42 anos após a primeira visita ao Funchal, este navio de cruzeiros vai navegar para outras águas.
Data: 11-10-2009
O navio 'Black Prince' despediu-se da Madeira na passada terça-feira, depois de 42 anos de visitas constantes ao nosso arquipélago, num total de 594. Este número de presenças no Porto do Funchal só é superado pelo paquete Funchal.
Construído em 1966, para a Fred Olsen, o 'Black Prince' visitou pela primeira vez o Funchal a 10 de Maio de 1967, onde a Fred Olsen o colocava no Inverno, conjuntamente com o seu 'irmão' mais velho (1964), 'Black Watch', no serviço entre Londres, Las Palmas e Tenerife, com passagem pela Madeira. Neste serviço pelo Atlântico, o navio transportava carga e passageiros, com destaque para as grandes quantidades de frutas, no regresso ao norte da Europa, produzidas nas Canárias, em terrenos do armador.
O sucesso desta operação levou a que, em 1970, a Fred Olsen adquirisse um terceiro navio semelhante, mas ligeiramente maior 'Blenheim'. Com a entrada deste ao serviço, Olsen, o proprietário do 'Black Prince', fez um acordo similar de propriedade conjunta com a Bergen Line, outro armador norueguês, a exemplo do que já existia com o 'Black Wacth'. Assim os 40% que a Bergen Line, passou a deter do 'Black Prince' fazia com que o navio a cada Verão passasse a ter a designação de 'Venus', fazendo também algumas viagens entre Bergen e Amesterdão, operando neste período no Mar do Norte.
Em 1986, o acordo de propriedade conjunta entre Fred Olsen e Bergen Line chegou ao fim. Assim, o Júpiter, que também era o 'Black Watch', passou para Bergen Line sendo vendido para a Noruega Line. O 'Black Prince' tornou-se subsidiário integral da Fred Olsen, e foi completamente remodelado em 1986, para passar a operar exclusivamente para o mercado de cruzeiros, deixando de ter registo em Oslo, Noruega, recebendo registo filipino e, posteriormente, das Bahamas, que mantém actualmente. Nesta nova fase o armador, opta por voltar a colocar o navio em cruzeiros pelo Atlântico, com visitas às Ilhas Canárias com passagem pelo Funchal.
Nova vida na Venezuela 'Ola Esmeralda' será a nova designação do navio, que foi adquirido pela Ola Cruises, da Venezuela. Na nova vida, o ainda 'Black Prince' vai realizar cruzeiros de três e quatro noites, no Mar das Caraíbas, com saídas do porto de La Guaira, visitando as ilhas de Margarita, La Tortuga e o Los Roques, barreira de corais, território da Venezuela no mar das Caraíbas, composta por 50 teclas, a ilha de Gran Roque, e cerca de 300 recifes de coral.
Folclore e vinho de 1967 Na última passagem pelo Madeira, e tal como o DIÁRIO já noticiou, o navio viajou com antigos tripulantes - um 'Hotel Manager', um 'Cruise Director' e alguns marinheiros filipinos, da década de 80, nomeadamente do ano de 1987, data a partir da qual passou a operar como navio de cruzeiros. A todos eles foi oferecida uma garrafa de vinho da Madeira, colheita de 1967, entre outras lembranças. Já o Clube de Entusiastas de Navios (CEN), que promoveu recentemente uma conferência na FNAC, com o escritor Luís Miguel Correia, que falou sobre o navio, presença na cerimónia de despedida com a troca de crestas. No final da escala verificou-se a actuação de um grupo folclórico. Já ao largo, o navio foi brindado com jactos de água lançados a partir do canhão de água do rebocador de serviço ao porto, tal como aconteceu à sua chegada ao Funchal.
DN Madeira
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