Produção de dourada
Existe um incremento de cerca de 340% na produção de dourada na Madeira em relação a 2007. Resultado do maior conhecimento e consumo desta espécie no mercado local, como também pelo sucesso no exterior. Ainda é cedo para avaliar os números de 2009, mas tende a esgotar a capacidade.
A produção de peixe em cativeiro é um negócio promissor na Madeira e as duas empresas criadoras na região produzem 450 toneladas de douradas por ano, o que representa um volume de negócios de um milhão de euros.
O sócio-gerente da AquaIlha, Élvio Pontes, disse à agência Lusa que cerca de 60 por cento do total do peixe produzido entre esta empresa e a Ilha Peixe, parceiras na comercialização de dourada (Sparus aurata), é enviado para o continente, Espanha e uma pequena amostra para a Venezuela.
Realçou que “o principal cliente a nível nacional é a cadeia de supermercados Pingo Doce que absorve perto de 70 por cento do que é exportado”, acrescentando que o restante é consumido por clientes mais pequenos, como a Macro e a Gelpeixe”.
Aumento de jaulas em perspectiva
Élvio Pontes considerou que o acréscimo das quantidades criadas em cativeiro é, no momento, o principal problema das duas empresas, anunciando que está a ser equacionado o projecto de “candidatura a apoios comunitários para aumentar as jaulas e consequentemente a produção”.
A Aquacultura é a outra empresa produtora de douradas em cativeiro na região e nasceu na Madeira pela mão do Governo Regional, aquando da criação da primeira piscicultura piloto: o Centro de Maricultura da Calheta.
Esta estrutura continua a dar apoio técnico aos privados, fazendo a investigação em novas espécies e promovendo a formação.
De acordo com o secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia, “tem havido um aumento significativo da produção da dourada”.
Incremento de 340% em relação a 2007
O governante madeirense disse que existe um incremento de cerca de 340 por cento em relação a 2007, na sequência do maior conhecimento e consumo desta espécie no mercado local, como também ao sucesso em mercados exteriores, visto ser “um peixe regional de reconhecida qualidade e colocado a preços competitivos com as produções da Europa continental”.
Sustentou ainda que é cedo para avaliar a produção para 2009, apontando que a tendência será de incremento para valores mais próximos da “capacidade produtiva máxima das pisciculturas existentes na região, que estará entre as 650 e 700 toneladas”.
Sobre a possibilidade das empresas recorrem a apoios da União Europeia para aumentarem a capacidade produtora, Manuel António Correia confirmou que apesar do montante previsto de investimento elegível para o período de 2007-2013, no âmbito do PROMAR - Madeira, ser de cerca de um milhão de euros, dos quais cerca de 700 mil serão comparticipações comunitárias e regionais, “até à data não foi apresentada nenhuma candidatura”.
O efeito de arrasto na produção
Apesar de tudo, o futuro ainda parece mais promissor para os mares da região e estão a ser realizados estudos e testes para que em breve se diversifique a produção, através da transformação do produto.
Exemplo deste projecto é o que se faz actualmente com o salmão, em que existe uma espécie que aparece no mercado sob diversas formas de transformação (inteiro, posta, filete, fumado, marinado), o que representa uma diversidade de produtos.
Assim, “aumenta-se a cota de penetração no mercado e com isso arrasta-se a produção”, disse o secretário do executivo regional.
Adiantou que este sector “deverá ser diversificado com a entrada de novas espécies em engorda nas pisciculturas, caso do pargo e do sargo, que estão a ser alvo de testes finais no Centro de Maricultura da Calheta”.
Jornal da Madeira
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