No Porto Moniz, há duas novas crias de “canejas”, mas podem vir mais
O Aquário do Porto Moniz registou, durante os últimos dois dias, um acontecimento raro. Em causa, o nascimento de duas crias de “caneja” em cativeiro mas, nos próximos dias, são esperadas mais novidades. «Normalmente, estes tubarões têm entre quatro a 17 crias», explicou Sérgio Correia, um dos responsáveis do espaço.
Neste momento, esta é uma espécie de tubarão sobre a qual não há muita informação, até porque nenhum aquário no mundo os tem em cativeiro. «Estive em contacto com responsáveis da Estação de Biologia Marinha e disseram-me que, neste momento, que tenham conhecimento, não existe nenhum caso de nascimento em cativeiro. Existe de outras espécies de tubarão, mas não desta», disse, acrescentando que «nascer uma caneja em cativeiro é quase um milagre».
O nosso interlocutor refere que há cerca de duas semanas que vinha estranhando o comportamento da fêmea. «Ela deixou de comer e estava muito gorda. Para além do mais, estava com o órgão sexual um pouco inchado. Desconfiei», relatou, embora admita que estas duas crias poderão ter sido geradas ainda antes da captura da progenitora. «O macho é pequeno e ela foi capturada há cerca de 10 meses atrás. Sabe-se que esta espécie tem uma gestação entre os 10 a 12 meses. Provavelmente, já vinha fecundada do meio natural», avançou.
As duas crias, com cerca de 30 centímetros e 250 gramas, estiveram ontem a ser alimentadas no tanque principal, logo de manhã, pela equipa de mergulhadores do Aquário, mas Sérgio Correia explicou ao JM que poderá ser necessário remover uma delas. «A que nasceu hoje de manhã está mais fraca e ainda não consegui alimentar. A outra, que nasceu ontem, irá ficar até porque já está completamente adaptada».
Esta é uma espécie que tem um período de vida até 24 anos, atingindo cerca de 1,5 metros de comprimento. Não é uma espécie muito fácil de manter em cativeiro, daí as razões pelas quais são alvo das maiores atenções.
Jornal da Madeira
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