terça-feira, 1 de junho de 2010

Segurança e fruição (Gare Marítima da Madeira)

Alberto João Jardim disse que haverá uma harmonização entre as duas situações


Alberto João Jardim salientou que o porto do Funchal, no ano passado, liderou as estatísticas a nível nacional, registando mais de 400 mil passageiros. Esta importante fonte económica da Região, conforme disse, terá de ser garantida, salvaguardando-se, em primeiro lugar, a segurança da infra-estrutura. Assim o exigem as normas internacionais. Apesar disso, haverá lugar para que as pessoas possam usufruir daquela infra-estrutura.




AO presidente do Governo Regional disse ontem que a Região tentará harmonizar a segurança do porto do Funchal com a sua fruição por parte da população.
Falando na inauguração da nova Gare Marítima da Madeira, Alberto João Jardim salientou, contudo, que «seria trágico para a economia da Região Autónoma se alguma coisa sucedesse, por não se ter tomado as devidas medidas de segurança».
O presidente do Governo lembrou que, internacionalmente, «os mecanismos de segurança (nos portos) são cada vez mais exigentes». Daí considerar que não serão permitidas quebras nessa área, que ponham em causa «esta nossa aposta no mercado de cruzeiros».
Tendo em conta estas permissas, Alberto João Jardim explicou que haverá períodos em que o porto estará à disponibilidade da população, até porque a Gare tem instalações onde as pessoas terão de ir tratar de assuntos pessoais.
Outros haverá, contudo, «em que toda a população compreenderá que é do interesse de toda a gente que estejam tomadas as necessárias cautelas», acrescentou o líder do Executivo madeirense.
Jardim salientou que «a segurança é cada vez mais uma maior preocupação em todos os que operam no ramo dos portos».
Em relação aos que viajam, o presidente do Governo lembrou que toda a gente está habituada a ser «minuciosamente escrutinada» quando se trata de viagens aéreas.
Nas marítimas, contudo, as pessoas não estão acostumadas a que isso aconteça, mas, como acentuou o presidente do Governo, «devem perceber que igual exigência de segurança é hoje feita em relação a estes barcos de cruzeiro».
É esta segurança que se exige ao porto do Funchal que Alberto João Jardim considerou a quarta razão para que a Região não perca o seu lugar no mercado de cruzeiros.
«Antes pelo contrário, para conquistar ainda mais mercado, nós temos aqui instalações que dão uma garantia da segurança do porto», acrescentou o presidente do Governo Regional.
A propósito, Jardim agradeceu à Marinha, PSP e GNR pelo papel que desempenham na segurança do porto do Funchal e, consequentemente, na economia da Região.
Outro dos seus agradecimentos foi para o arquitecto Geraldes Pinto, autor daquela que Alberto João Jardim considerou que virá a ser «uma das referências arquitectónicas da cidade do Funchal».
Referindo-se ao facto de, a partir de agora, os trabalhadores no porto do Funchal passarem a ter melhores condições de trabalho, o líder do Executivo madeirense defendeu que «era, também, necessário dar novas e melhores condições de trabalho a quem trabalha nos portos».
A propósito, defendeu que «o trabalho não se dignifica apenas arranjando-se um emprego», mas também «quando essas condições de trabalho são as melhores e mais humanas possíveis».

Acesso ao porto
será condicionado


Instado a explicar de que forma poderá a população saber quando é que a “Pontinha” estará aberta ao público, o director regional de Portos explicou que esse acesso será condicionado. «O porto é uma infra-estrutura de operação; não é uma infra-estrutura de lazer», frisou Bruno Freitas, acrescentando que haverá zonas de acesso exclusivo aos passageiros.
Acessível à população estarão as partes exteriores à Gare e algumas dentro do próprio edifício.
Por outro lado, conforme adiantou, durante a noite as portas de ferro que dão acesso à zona de acostagem de cruzeiros estará sempre encerrada.
Bruno Freitas disse que o velho hábito madeirense de as pessoas irem passear para o porto do Funchal já não se justifica, visto que foram construídas outras infra-estruturas na cidade que permitem os passeios a pé que ali se faziam. O que também não será permitido será a pesca amadora, acrescentou.
A circulação da população estará condicionada aos dias em que não haja barcos de cruzeiro acostados no porto, disse ainda.
O director regional de Portos salientou que o importante é a Região ter um porto condigno do cada vez maior mercado de cruzeiros a que quer pertencer.
Instado a comentar as previsões para este ano, Bruno Freitas disse que o objectivo é atingir as 320 escalas, o que representa um movimento de passageiros superior a 450.000 pessoas.
«Se os 320 se confirmarem, andaremos muito próximo do meio milhão de passageiros», definiu.
Bruno Freitas adiantou que o gasto médio por turista na Madeira ronda os 80 euros, o que implica que o meio milhão de passageiros representará um valor superior aos 40 milhões de euros».
Para além disso, conforme salientou, é preciso não esquecer os tripulantes que passam na Região e que, tendencialmente, gastam muito neste destino.
««O contributo do turismo de cruzeiros, hoje em dia, acredito que passe, de forma indirecta, o 1 por cento do PIB regional», disse o director dos portos madeirenses.
Questionado sobre como encara a possibilidade de o aterro junto à Avenida do Mar poder vir a ser transformado num cais de atracagem de navios, Bruno Freitas respondeu que «qualquer solução que venha a ser encontrada e que possibilite um melhor aproveitamento para aquela área, oferecendo as melhores condições na náutica de recreio, é sempre bem-vinda».
Apesar disso, defendeu que qualquer solução terá de ser devidamente estudada, de forma a não prejudicar o movimento dentro do porto.
Esbater a sazonalidade é um dos objectivos da administração de portos, visto ser maior o número de dias em que não há navios no porto, do que aqueles em que os há.

“Abre” a 3 de Junho
A nova Gare Marítima da Madeira estará em pleno funcionamento no próximo dia 3 de Junho, conforme já anunciado pelo presidente do Governo Regional.
O “Grand Voyager”, um paquete registado no Registo Internacional de Navios da Madeira e que, como tal, navega sob o signo da bandeira portuguesa, será o primeiro navio de cruzeiros a beneficiar das melhorias introduzidas no Porto do Funchal, nomeadamente com esta nova Gare Marítima.


A cerimónia de inauguração da Gare Marítima da Madeira, presidida pelo presidente do Governo Regional, contou com a presença de várias personalidades políticas, militares, religiosas e civis. O edifício, para além de outras funcionalidades, possui gabinetes destinados às autoridades, como a GNR, Alfândega, SEF e Capitania. Na parte nascente da Gare ficará localizada a sede da Administração dos Portos da Madeira. Refira-se que, no ano passado, o Porto do Funchal liderou as estatísticas a nível nacional, registando 435.821 passageiros movimentados, o que representou um crescimento de 7,5 por cento face ao ano anterior.



Jornal da Madeira

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