Data: 05-12-2009
A MarinaFunchal já recebeu a informação de que deve fechar o estaleiro de São Lázaro até o final do ano. A ordem de despejo veio da Administração de Portos da Madeira, que de acordo com o que está plasmado no contrato de concessão podia requerer a rescisão, o que aconteceu dentro do prazo.
O 'timing' escolhido é que está a suscitar muitas dúvidas, pois na prática a APRAM concedeu 20 dias úteis para o actual concessionário remover dezenas de embarcações, umas em trabalhos de manutenção, outras literalmente abandonadas pelos seus proprietários. E até há casos em que se desconhece quem é o dono.
A carta foi recebida na segunda-feira e a administração da MarinaFunchal reuniu de imediato com os 7 funcionários que tinha ao seu serviço e que vai dispensar, já que o objecto da sua actividade cessou.
Tendo iniciado já o processo de contacto com os proprietários dos barcos estacionados em São Lázaro, o DIÁRIO sabe que existem problemas no transporte de barcos de maior porte, em mau estado de conservação, pois a MarinaFunchal não assumirá essa responsabilidade.
Por outro lado, são pelo menos três dezenas os proprietários de pequenas canoas que deixam de ter um lugar a seco para estacionar, havendo dezenas de cacifos de guarda de apetrechos que terão de ser desocupados, também.
Feitas as contas, a MarinaFunchal terá de garantir que em três semanas as 48 embarcações que estão em São Lázaro deixam aquele espaço, situação que se afigura impossível cumprir.
A libertação do estaleiro de São Lázaro resulta do projecto que a Sociedade Metropolitana da Madeira está a desenvolver na zona Norte do Porto do Funchal. O DIÁRIO sabe que o projecto a ser implementado prevê a manutenção das associações e clubes na mesma área. De salientar que face à intervenção realizada haverá um acréscimo de área coberta, pelo que a área afecta á actividade desportiva será maior, quer na vertente de guarda de equipamento, quer na vertente administrativa e ainda na vertente de apoio (balneários, ginásios e salas de formação e/ou polivalentes).
A rampa do actual varadouro, de acesso ao mar não será intervencionada, mantendo portanto as mesmas funções e área disponível. Já o improvisado Heliporto não poderá continuar no local onde ainda está, tendo a empresa que o utiliza sido informada, tal como previsto no protocolo existente.
Certa é, também, a abertura do Estaleiro de Água de Pena, infra-estrutura que será gerida pela Assistência Náutica, empresa do universo empresarial de Ricardo Sousa, que controla as marinas do Porto Santo e Quinta do Lorde. Embora não esteja decidido a data, tudo indicada que o contrato de concessão será celebrado na próxima semana, abrindo as suas portas logo de seguida. O novo estaleiro deverá criar 5 a 7 postos de trabalho.
DN Madeira
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