segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Banco Alimentar na Madeira em 2010

Presidente da instituição revela que já existe um grupo a receber formação







O Banco Alimentar Contra a Fome vai ter uma unidade na Madeira já no próximo ano, revelou ontem ao Jornal da Madeira Isabel Jonet. A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa e membro do Conselho de Administração da Federação Europeia dos Bancos Alimentares disse que já existe um núcleo base, que está a trabalhar no projecto que avançará assim que estiver preparado para ir para o terreno.
É um sonho antigo de Isabel Jonet que sempre aguardou que estivessem reunidas um conjunto de condições na Madeira para o materializar.
Revela igualmente que, nesta fase, “o grupo de pessoas de boa vontade” da região autónoma está a receber a formação necessária para empreender o projecto que irá ajudar a minorar sofrimentos. Conforme teve ocasião de dizer durante o seu discurso num dos painéis no terceiro Congresso Nacional de Economistas, que decorreu esta semana no Funchal, o Banco Alimentar Contra a Fome sacia a fome em Portugal a cerca de 250 mil pessoas.

Abertura a mais interessados


Refira-se que, embora já disponha de um núcleo base para o lançamento do projecto, Isabel Jonet adianta que qualquer pessoa pode juntar-se à causa. Para o efeito, deve seguir as coordenadas através do site institucional do banco alimentar: www.bancoalimentar.pt.
Em termos práticos, a instituição de solidariedade aproveita onde sobra para distribuir onde falta.
É esse o seu objectivo, o de evitar o desperdício de alimentos fazendo-os chegar às pessoas que têm fome.
O Banco Alimentar recebe toda a qualidade de géneros alimentares, ofertas de empresas e particulares, em muitos casos excedentes de produção da indústria agro-alimentar, excedentes agrícolas e da grande distribuição, e ainda produtos de intervenção da União Europeia.
São recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar.
A estas dádivas, acrescentam-se os produtos oferecidos por particulares nas campanhas de recolha efectuadas nas superfícies comerciais.
Os bancos alimentares abastecem, ao longo de todo o ano, instituições caritativas e humanitárias situadas em Portugal.
Para além da entrega gratuita de alimentos destinados às pessoas com carências alimentares acompanham e partilham a acção das instituições no sentido de lutar contra a exclusão social.
Os bancos alimentares são organizações da sociedade civil, apolíticas e não confessionais.
Comprometem-se a praticar uma gestão transparente que obedece a regras estritas, idênticas para todos os bancos. Possuem contabilidade organizada e as contas são auditadas anualmente por uma empresa exterior, que garante a sua idoneidade.

Crescimento acentuado em Portugal

Em Portugal, o Banco Alimentar tem 17 unidades espalhadas por todo o país, incluindo os Açores. Das 15 mil pessoas que assistia no ano de abertura, em 1992, passou para 250 mil em 2008.
Acerca da situação real do país, Isabel Jonet teve ocasião de referir no congresso dos economistas que não está certa que já se esteja a ver a luz ao fundo do túnel em relação à situação financeira nacional e mundial desfavorável.
Acentua que a sua experiência demonstra que os recursos são mais escassos do que se pensa além de apontar a existência de esbanjamentos.
Não obstante, admite que a actual situação é uma ocasião única para reflectirmos.
Entende que a sociedade civil deve empenhar-se no seguimentos de diversos caminhos, sendo um deles a reeducação de comportamentos e a inclusão de valores como a ética.
Recorde-se que o trabalho dinamizador de Isabel Jonet foi reconhecido em várias frentes como aconteceu com a Assembleia da República, que em 2005 entregou o prémio Direitos Humanos 2005.
Em intervenções recentes evidenciou que cada um é responsável individualmente pela luta contra a pobreza, numa altura em que os recursos são escassos e que diz estarem a ser pior distribuídos do que imaginamos.
Entende que parte da receita para melhor o mundo passa por cada um de nós e não pelo recrudescimento do papel do Estado, que diz ter uma carácter imediatista, e não vê além de uma legislatura.


Jornal da Madeira

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