Para assegurar o desenvolvimento da Madeira e do Porto Santo
A secretária regional do Turismo e Transportes defendeu ontem que a política europeia, no que diz respeito às auto-estradas marítimas - não contemplando, neste momento, medidas que possam ser muito utéis para uma região como a nossa- poderá vir a ser revista.
O objectivo é que sejam contemplados mecanismos que permitam a facilitação, não apenas do transporte de mercadorias mas também um apoio financeiro dirigido sobretudo aos bens de primeira necessidade e às matérias-primas que são necessárias ao desenvolvimento da Região.
Conceição Estudante falava à comunicação social momentos antes de ter início, no espaço Infoart da Secretaria Regional do Turismo, uma reunião da Conferência das Regiões Ultraperiféricas Marítimas da Europa sobre os apoios europeus no âmbito dos transportes marítimos.
A governante adiantou inclusive que naquele encontro iriam ser deixadas duas sugestões em cima da mesa. Uma tem a ver com o apoio ao desenvolvimento e às infra-estruturas portuárias da Região. «Já houve medidas no passado, que foram extremamente importantes como todos nós estamos lembrados», referiu a secretária regional do Turismo e Transportes, reportando-se à criação do Porto do Caniçal, do Porto do Porto Santo e até do próprio Porto do Funchal e seus melhoramentos.
«Estes deverão ter continuidade no desenvolvimento dos futuros apoios da União Europeia à Região», sublinhou a secretária regional do Turismo.
Serão estas, aliás, «as duas vias de suporte que achamos possíveis: apoio às infra-estruturas e apoio aos bens que se transportam», concretizou a governante com a pasta dos transportes.
Na Madeira, ainda segundo acrescentou, «nós não pretendemos criar nenhum “Hub” de transporte inter-regiões. Não é essa a nossa vocação, nem a nossa dimensão. Mas podemos vir a beneficiar do “Hub” que se está a criar nomeadamente em Lisboa, como porto de passagem e de entrada de muitos bens para a Europa».
A secretária regional do Turismo e Transportes defende que estando à distância em que se encontra e fazendo parte do mesmo país, a Madeira pode ter alguma vantagem que vai tentar encontrar para o futuro, dando sugestões à União Europeia.
«O que nos interessa é que as mercadorias cá cheguem de uma forma em que se assegure um dos princípios que hoje está consagrado no Tratado de Lisboa, que é o princípio da continuidade territorial», adiantou ainda aquela responsável.
Questionada sobre se está equacionada a ampliação do Porto do Funchal, a secretária regional respondeu que tudo se pode equacionar. No entanto, o futuro está por escrever e as decisões por tomar.
Valente de Oliveira diz que RAM não pode ficar à parte
O Coordenador Europeu para as Auto-Estradas do Mar falou também aos jornalistas à margem da reunião da Conferência das Regiões Ultraperiféricas Marítimas da Europa. Valente de Oliveira admitiu que as ilhas têm problemas complicados, de acessibilidade cara.
«O que vou perguntar aos representantes das diversas ilhas - Madeira ,Açores, Canárias e Martinica-é saber o que podemos fazer para tornar essa possibilidade (particularmente as cargas) mais eficaz, mais fluída e mais adequada», explicou o Coordenador Europeu para as Auto-Estradas do Mar. Posteriormente, ainda segundo adiantou, vamos ver como «é que se faz uma melhor integração destes espaços periféricos ou ultra-periféricos (como foram chamados em tempos) e se tornam mais espaços da Europa». Por outro lado, «vamos ver como é que os mesmos espaços podem servir de “antenas” da Europa nos locais em que estão colocados», adiantou ainda.
Valente de Oliveira é de opinião que este grupo de regiões não pode ficar à parte quando estão a ser esforços muito grandes. Portanto, «vamos passar o dia a ouvir e analisar quais as propostas que fazem de reflexão todas as ilhas que aqui estão a convite da Madeira», referiu.
Jornal da Madeira
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