sexta-feira, 4 de junho de 2010

Nova gare passa primeiro teste de desembarque

Os passageiros do “Grand Voyager” vão ficar para a História do Porto do Funchal como os primeiros a utilizarem o novo terminal da Gare marítima da Madeira, inaugurada segunda-feira






Tudo correu com normalidade no primeiro desembarque de passageiros na recém inaugurada Gare marítima da Madeira. Decorreu ontem, ao princípio da manhã, com o navio “Grand Voyajer”, da Iberostar Cruceros, que irá fazer viagens no Verão com mais escala no Funchal. Sem qualquer contratempo, saíram do paquete e seguiram os rumos previamente traçados: excursões para um lado, e táxis ou a pé, para o outro. Tudo em perfeita sincronização entre as partes envolvidas.


O primeiro desembarque no terminal da Gare Marítima da Madeira decorreu ontem com normalidade. Os passageiros do “Grand Voyager” ainda não desembarcaram em mangas, porque só deverão ser colocadas mais para o fim do Verão, mas desceram a rampa colocada no navio e entraram na Porta 7 do terminal. A mesma porta que regressaram à tarde, depois de visitarem a cidade e a ilha.
Por isso mesmo, Bruno Freitas, presidente dos Portos da Madeira, que acompanhou a operação desde que o navio fez a aproximação ao molhe, sublinhou que o balanço é bastante positivo. Até porque se tratou de uma passagem pelo interior do terminal, uma vez que nenhum dos 520 passageiros, maioritariamente espanhóis e portugueses, desembarcou no Funchal. O mesmo não se pode dizer do inverso, já que embarcaram 20 passageiros.
O agente do navio na Madeira, a Blandy, também estava satisfeita com esta primeira operação que Bruno Freitas não quis deixar se sublinhar a grande coordenação que existiu entre todas as entidades envolvidas na escala de um navio.
O presidente dos Portos da Madeira aponta ainda o facto de ter sido conseguido uma distribuição eficaz dos autocarros e veículos com as excursões para um lado do terminal (à esquerda de quem sai) e os táxis (à direita). Os serviços de segurança do porto encaminhavam os passageiros para os destinos respectivos, tal como o faziam para os que queriam vir apenas a pé para o centro da cidade.
São os mesmos serviços de segurança que vedam o acesso ao terminal a todos aqueles que não sejam passageiros e tripulantes, nem que estejam a prestar qualquer serviço na operação do navio. Nem um jornalista em serviço pode entrar, pelo que, a nível fotográfico, procuramos fazer o melhor possível. À questão onde procuramos saber por onde nos podíamos mover ouvimos a resposta pronta de um segurança que entrava no terminal: “Daqui para dentro não pode entrar!!!!! Já venho falar consigo”. Ficou lá para dentro a fazer o seu trabalho e fomos fazer o nosso.
Para o registo histórico, ficam as seguintes notas. O navio entra no porto às 8.16 horas, de proa. Às 8.23 horas inicia a manobra de atracação e, às 8.35 horas a escada está a bordo. Pelas 8.55 horas começam a sair os primeiros passageiros para o terminal.


“Grande Voyager” consegue fazer itinerários distantes com rapidez
O “Speedy gonzalez” dos cruzeiros






O primeiro navio de cruzeiros que escalou o o Porto Funchal depois da inauguração da nova Gare Marítima da Madeira, que decorreu na última segunda-feira, dia 31, foi o “Grand Voyager”, da Iberoject Cruceros. Tem a particularidade de estar registado na Madeira, cujo nome se pode ver na popa.
O Grand Voyager é um navio com 24.391 toneladas, com um comprimento de 180 metros, uma largura de 26 metros. Dispõe de seis convés destinados aos hóspedes (cada um com o nome de um deus mitológico) e, entre as ofertas a bordo tem uma piscina, um teatro, dois restaurantes e uma pizzaria, um casino, uma discoteca, bares e diversos outros ambientes.
Beneficia de uma alta velocidade, que lhe permite cumprir itnerários que outros não conseguem. Navega a uma velocidade média de 28 nós, e pode chegar à velocidade máxima de até 31 nós. Velocidades semelhantes ao que conseguia o “reformado” Queen Elizabeth 2 e com o Queen Mary 2, da Cunard.
Tem capacidade até 836 passageiros, distribuídos pelas suas 418 cabines, das quais 154 são standard, 212 de luxo e 52 são suites.Viaja com 360 tripulantes.
O Grand Voyager foi construído pelo estaleiro alemão “Blohm & Voss” e inaugurado em 2000. Pertencia à Royal Olympia Cruise Line. O nome original era Olympia Voyager.
Em Dezembro de 2003 a companhia faliu. E, em Dezembro de 2004, o navio foi vendido para a Ibero Cruceros, a actual proprietária.




A Gare Marítima da Madeira traduz a diferença do dia para a noite, se quisermos comparar as realidades anteriores à sua existência com que passa a oferecer, e que serão ainda melhores com introdução das mangas, já que permitirá desembarques e embarques com maior conforto e a um nível alinhado com o grande passadiço que acompanha a nova infra-estrutura de uma ponta à outra.
Enquanto até ao momento, para os embarques, os passageiros esperavam ao sol, ou à chuva, juntamente com as malas, agora já o podem fazer no interior do terminal.
O emprendimento vem marcar também um novo marco junto do madeirense que sempre se habituou a conviver de perto com os navios de cruzeiros que atracavam no porto, onde quase conseguiam tocar no costado. Com a necessidade de serem implantadas medidas de segurança, juntamente com o novo terminal surgiram vedações em toda a sua extensão. Não impedem de ver os navios nem a cidade, mas obstruem a passagem para juntos dos paquetes, que ficam a distância considerável do passeio público.
O mesmo acontece com o terminal, através do qual, numa boa parte, se pode ver de um lado para o outro, tal como para dentro, o que nos permitiu ver ontem, por exemplo, não só os passageiros que o estreavam, como os relógios. Apesar de ser bem cedo, desde que chegamos até deixarmos o porto, os ponteiros teimavam em ficar juntos pelas 12 horas. Ou 24 horas.



Jornal da Madeira

(2º e 3º Foto João Abreu via Blog Sergio@Cruises)

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