sábado, 14 de novembro de 2009

D. Ximenes Belo mostrou-se rendido com os encantos da Madeira

“A ilha é maravilhosa e o Funchal é fantástico”

D. Ximenes Belo, que se encontra de visita à Madeira, revelou estar rendido aos encantos desta ilha “maravilhosa”. O Bispo Emérito de Dili presidiu a um debate na UMa onde apontou que um dos caminhos para a paz mundial é a reconciliação dos seguidores das várias religiões e culturas. Acentuou a necessidade dos povos dos jovens portugueses conhecerem melhor a sua história e a Constituição.








”O Bispo Emérito de Dili foi, ontem, o orador convidado para um debate na Universidade da Madeira (UMa), onde falou sobre a importância da formação dos jovens para a paz.
Na iniciativa tomaram parte professores e alunos daquele estabelecimento de Ensino Superior, os quais tiveram oportunidade de locar diversas questões a D. Ximenes Belo.
De entre as várias questões suscitadas, o Prémio Nobel da Paz (1996) acabou por deixar transparecer a admiração e apreço que sente em relação à Região: “Eu posso dizer que a Madeira é muito mais bonita do que Timor, pelo que tenho visto, é uma maravilha esta ilha, se dizem que o Rio de Janeiro é maravilhoso, o Funchal é fantástico”, afirmou.
É este conhecimento, admiração e respeito pelo que é diferente que Ximenes Belo considera que é o ponto de partida para a paz mundial.
“Na era da globalização, não podemos esquecer que o mundo tem diversos povos, religiões, culturas”, afirmou, ao reiterar que “a diversidade não é um mal, antes uma riqueza”. No entender do dignatário, “muitas guerras provêem de desconhecimento, desentendimento e desconfiança entre religiões, culturas, etnias e motivos políticos, económicos, filosóficos ou geo-políticos”. De tal forma que apontou uma alternativa: “Um dos caminhos possíveis para se alcançar a paz mundial seria reconciliar os diversos seguidores de diversas religiões e culturas”.
Ao frisar que “somos todos membros da família humana e seres criados com os mesmos direitos e deveres” sustentou que continua a ser muito actual a frase do poeta romano Terêncio: “Sou homem e, por isso, nada que é humano me é indiferente”.
Neste âmbito deixou um segundo conselho, desta vez, para todo o ser humano: “Esta preocupação pelos homens e mulheres deve levar-nos a sair do nosso gueto, gueto madeirense, gueto do Funchal, o nosso gueto não só local mas o nosso gueto cultural, religioso e económico para estarmos em diálogo com outros povos, religiões, culturas e etnias”.
Mas para que “este diálogo” aconteça, “há a obrigação básica de conhecermos a nossa própria cultura, literatura, história e tradição” porque “só assim podemos abrir o nosso coração”, sublinhou.
No caso de Portugal, e atendendo a que, “por vezes, os jovens do Ensino Básico e do Secundário já nem sabem dizer os reis das quatro dinastias de Portugal” advertiu que “é preciso tornar a estudar isso”.
O mesmo sugeriu em relação à Constituição Portuguesa, porque é “onde está o fundamento da nossa participação da sociedade e do respeito pelos outros, na construção da nossa nacionalidade e da abertura para o mundo”. D. Ximenes Belo termina, amanhã, a sua visita à Região.



Jornal da Madeira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não serão aceites comentarios de anonimos