quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Plano Gerontológico define 41 medidas

Jardim Ramos apresentou ontem as metas que serão cumpridas até 2013


O secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos, apresentou, ontem, o Plano Gerontológico da Região Autónoma da Madeira 2009-2013. Este é o primeiro documento em Portugal do género e pretende ser um instrumento de planeamento e intervenção no processo de envelhecimento. Até 2013, serão implementadas no terreno 41 medidas, entre as quais o boletim para a pessoa idosa e a criação de pequenas residências para cuidar de pessoas com mais 65 anos.




A A Secretaria Regional dos Assuntos Sociais (SRAS) apresentou, ontem, o Plano Gerontológico da Região Autónoma da Madeira - “Viver mais, Viver melhor”. A divulgação do primeiro documento em Portugal que define as linhas de acção para os idosos foi feita pelo secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos, no auditório do Museu Casa da Luz para uma plateia composta por entidades das mais diversas áreas, desde a saúde, solidariedade social e autoridade.
A elaboração deste Plano, que se estende até 2013, foi um dos objectivos do programa de governo e que agora fica cumprido.
Actualmente, 15 por cento da população madeirense tem mais de 65 anos e a estimativa é que em 2050, a faixa etária a partir dos 65 por cento represente mais de 57 por cento dos madeirenses. Por isso, o secretário regional dos Assuntos Sociais entende ser urgente «começar a construir já uma cultura de autonomia e independência» da pessoa idosa. Para tal, foi elaborado o Plano Gerontológico que, apesar de não ser pioneiro, é o primeiro instrumento de planeamento e intervenção para o envelhecimento.
O documento tem como finalidade fomentar uma actuação intersectorial e multidisciplinar que promova a saúde, a participação, a segurança e a independência dos mais velhos para que possam viver mais e com melhor qualidade de vida. O objectivo do Plano é o de melhorar a qualidade de vida ao maior número de pessoas com mais de 65 anos, aumentando a quantidade de anos. Para cumprir este objectivo, foram traçados três eixos: o do envelhecimento activo, o da dependência e segurança e ainda o da capacitação e formação específica. Deste modo, até 2013 têm de estar no terreno 41 medidas, delineadas entre 14 objectivos estratégicos que traduzem uma acção conjunta interrelacionada e coordenada no contexto dos assuntos sociais e da saúde.
Durante a apresentação, que durou cerca de uma hora, Jardim Ramos reconheceu que este é um plano que «não podia tratar de tudo» e portanto, a equipa «teve de ser selectiva, mas há mais a fazer», prometeu. Isto porque, os objectivos traçados, como o boletim de saúde para a pessoa idosa, e a criação de pequenas residências para cuidar de idosos junto das suas famílias, evitando «a frieza dos lares», estão balizados até 2013, contudo, este é um trabalho para ter continuidade.
Com a população idosa a aumentar, são muitas as famílias que, mesmo querendo dar apoio aos idosos, «não têm condições para tal e a sociedade tem de dar esse sinal de apoio ao cidadão que envelhece e que não quer ser um fardo para a família e para a sociedade». Mesmo assim, Jardim Ramos enalteceu o facto de que este é um trabalho de todos e não apenas do Governo Regional. Relativamente ao Plano, ontem apresentado, o secretário regional disse que acredita que a sua equipa é capaz. «Não sou o Barack Obama, mas eu acredito que podemos fazer», concluiu o responsável.


Diagnóstico à saúde dos idosos em 2010
No eixo do envelhecimento activo, o Plano Gerontológico prevê, já para 2010, a realização do diagnóstico da situação de saúde dos idosos inscritos nos centros de saúde da Região, identificando os determinantes do envelhecimento activo e as limitações no acesso aos serviços e cuidados de saúde. Serão estabelecidos protocolos de atendimento prioritário aos idosos em situação especial (doença crónica) em todos os centros de saúde. Será feito um diagnóstico precoce e tratamento sistematizado das principais situações de doença associadas ao processo de envelhecimento; haverá ainda um aumento da informçaºão e do conhecimento da pessoa idosa sobre determinantes da saúde e estilos de vida saudável.
Uma medida também importante será a criação do Boletim de Saúde da Pessoa Idosa, que será essencial para fazer o controlo das doenças crónicas, prevenindo complicações futuras. O documento define ainda a criação de um programa de preparação de projectos pessoais da reforma; de oportunidades para o trabalho voluntário, remunerado ou não, dos idosos e ainda prevê a divulgação do turismo sénior.
Neste eixo do envelhecimento activo, cabe ainda a garantia de que o idoso tem direito à escolha em contexto de fim de vida, criando-se as condições necessárias para tal.


Linha verde para casos de violência
O envelhecimento dependente contempla uma série de medidas inovadoras, a começar pela criação da figura do mandatário do idoso e da implementação de uma linha verde de informação ao idoso, que ajudará em casos de violência e não só. O Plano traça também um reforço na rede de equipamentos sociais e prevê a resstruturação do serviço de ajuda domiciliária. Promover a prestação de cuidados de proximidade, entre as quais a figura do cuidador informal (familiar ou amigo), cujo projecto implementado há dois anos conta já com 72 pessoas. Aliás, Jardim Ramos anuniciou que o papel do cuidador será regulamentado por lei, dentro em breve. Defendendo que o lar deve ser o último recurso para um idoso, Jardim Ramos disse que serão criadas pequenas unidades residenciais para cuidar dos idosos na sua própria freguesia. É também objectivo da SRAS, desenvolver respostas estruturadas de continuidade de cuidados e de redes de apoio a situações demenciais e de dependência. Criar projectos “cidade Amiga do idoso”, mais formação para os cuidadores e combater o analfabetismo na terceira idade são outros objectivos de um Plano que é para cumprir.




Jornal da Madeira

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