quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Apicultura, 'bio', turismo…

A Madeira tem um enorme potencial melífero, com as abelhas a apresentarem um papel importante na defesa da Laurissilva.




Garantem os entendidos que a Laurissilva é fantástica para a produção de mel (de abelhas), sendo que a Madeira "tem um potencial enorme para a apicultura biológica". A opinião pertence a Eduardo Martins, técnico que ainda recentemente esteve na Região a orientar uma acção de formação sobre esta temática. Contudo, há a limitação "do raio de acção controlado", que, de acordo com a legislação, é de três quilómetros. "Ou seja, as montanhas são as únicas zonas em que é possível a produção", nota, acrescentando "outras condições óptimas", como a temperatura e o clima e uma floração quase constante ao longo do ano.

"A Madeira tem condições para apostar na apicultura biológica, muito mais do que as pessoas imaginam. Existem sítios fabulosos, alguns os madeirenses nem fazem ideia", afiança Eduardo Martins. Este técnico, porém, lamenta que na Madeira, em relação à apicultura em geral, "haja pouca formação, com poucas técnicos específicos".

Mas a aposta que deve ser feita na apicultura não se fica a dever apenas aos "microclimas vividos na Madeira que afectam a apicultura pela positiva". "Para além disso, as flores, a florestação, é um cartaz turístico da Madeira e gera riqueza" pelo que "em termos de economia é importante e fundamental existir a preservação da natureza".

"A maior parte dos turistas vem à Madeira pela beleza natural da ilha e essa beleza natural é impossível existir sem haver uma polinização, processo para o qual as abelhas são um factor importantíssimo", lembra Eduardo Martins.

A apicultura biológica tem a ver com uma prática, pois, de preservação do ambiente, respeito pelo comportamento animal, diferindo bastante da apicultura convencional porque existem algumas regras. Por exemplo, a não utilização de químicos de síntese dentro da colmeia. "Há muita gente que diz que o mel é todo biológico e tem razão, só que o Homem quando trata as colmeias é que o adultera", refere Eduardo Martins. "É difícil encontrar algo mais biológico que o mel mas o Homem, e na maioria das vezes não o apicultor, é que estraga", reforça aquele especialista.

Não haver químicos de síntese na produção do mel é uma obrigação "pois esses químicos de síntese passam para a cera e depois para o mel", nota Eduardo Martins que aponta um outro factor que "tem a ver com o maneio, com as práticas, pelo modo como lidar coma colmeia". "Terá que haver, sempre, o respeito pelo ciclo da abelha, tenta-se não retirar as reservas de dentro da colmeia, tenta-se não matar abelhas, não mutilar 'rainhas' - existem técnicas para a rainha não fugir", acrescenta. Eduardo Martins aponta a necessidade "pura e simplesmente, de um processo natural, ou seja, o Homem ter a menor intervenção possível e tentar colocar as colmeias onde se saiba que existem fontes de néctar suficientes". Até porque, lamenta, "às vezes as colmeias são colocadas em sítios que não têm, sequer, floração, ou seja, não há alimento para a própria abelha".

As grandes diferenças entre a apicultura biológica e a apicultura convencional encontram-se na análise do mel pois quando um produto obedece a uma certificação biológica existe um rigor muito grande. "Obedece a parâmetros de controle de todo o processo produtivo", explica o técnico, embora admita que existe algum controle na apicultura convencional "mas é só quase na parte final, só nas análises finais do mel quando existe alguma suspeita". "Na apicultura biológica é todo o processo controlado, desde a colmeia ao sítio onde está colocada, ao mel", exemplifica.

A verdade, porém, é que as características organolépticas do mel, que têm a ver com sabor, com textura e com cor, podem ser idênticas "pois tem a ver com a floração", não sendo por aí "que se vê as diferenças mas sim em termos de resíduos químicos, nocivos à saúde humana". "E muitas vezes não nos apercebemos disso", lamenta. Neste âmbito, Eduardo Martins revela que na Europa está a acontecer o problema da importação de méis, nomeadamente da China, "com químicos altamente prejudiciais à saúde humana", garantindo que na apicultura biológica "existe a garantia que tal é impossível de acontecer". Um aspecto que poderá obstar à opção pela apicultura biológica tem a ver com os custos. O que é refutado. "Mais custos não, mas os apicultores têm mais ganhos pois a procura é maior", refere o técnico, afiançando que a apicultura biológica "bem feita é mais barata que a convencional pois não há compra de factores de aquisição externos". Mas o alerta vem de imediato. "Não é qualquer pessoa que pode praticar apicultura biológica, é preciso haver enquadramento e disponibilidade. Só porque está na moda e só porque dá dinheiro, não resulta".

