quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Inaguração do novo Percurso Pedonal Paul da Serra à Ribeira da Janela e a recuperação da Levada Nova na freguesia da Ribeira da Janela









O Presidente do Governo, no dia 20 de Janeiro, pelas 16 horas, inaugurou o novo percurso pedonal do Paul da Serra à Ribeira da Janela e a recuperação da Levada Nova na freguesia da Ribeira da Janela, no Concelho do Porto Moniz, correspondendo ambas a um investimento total de cerca de 1 Milhão e 30 mil Euros.

A recuperação da Levada Nova consistiu na reparação e calcetamento de um troço da Levada dos Cedros e da Levada Nova, a qual permitiu garantir um maior aproveitamento da água canalizada, (constituindo uma mais valia para a população da freguesia da Ribeira da Janela), através da impermeabilização do canal com pedra calcetada preservando-se deste modo, a sua traça original, servindo quer o abastecimento de água potável, quer o abastecimento de água agrícola. Esta recuperação teve um custo total de 347 539,50 Euros.

Esta recuperação inseriu-se nos trabalhos de construção de três novos percursos pedonais interligados, perfazendo um novo Percurso Pedonal recomendado de 20,7 km de extensão, os quais constituem uma alternativa pedonal desde o Paul da Serra à Ribeira da Janela, atravessando uma área natural, mais conhecida pelas serras do Fanal, cuja inauguração também se assinala.

Na abertura desta via pedonal, foi considerada a possibilidade de apoio a partir de diversos pontos de intersecção da estrada do Fanal (ER 209), permitindo desta forma que os diversos operadores possam assistir nesses mesmos pontos ou a partir dos mesmos, os grupos de utentes que ali transitem ou em alternativa a utilização separada/faseada dos diversos troços.

Saliente-se ainda que ao longo do seu percurso podem ser desfrutadas amplas paisagens naturais sobre o Rabaçal, Vale da Ribeira da Janela e Vale do Chão da Ribeira do Seixal.
Os percursos são:
- PR 13 Vereda do Fanal (Assobiadores - Paul da Serra – Fanal) – 10,8 km
- PR 14 Levada dos Cedros e Levada Nova (Fanal – Curral Falso) – 7,2 km
- PR 15 Vereda da Ribeira da Janela (Curral Falso - Ribeira da Janela) – 2,7 km

De uma maneira geral as obras executadas tiveram como principais trabalhos:

- Abertura de vereda e limpeza de pedras e vegetação no caminho;
- Regularização e estabilização do piso;
- Construção e/ou reconstrução de degraus em madeira tratada, pedra e/ou cantaria vermelha;
- Colocação de varandins de protecção e recuperação de calcetamento nas veredas;
- Recuperação e/ou instalação de infra-estruturas de apoio (merenda);
- Abertura de valas para escoamento de águas da chuva;
- Colocação ou recuperação de elementos individuais (sinalética);
- Reforço de muros de suporte da vereda e de taludes;
- Construção de pontes metálicas forradas em deck de madeira tratada;
- Colocação camuflada de dispositivos electrónicos, para contagem de caminhantes.

Estas obras inserem-se no projecto de Beneficiação/Remodelação de Percursos Pedestres Recomendados na Região Autónoma da Madeira, que visa a recuperação de 17 percursos pedestres, 14 dos quais localizados na Ilha da Madeira e 3 no Porto Santo, perfazendo um total de 124 Km de extensão, com uma despesa pública total/investimento elegível de 4 434 246,60 Euros, sendo 70% comparticipado pelo FEDER no valor de 3 103 972,62 Euros, e os restantes 30% suportados pela Região em 1 330 273,98 Euros.






PGRAM


Jardim afirma que o Estado central apenas existe na Madeira para nos fiscalizar e apela
«É preciso saber resistir»






O presidente do Governo Regional aproveitou, ontem, o facto de concretizar o segundo maior anseio da freguesia da Ribeira da Janela, no Porto Moniz, para agradecer ao povo toda a ajuda que lhe deu ao longo destes anos. E pela sua capacidade de resistir.
Tal como afirmou, «estes anos não têm sido fáceis. O povo madeirense tem sabido resistir, tem-me dado a força. E é preciso, em momento nenhum se deixar dividir por questões pessoais. O grande problema da Madeira foi que os nossos adversários sabem que o madeirense tem uma tendência enorme para estabelecer rivalidades entre si próprio».
«É preciso — prosseguiu o presidente do Governo Regional — combater este calcanhar de Aquiles, este ponto fraco da sociedade madeirense. Isto é complicado. Está cada vez mais complicado. O Estado central apenas existe na Madeira para nos fiscalizar, para ver o que é que a gente faz e se meter na nossa vida. Portanto, isto está complicado. É preciso saber resistir e aquilo que vai ser o nosso futuro, mesmo para além do meu tempo, vai resultar, vai depender da forma inteligente como soubemos resistir».
Antes disso, o chefe do Executivo madeirense explicitou que tudo o que a Madeira e o Porto Santo possuem é fruto do povo. Tal como afirmou, a República Portuguesa, na Região, «não tem um único investimento. E tem tribunais, tem forças de segurança. Portanto, estão aqui para nos fiscalizar. Mais nada. E, portanto, tudo isto foi feito com o nosso esforço, com a nossa iniciativa, porque se estivéssemos à espera de outros, nunca teríamos saído da cepa torta».

