quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Comprar fogo é tradição que não esmorece

Ainda que algumas pessoas possam adquirir menos, o hábito mantém-se nesta quadra







Para muitos madeirenses, Fim-de-Ano sem comprar fogo para lançar quase que não é Fim-de-Ano. Este hábito já está enraizado numa parte significativa da sociedade madeirense e, apesar da difícil conjuntura, muitas pessoas insistem em não deixar esmorecer a tradição.
Isso mesmo revelou ontem de manhã ao JM Paulo Gomes, da “Loja do Fogo”, situada próximo do Campo do Marítimo.
Segundo este comerciante, as vendas estavam a ser «mais ou menos normais», sendo que o tempo também condicionou um pouco as vendas. Tal como referiu, até àquele momento, em relação ao ano passado, tinha vendido «um pouco menos». No entanto, frisou que «a tradição ainda se mantém». Além disso, à semelhança do que se tem vindo a verificar ao longo dos anos, o nosso interlocutor adianta que a maior afluência de pessoas acontece sempre nos dois últimos dias do ano, pois estas costumam deixar mais para o fim para comprar.
Questionado sobre quanto é que habitualmente os madeirenses costumam gastar nas tradicionais “bombas”, Paulo Gomes referiu que o valor é variável e exemplificou que «há pessoas que gastam 200 euros, outras 20 e outras 50». «Podem não levar muito, mas sempre levam», disse, acrescentando que apesar da crise a tradição mantém-se.
Da mesma forma que são variáveis os valores que cada pessoa gasta, também são diversos os artigos à venda. Tal como afirmou o nosso interlocutor, os mais procurados são os “beijinhos”, os foguetes, as “abelhinhas”, as baterias, os dragões, as “estrelinhas”, entre outros. No que concerne a preços, exemplificou que há baterias de 20, 25, 100 e 150 euros, “beijinhos” a quatro euros, alguns foguetes a três euros e “estrelinhas” a um euro e meio.
De entre a multiplicidade de artigos disponíveis, o mais baixo - um foguete que «faz um repuxo e dá uma peça no ar» - custa um euro, ao passo que o mais alto é uma bateria de 150 euros.
Paulo Gomes refere que no acto de venda, «avisamos sempre que peças é que são para crianças e para adultos». Neste caso, para os mais pequenos destacam-se os “beijinhos”, as “estrelinhas”, as “abelhinhas” os “dragõezinhos”, entre outros, enquanto que outros artigos, como as baterias ou os foguetes grandes, são para adultos. Segundo adiantou este responsável, «este fogo não é perigoso, desde que seja bem dado», mas as pessoas devem ter todos os cuidados.
De referir ainda que da mesma forma que é hábito comprar fogo por esta altura, também a “Loja do Fogo” próximo do Campo do Marítimo, começa ela própria a ser considerada tradicional, pois está a comemorar 25 anos.



Jornal da Madeira

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