O bem do mel

Colesterol Juntar a meio litro de água 2 colheres de sopa de mel e 3 colheres de café de canela e tomar o preparado 3 vezes por dia. Tomado diariamente, reduz o colesterol.

Constipações Para curar completamente sinusite, tosse crónica e gripes comuns, misturar 1 colher de mel com 1 colher de café com canela.

Perda de Peso Diariamente, meia hora antes de deitar e meia hora antes de tomar o café da manhã, beba uma chávena de água com mel e canela. Se beber todos os dias, reduz o seu peso. Dor de garganta 1 colher de mel, misturada com meia colher de vinagre de sidra. Tomar de 4 em 4 horas.

Perda de cabelo Aqueça azeite até uma temperatura suportável à pele, junte 1 colher de mel e 1 colher de café com canela em pó, e aplique no couro cabeludo. Deixar por 15 minutos antes de lavar.

Diversos A mistura de mel com canela alivia os gases no estômago, fortalece o sistema imunológico e alivia a indigestão.

Além do mel

O PÓLEN

O pólen é um composto do pólen das flores com o néctar e as enzimas salivares da abelha. Pode ser utilizado como complemento alimentar para o equilíbrio do organismo. Auxilia fadigas e depressões, assim como previne problemas da próstata e cardiovasculares pela sua acção descongestionante. Pode ser um bom complemento num tratamento prescrito às anemias, ajuda em problemas de infertilidade pela sua estimulação dos ovários, é um óptimo auxiliar do sistema imunitário e as suas fibras e celuloses regulam bem as funções intestinais. (Paula B ranco) O seu consumo pode ser ao natural dissolvendo na boca ou misturado nos cereais, sumos ou leite. Tomando uma colher de chá com pólen todos os dias regula o apetite.

O PÃO DE ABELHA
É o somatório das qualidades do mel com a força do pólen do favo. A sua homogeneização resulta uma massa compacta, constituída por diferentes variedades de pólen.

Apresenta indicações terapêuticas para anemias, fadiga física e psíquica, doenças do fígado, doenças do sistema imunitário, intoxicações e doenças gastrointestinais. Produto com grande interesse do ponto de vista nutritivo e óptimo suplemento energético para desportistas. Pode ser tomado antes de um esforço físico, deixando dissolver na boca 1 colher de café com pão de abelha, como fosse um rebuçado.

A GELEIA REAL
Pode assegurar para o homem uma maior longevidade, tal como acontece com a abelha rainha que o utiliza como seu principal alimento. É um produto bastante rico em 8 aminoácidos essenciais que o nosso organismo não produz. De uma forma geral reforça as nossas defesas. A Geleia Real é utilizada em casos de transtornos e desequilíbrios nutricionais, em infecções da pele, na arteriosclerose, colesterol, asma, diabetes, problemas cardíacos, úlceras e regeneração de células.

É ainda utilizada para retardar o envelhecimento. Estimula a produção de glóbulos vermelhos, bem como activa a síntese da hemoglobina. Deve ser tomada antes do pequeno-almoço, em jejum, 1 colher de café com mel e geleia real deixando dissolver com a saliva na boca.

Para fins terapêuticos é consumida pura.

Garantem os entendidos que a Laurissilva é fantástica para a produção de mel (de abelhas), sendo que a Madeira "tem um potencial enorme para a apicultura biológica". A opinião pertence a Eduardo Martins, técnico que ainda recentemente esteve na Região a orientar uma acção de formação sobre esta temática. Contudo, há a limitação "do raio de acção controlado", que, de acordo com a legislação, é de três quilómetros. "Ou seja, as montanhas são as únicas zonas em que é possível a produção", nota, acrescentando "outras condições óptimas", como a temperatura e o clima e uma floração quase constante ao longo do ano.





DN Madeira

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