inserido numa zona turística e mesmo em frente à ciclovia, Vítor Rodrigues diz que «era quase uma obrigação disponibilizarmos este serviço». «Face à zona onde estamos e tendo a ciclovia, que ainda por cima vai ser expandida no futuro, nada melhor para as pessoas que por aqui andam do que disponibilizar um serviço em que possam aliar a visita ao centro e as suas compras a uma prática de desporto», sustentou.



Jornal da Madeira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não serão aceites comentarios de anonimos