sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Madeirense no 'Ídolos'


Carlos Costa vive em Lisboa e é um dos 15 finalistas. Na Madeira foge ao mediatismo

Data: 23-10-2009




Afinal há um madeirense nos 'Ídolos'. Carlos Costa é o jovem natural do Porto Moniz que conseguiu o feito de entre os cerca de 20 mil concorrentes (números oficiais), estar nos 15 finalistas com direito a participarem nas galas do concurso lançado pela SIC.

O cantor, a residir no continente, concorreu no último dia do casting em Lisboa e esteve na 'corda bamba', mas acabaria depois por se afirmar e garantir um lugar na final, contou. A informação não é confirmada oficialmente. O DIÁRIO, assim como os restantes concorrentes da Madeira, desconheciam a sua participação.

"Desde o início que esperava e queria muito entrar, mas isso é o sentimento de qualquer pessoa. Eu fui na desportiva, fui para tentar porque em Portugal deve tentar-se de tudo e cada vez mais à medida que ia passando as fases, ia-me apercebendo que era possível". O depoimento é de Carlos Costa, que vive em Lisboa há mais de dois anos. Foi protagonista do musical 'O Livro da Selva' e entrou no 'High School Musical', no primeiro e no segundo, tendo actuado no Coliseu dos Recreios, no Tivoli e no Avenida, sempre pela mãos da produtora Fame. "Na Madeira só participava em concursos, competições e fazia alguns espectáculos pela ilha. Depois quando saí fiz um 'casting' em que fiquei apurado e comecei a trabalhar com a produtora, fizemos umas formações, uns meses de ensaios e fizemos os musicais".

Outras vitórias

Carlos Costa tem já algumas vitórias na 'bagagem'. Venceu concursos como 'Vozes do Porto Moniz' e o 'Festival Internacional do Faial - Vozes do Atlântico'. Neste momento está na Madeira e confiante: "Tenho trabalhado estes anos todos para alguma coisa, não é. Acho que é a oportunidade que faltava", afirmou, acrescentando que vai dar o seu melhor. "Se há coisa que eu mais goste de fazer é cantar", disse. A este matutino, contou que parou com os espectáculos para tratar da selecção musical, para descansar, para estar com a família e então depois 'voltar à carga'. "Tenho de estar de cabeça fria e tenho de estar calmo para o que vem agora". Quanto ao resto, ficam as dúvidas: "Não sei se estou preparado realmente para o mediatismo, para as revistas, para os jornalistas a se meterem de certa forma na minha vida pessoal, porque isso já se começa a sentir e daí eu permanecer na Madeira. Estou cá para fugir a isso tudo, porque eles vão descobrindo e à medida que vamos aparecendo no programa, ui, é mesmo loucura, loucura total".

Júri não o assustou
Quanto ao júri, recordou, na primeira vez não foi simpático nem antipático. Foi profissional e deu realmente a opinião: "Eles não gostam de teatro musical, não gostam muito de grandes vozes, não gostam de vozes aos berros... gostam muito de música comercial. Eles no início estavam com dúvida acerca daquilo que era ou deixava de ser". Na segunda e nas seguintes, contou, foi mais fácil, até porque quando percebeu o que pretendiam, foi mais fácil adaptar-se: "Bastou estar lá no primeiro dia. Eles falaram comigo, eu percebi logo o que eles queriam. No segundo dia, o comentário foi logo positivo, disseram logo "tu foste esperto, aplicaste os nossos conselhos"". O jovem talento foi viver para Lisboa porque tinha a minha irmã lá e não gostava de matemática. No Porto Moniz não davam o curso sem a disciplina. "'Fugi' para Lisboa". Entrou na escola lá, já sem os números e sem as fórmulas. A ideia era estudar, só que entretanto surgiu a oportunidade de fazer o 'High School'. Como já não conseguia conciliar os estudos com a carreira musical, anulou a matrícula e ficou com o 10º ano. Voltar a estudar está nos seus planos, mas com o 'Ídolos' não será para já: "Deixei os estudos porque surgiu aquela oportunidade. Também já estava lá dentro e o produtor começou a fazer alguma pressão a dizer que tinha de conciliar e não conseguia conciliar e, como é obvio, acabei por decidir pela música, porque a música realmente é tudo. Vou tentar vingar. Tenho um plano mais ou menos traçado na minha cabeça daquilo que vou fazer, incluindo os 'Ídolos', mas vamos lá ver se resulta". O objectivo de Carlos Costa é atingir um "sucesso mediano" em Portugal. Se não o conseguir, vai estudar novamente e ver por onde pode ingressar. "Estou mesmo a ver que vou ter que ser aqueles 'cotinhas' a ir às aulas", previu entre risos.

