Presidente lembra que as mesmas devem ser instaladas nos Parques Empresariais
Jardim quer indústrias fora das cidades e vilas
Alberto João Jardim exortou ontem os futuros presidentes de Câmara, e também os outros que vierem a seguir, a não permitir mais licenciamentos de indústrias nas cidades, vilas e aldeias. E defendeu ainda que, aos poucos e poucos, essas indústrias, que só prejudicam a qualidade de vida das pessoas, devem ser transferidas para os Parques Empresariais.
O presidente do Governo Regional falava durante a inauguração do armazém municipal de Santana, instalado no Parque Empresarial. Algo realçado por Jardim, que elogiou a visão estratégica do edil de Santana, Carlos Pereira. Por ir permitir dignificar os funcionários camarários e dar-lhes melhores condições de trabalho.
Por outro lado, o líder madeirense recordou que «quando a Região lançou, em cada concelho, um Parque Empresarial, sabia o que estava a fazer». «Estes parques não se enchem de um ano para o outro, mas estão infra-estruturados e ao longo de dezenas de anos poderão vir para aqui todas as infra-estruturas industriais», preconizou.
«Eu espero que os futuros presidentes das Câmaras Municipais, sejam eles quem for, tenham o cuidado e a inteligência de ir acabando com autorizações para instalações industriais dentro das vilas e dentro das cidades, porque isso afecta a qualidade de vida, a saúde das pessoas, a limpeza da casa de cada um, o bem-estar das populações. Portanto, se cada Câmara pediu ao Governo Regional que construísse, em cada concelho, a instalação de um parque empresarial, também agora tem o dever de ser a primeira a colaborar com o Executivo madeirense e a ir colocando as indústrias nos Parques Empresariais», defendeu.
Segundo Alberto João Jardim, «as indústrias que já se encontram nos Parques Empresariais são indústrias limpas, os seus trabalhadores trabalham em condições excepcionais de limpeza e de conforto, o trabalho rende mais, a eficiência do produzido é muito maior». Em contrapartida, «certo tipo de indústrias que estão dentro de cidades, vilas e aldeias constituem uma porcaria autêntica, que é uma vergonha ainda lá estarem».
«Espero portanto que as futuras Câmaras, não só estas mas também as outras a seguir, compreendam isto. Não podem consentir a mesma bandalheira dentro das suas cidades e vilas», sublinhou.
Por outro lado, «também compete à empresa que gere estes parques saber vender os Parques Empresariais». «Eu não preciso de pessoas sentadas à secretária à espera que surjam clientes», acrescentou.
O presidente madeirense considera que tem de haver «um esforço de conjunto, de rigor por parte das Câmaras, de dinâmica por parte da Madeira Parques Empresariais».
«Estes parques estão instalados em zonas de terrenos baratos e fizemos a sua infra-estruturação a tempo, porque não teriam sido possíveis nas condições financeiras difíceis de hoje. Foram feitos a tempo, São infra-estruturas para séculos», disse ainda.
Na inauguração, houve ainda tempo para Jardim pedir desculpas por não ter podido ir falar, um a um, com os populares presentes. Isto porque a sua garganta «está nas últimas e ainda falta muito trabalho por fazer». E os médicos aconselharam-no a poupar a voz o mais possível.
O presidente do Governo Regional fez questão ainda de agradecer a Carlos Pereira: «Encontrei nele um grande, eficiente e leal colaborador. Muito do que consegui fazer devo a ele e portanto é um homem que merece a gratidão e o respeito, não só do povo de Santana, como de toda a população madeirense».
Antes, Carlos Pereira, que está a terminar o seu último mandato enquanto presidente da Câmara, agradeceu a Alberto João Jardim, e ainda ao presidente da Assembleia Legislativa da Madeira e da Assembleia Municipal de Santana, José Miguel Mendonça, também presente na cerimónia, toda a a confiança e amizade, bem como a oportunidade que lhe deram, durante mais de vinte anos, de trabalhar em prol do povo de Santana. «Vim por dois anos, fiquei quase 22 anos. Foi um enorme privilégio trabalhar com Vossa Excelência», acrescentou.
«Estamos a proceder aqui a mais uma infra-estrutura pública em prol do concelho de Santana. Desta vez, estamos a inaugurar o armazém municipal. Antes, acudimos às diversas instituições existentes no concelho, agora estamos a resolver o problema da Câmara no que se refere às suas instalações operativas, permitindo que os funcionários possam ter melhores condições», concluiu.
A obra
O novo armazém de Santana foi construído nos lotes 30, 32 e 34 do Parque Empresarial de Santana. O edifício do armazém tem dois pisos, sendo o piso abaixo da cota do arruamento para os serviços de água e saneamento, espaço para guarda de cimento, oficina, arrecadação e garagem para viaturas pesadas e ligeiras.
Na parte posterior do armazém foram construídos estacionamentos para 22 viaturas. O piso à cota marginal ao arruamento terá espaço para os seguintes serviços da autarquia: serviços administrativos do armazém municipal com recepção, escritórios, gabinetes, instalações sanitárias, refeitório, vestiários de senhoras e senhores, arquivo municipal e sala de formação.
Na marginal ao arruamento, foram construídos vinte lugares de estacionamentos. O custo desta empreitada, a cargo da Câmara Municipal de Santana, foi de 1.774.080 euros.
Jornal da Madeira
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