Governar ouvindo o que diz a população

Durante a sua intervenção, e dirigindo-se às várias dezenas de populares que assistiram à cerimónia, Alberto João Jardim aproveitou para dizer que, ao inaugurar mais estas infra-estruturas, ficam também cumpridos os compromissos do Governo, correspondendo ao desejo da população da Ribeira Janela.
A este propósito, Jardim recordou que houve «duas obras que são, hoje, estruturantes, decisivas, para a Ribeira da Janela, e que resultaram de uma decisão do povo», precisamente, a ligação daquela freguesia ao Paul da Serra — «e que a “esquerdalhada” madeirense não queria» — e outra que foi a recuperação da Levada Nova e a criação um percurso pedonal.
Até hoje, disse Jardim, «nunca me arrependi de estar a fazer as coisas ouvindo o povo. Os senhores ouvem os hipócritas deste país e que trouxeram este país ao estado em que ele se encontra falarem muito do povo, andarem a dizer que actuam em nome do povo, e o povo, passa-se um certo período e corre com eles. Isto significa que não cumpriram os seus compromissos com o povo e aquilo é tudo “fachada”, porque eles não convivem com o povo, não vivem com o povo, não ouvem o povo, andam apenas rodeados dos seus seguranças. E só em certas circunstâncias é que se aproximam das pessoas, se é que alguma vez as ouvem. Pelo contrário, eu sou tão acusado de falta de democracia, quando todos sabem que eu venho freguesia a freguesia, aos adros das igrejas, quando se trata de fazer um programa de governo. E oiço freguesia a freguesia, o que o povo tem para me dizer. E não o faço com intuitos eleitoralistas, porque eu sou o primeiro, quando vejo que não é possível atender às pretensões que me são postas, eu sou o primeiro dizer que não faço, que não posso fazer, mesmo que isso me custe votos. Não me arrependo de ter sido esta a maneira como governei a Madeira». Até porque, tal como rematou, «a democracia faz-se com o povo, não é ouvindo gente inqualificada».

Futuro passa pela criatividade


Já num outro domínio, e retomando um pouco aquilo que havia sido dito também pelo presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz, Alberto João Jardim afirmou que, depois de construídas as grandes infra-estruturas, decisivas para os próximos séculos, é preciso, agora, segundo o chefe do Executivo madeirense, apostar na criatividade.
De acordo com o presidente do Governo Regional, «é preciso saber aproveitar aquilo que foi feito. Agora, há que ter iniciativa. Os governos não são casas de caridade, de onde se esteja sempre à espera que venha o dinheiro».
O que é preciso, agora, disse Alberto João Jardim, «é muita criatividade, manter este ritmo de crescimento. E esse crescimento depende muito da iniciativa privada, da iniciativa individual, na criatividade de cada um».
Também de inovação falou o presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz. Valter Correia revelou, inclusive, a intenção da autarquia proceder a um estudo que consistirá no levantamento de todos os pontos de interesse do concelho, por forma a explorar novos atractivos turísticos para aquela localidade, criando novas imagens de marca, como já tem em relação às piscinas naturais e outras infra-estruturas que têm surgido naquela região.
O presidente da Junta de Freguesia da Ribeira da Janela, Ricardo Pereira, destacou também a importância das novas infra-estruturas para o concelho e, particularmente, para aquela localidade, que viu concretizado um desejo antigo.
No final da inauguração, e questionado pelos jornalistas, Jardim escusou-se a comentar a questão da Lei de Finanças Regionais e ironizou quanto à notícia da dívida do Governo Regional das Farmácias — dado que, conforme alegou, o secretário regional dos Assuntos Sociais já teria feito o ponto da situação. Ainda assim, e em resposta à questão disse: «desde que o presidente do Benfica se colou nas eleições ao José Sócrates, estou convencido que está tudo “feito”, o campeonato há-de ser do Benfica e o Marítimo e os outros que se cuidem».

A obra

O novo percurso pedonal do Paul da Serra à Ribeira da Janela e a recuperação da Levada Nova na freguesia da Ribeira da Janela, corresponderam a um investimento total de cerca de um milhão e 30 mil Euros. A recuperação da Levada Nova consistiu na reparação e calcetamento de um troço da Levada dos Cedros e da Levada Nova, a qual permitiu garantir um maior aproveitamento da água canalizada, através da impermeabilização do canal, servindo quer o abastecimento de água potável, quer o abastecimento de água agrícola. Esta recuperação inseriu-se nos trabalhos de construção de três novos percursos pedonais interligados, perfazendo um novo Percurso Pedonal recomendado de 20,7 km de extensão, os quais constituem uma alternativa pedonal desde o Paul da Serra à Ribeira da Janela, atravessando uma área natural, mais conhecida pelas serras do Fanal.



Jornal da Madeira

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