O ídolo da família

Quanto à reacção da família á entrada nos 'Ídolos', não sabe bem. Estava longe da família e fez quase sempre os castings sozinho, excepto no primeiro dia, que foi com a irmã. "Eles acreditam mais no meu talento, do que propriamente eu. Eles passam a vida a dizer "não me admira nada, tu és muito bom"", contou. Quanto à fama, para já lhe pedem autógrafos, mas tem os pés assentes no chão: "A malta jovem pede sempre, gosta do estilo, porque eu sou mesmo muito pop, por isso mesmo é que ingressei pelos 'Ídolos' e se calhar não pela 'Operação Triunfo' (...) a malta nova sim, alinha e manda piropos, pede autógrafos. A malta de meia idade gosta e tal, mas... sejamos sinceros, eu não sou vedeta, eu sou madeirense, dou concertos, mas sou da terra".

Neste momento a ansiedade é o seu inimigo. "Estou desejando que comece, antes de mais. Estou ansioso, aliás estamos todos, os colegas estão todos assim, está toda a gente", contou.

Temas ainda a definir

Carlos Costa ainda não sabe o que vai cantar. A escolha, na primeira gala, é dos concorrentes, mas a produtora, participa, dando a sua opinião. Está "difícil", admitiu. "O ensaio é decorar a letra, saber a melodia e depois bater sempre na mesma tecla até que aquilo fique certinho e decorado. Difícil é encontrar a música adequada para a voz, adequada para o tipo de espectáculo, adequada para a audiência, adequada para isto tudo. Que a produção goste, que o júri goste...", desabafou.

Carlos Costa é um jovem descontraído. No entanto confessou: "Sinto o peso de ser o único madeirense no meio de dez mil pessoas, 12 mil pessoas até" e acredita poder contar com a Madeira, mas sabe que primeiro tem de merecer: "A Madeira vota em peso, mas vota em peso se gostar". Nas galas, que acredita devem começar dentro de dois meses e meio a três meses, o júri, composto por Roberta Medina, Manuel Moura dos Santos, Laurent Filipe e Pedro Boucherie Mendes deixa de ter peso. Caberá ao público eleger quem fica e quem sai.

Antes, o público pode ver em casa as três fases anteriores: as audições em que cantam acapella tentando conquistar o júri não só com a sua voz, mas também com a sua postura e atitude - passaram cerca de 150; em palco, onde em coro, em trios e ao piano, as três provas eliminatórias, ficaram apurados cerca de 30 candidatos que passaram à fase seguinte e o 'Juízo Final', uma entrevista com o júri onde os candidatos são avaliados de uma forma mais pessoal e exigente.

Pouca informação oficial

"[Os finalistas] só serão revelados em Dezembro, por isso não poderei confirmar. A produção não transmite à comunicação coisas que não possa comunicar antes de tempo", disse ao DIÁRIO Pedro Isídro, da produtora Fremantle Media, quando solicitada a confirmação da presença de madeirenses entre os finalistas do concurso 'Ídolos'. Segundo o porta-voz da empresa responsável pela produção deste concurso para a SIC, "a divulgação, será a seu tempo. Antes das galas finais, mas depois de ser revelado no programa, pelo menos um dia antes. Sem ser revelado em antena não poderemos revelar quem são os finalistas", acrescentou.

Segundo comunicado da SIC, os castings começaram no Porto onde sensivelmente 5600 candidatos apresentaram-se no Centro de Congressos da Alfândega; O Pestana Palace em Lisboa viu chegar à volta de 6100; no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro reuniram-se 3400 candidatos e na última oportunidade, no Centro de Congressos do Estoril, mais 6100 tentaram a sua sorte.


DN Madeira

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