quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Governo estuda privatização da Escola de Hotelaria
Concessão é a saída para uma escola que custa 4,5 milhões/ano ao orçamento
Data: 28-10-2009
O Governo Regional está a estudar a possibilidade de privatizar a Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira. O assunto já foi abordado com diferentes interlocutores, embora Francisco Fernandes prefira não comentar ou sequer confirmar a informação que recolhemos e que dá conta das dificuldades que têm marcado a gestão daquele estabelecimento de ensino e qualificação profissional.
Embora não sejam públicas as dificuldades financeiras porque passa aquela instituição, o DIÁRIO sabe que a Secretaria Regional da Educação e Cultura está a procurar uma gestão que seja mais equilibrada, evitando deste modo que o Orçamento Regional tenha de assegurar gastos que ascendem a 4,5 milhões de euros/ano, dos quais 2,5 milhões dizem respeito às despesas com o pessoal, enquanto outros 1,8 milhões estão inscritos na rubrica de aquisição de bens e serviços.
Numa altura em que no mercado existem várias empresas a oferecer serviços de qualificação profissional, entende o Governo Regional não fazer sentido assumir a prestação de um serviço que pode ser garantido com menores custos para o orçamento regional.
Tal propósito não desresponsabiliza a Região de assumir-se como garante da qualidade do ensino daquele escola, tal como acontece em todos os estabelecimentos de ensino privados.
Francisco Fernandes, o Secretário Regional da Educação e Cultura, não confirmou directamente as informações recolhidas pelo DIÁRIO, mas admitiu que "o programa do Governo Regional prevê a possibilidade de privatizações/concessões sem, no entanto, especificar em pormenor em que áreas ou serviços tal possa ocorrer".
Para o responsável pela tutela da Escola de Hotelaria, "a formação profissional na área da hotelaria e turismo pode, em teoria, ser objecto de concessão, dada a área de negócio em que se insere ser essencialmente privada e, dessa forma, poder tornar-se mais competitiva e concorrencial".
Sem nunca admitir que o processo está em estudo, o governante deixa claro que "a ocorrer uma concessão privada, a mesma será sempre efectuada mediante concurso público, nos termos da lei e com o devido enquadramento jurídico".
A Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira é uma instituição com grande importância para a qualificação dos profissionais do sector, garantindo cursos cuja qualidade é reconhecida pelos empresários do sector, que têm garantido a mais de 100% dos alunos uma colocação profissional após o final do curso e do estágio respectivo.
No ano lectivo em curso, a Escola de Hotelaria tem 460 alunos - 318 são alunos internos, enquanto outros 142 frequentam os cursos de Educação/Formação através de protocolos - e cerca de meia centena de professor e monitores. Direitos garantidos
A garantia é de Francisco Fernandes. "Nos casos em que ocorra a abertura de um procedimento concursal público para a concessão de um serviço até então público, há aspectos que serão sempre assegurados", como seja "a garantia dos trabalhadadores aos direitos e expectativas do seu estatuto profissional", bem como o "direito de opção dos trabalhadores, nos termos da lei". O governante assegura , ainda, que " a tutela pública sobre a instituição e/ou sector objecto da concessão se manterá", bem como "a salvaguarda da manutenção de um serviço de interesse público".
Fundada em 1967 : Uma escola técnico-profissional com 42 anos
A Escola Hoteleira da Madeira foi fundada em 1967, com o nome de Escola Basto Machado, sendo posteriormente denominada de Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira.Partindo do facto da Madeira já no século XIX ser conhecida por ser um destino turístico, tornou-se imperioso a construção da Escola Basto Machado, a qual, numa primeira fase, se empenhou na formação de profissionais nas áreas de Cozinha, Restaurante, Recepção, Andares e Economato.
Com o regime de autonomia e regionalização, em 1983, a Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira passou para a responsabilidade da Secretaria Regional do Turismo e da Cultura, mantendo, porém, uma forte ligação com o Instituto Nacional de Formação Turística. Catorze anos mais tarde, em 1997, passa por uma nova fase: a inauguração de um novo edifício que engloba a Escola propriamente dita, o Hotel de Aplicação e a Residência para Estudantes.
Finalmente em 1998, a Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira é sujeita a novas alterações, desta feita passa a ser tutelada pela Secretaria Regional de Educação e é convertida em Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira, situação que se mantém até hoje.
A Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira integra hoje um moderno Hotel de Aplicação de quatro estrelas, com vinte quartos, bem conhecido pela sua qualidade de serviço e que tem por objectivo primordial proporcionar a formação prática dos alunos numa perspectiva de formação, tendo também a vertente comercial.Assim, a actividade deste hotel rege-se pela preocupação premente na busca do equilíbrio entre a componente pedagógica e a prestação de serviços (com a consequente actividade comercial) na medida em que, esses serviços constituem a formação prática dos nossos alunos.
DN Madeira
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este é o espelho da nossa hotelaria, com os valores apresentados com pessoal e aquisicao bens e servicos, falta venda servicos ? quartos e restaurante qual o valor? se assim é como deve andar o sector privado ?sim porque concorrem com os privados.
ResponderEliminarBasta de mais camas e restaurantes,(preciso mais profissionais e profissionalismo) sem se aumentar a percentagem de ocupacao real, nao sao as dadas pelo telefone quando solicitado pelo turismo! para anunciar nos media.eram 16000 camas quando se comecou o aumento do aeroporto, e por imposicao e justificacao do emprestimo e fundos comunitarios, tivemos de atingir as 25000 camas. já estamos nas 30000!! e o movimento do aeroporto baixou. mais agora a conjuntura internacional . dá para pensar.
Não podes olhar so para este ano, para falar da Hotelaria da Madeira , estamos num ano de Crise internacional e claro a Madeira leva por tabela , não por não termos feito as coisas direitas mais porque os mercados emissores de turistas estão com uma grave crise .
ResponderEliminarPode ter a certeza que quando esta crise passar (não estou a falar a crise de Portugal que essa nunca passa) , tudo vai voltar a normalidade e vai-se voltar ao tempo em que se falava aqui na Madeira de falta de empregados para Hotelaria , so que quando esse tempo chegar a Madeira estara mais preparada na área de formação do que está agora
Se não sabe as escolas profissionais que o Governo esta a fazer (Câmara de Lobos e São Martinho) terão cursos de hotelaria