Fogos em Gaula e no Caniço foram os mais complicados até agora
Data: 06-10-2009
O ano de 2009 está a ser mais calmo do que o transacto no que diz respeito a incêndios. Embora o balanço sobre esta matéria só esteja previsto para o final do ano, o director regional de Florestas, Rocha da Silva, adiantou ao DIÁRIO que, tirando os fogos ocorridos em Gaula e no Caniço, este ano está "a correr melhor" neste campo.
Uma notícia divulgada na passada sexta-feira dava conta de que Portugal foi o terceiro país da Europa mais fustigado pelas chamas este ano. Rocha da Silva frisa que "a Região tem um regime diferente do continente", explicando que, por lá, "há uma época mais seca", enquanto que, na Madeira, tal não se verifica. "Nos períodos que julgamos menos propícios, há um histórico de alguns incêndios", disse, focando que a maior parte dos incêndios que deflagram por cá ocorrem "em áreas onde houve intervenção do homem e há um conjunto de espécies que propiciam" esse fim.
1% da floresta exótica ardeu
O director regional de Florestas recordou que, no inventário florestal recentemente apresentado na Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, e tendo em conta a análise às imagens via satélite e os trabalhos de campo, nos últimos anos apenas 1% dos terrenos de floresta exótica na Região foram afectados por incêndios.
Este ano, os fogos de maiores proporções - em Gaula e no Caniço -, não decorreram propriamente em áreas florestais, mas em zonas relativamente extensas e com danos em residências. "A principal característica dos nossos fogos é que estes ocorrem em zonas usadas pelo homem e que depois foram abandonadas e ocupadas por outra vegetação que proporciona isso mesmo", sublinhou.
O terceiro país mais queimado
Portugal foi o terceiro país da União Europeia mais fustigado pelos incêndios florestais em 2009, a seguir à Espanha e à Itália, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
Segundo o primeiro relatório do EFFIS de 2009, publicado na Internet, entre 1 de Janeiro e 3 de Setembro arderam 48.729 hectares em Portugal, com principal incidência no norte do país e, sobretudo, no final do mês de Agosto. Cerca de 40% das áreas queimadas eram zonas florestais e de produção de madeiras, enquanto 13,32% eram terrenos agrícolas.
Ainda segundo o EFFIS, que é tutelado pelo Instituto para o Ambiente e Sustentabilidade da Comissão Europeia, da área total afectada pelos incêndios florestais este ano em Portugal, cerca de 11 435 hectares de terreno ardido (23%) pertencem à rede Natura 2000.
DN Madeira
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não serão aceites comentarios de anonimos